testeNossos governantes e seus parentes

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Getúlio Vargas e seu pai, Manuel do Nascimento Vargas (fonte)

Em tempos de calorosos debates sobre a vida privada de ex-dirigentes do Brasil, vale lembrar que esse tipo de situação remonta aos primeiros anos de nossa história. D. Pedro I, o homem que nos livrou do julgo do colonizador português, em 1822, vivia cercado de problemas de ordem pessoal.

Nosso primeiro imperador, no ano de 1826, enfrentava uma grave crise de popularidade. Um dos motivos era a guerra de independência da província Cisplatina, atual Uruguai. Além de ter um custo financeiro elevado, o conflito coincidiu com o auge da paixão de Pedro pela amante, Domitila de Castro. O Imperador estava tão envolvido com ela que nem dormia mais no palácio da Quinta da Boa Vista, o que também tinha um reflexo negativo para sua imagem.

Esses fatores levaram Pedro a liderar as tropas do Brasil no Rio Grande do Sul. A tática não deu muito certo, uma vez que perdemos a guerra e a casa de sua amante foi apedrejada após a morte da imperatriz Leopoldina, em 1826.

Já no século XX, o governante que mais sofreu entreveros causados por problemas da vida privada foi Getúlio Vargas. É bem verdade que nenhum outro governante republicano ficou tanto tempo no poder — no total, foram dezoito anos.

Em meu último livro Os Guinle, conto, numa passagem emblemática, como o irmão do presidente, Benjamin Vargas, conhecido como Beijo, se aproveitava do fato. Assíduo frequentador de cassinos, o chefe de segurança do Catete — à época, palácio presidencial — gostava de colocar seu enorme revólver sobre a mesa de jogo para intimidar os crupiês. Beijo fazia isso sem nenhum pudor, pois, entre 1937 e 1945, o país era governado de forma ditatorial e a imprensa não podia noticiar esse tipo de acontecimento.

Situações como essa, no entanto, só serviram para, mais tarde, reforçar a tese de que a família Vargas se locupletava do poder de Getúlio. Algum tempo depois, já no período democrático, em 1954, o Brasil estava mergulhado em uma grave crise. O maior adversário político de Getúlio, Carlos Lacerda, fora vítima de uma tentativa de assassinato ao chegar em casa no episódio conhecido como “O crime da rua Tonelero” e que vitimou seu segurança, o major Vaz.

As investigações logo apontaram para Gregório Fortunato, chefe de segurança da guarda presidencial e gaúcho de São Borja, como Vargas. Havia ainda um agravante: Gregório, homem muito simples, era dono de uma incomensurável fortuna. No entanto, o mais contundente para Vargas foi saber que seu filho Maneco Vargas vendera uma fazenda no Rio Grande do Sul para Gregório. Não fazia muito sentido que Gregório, com salário de apenas 4 mil cruzeiros, adquirisse uma propriedade de 1,32 milhão. Ao se inteirar da situação, Getúlio teria dito: “Debaixo do Catete há um mar de lama.”

Por essa razão, pode-se afirmar que político brasileiro que se defende dizendo que vida privada é uma coisa e vida pública é outra só pode ser visto como um ignorante em termos de história do Brasil.

testeO Regresso ganha 3 prêmios no Oscar 2016

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Um dos grandes nomes do Oscar 2016, O Regresso ganhou três das principais disputas na noite de ontem. Com grande foco em questões sociais, a premiação foi marcada pela apresentação ácida de Chris Rock, que criticou abertamente a ausência de negros entre os indicados.

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A produção inspirada no livro homônimo de Michael Punke foi premiada nas categorias de melhor fotografia, diretor e ator, destaques do filme, as mesmas que havia ganhado no Globo de Ouro. Leonardo DiCaprio foi aplaudido de pé após mais de vinte anos de sua primeira indicação, encerrando uma das maiores piadas da internet sobre os constantes insucessos do ator.

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Kate Winslet, par de DiCaprio em Titanic, era uma das mais emocionadas durante o discurso de agradecimento.

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O regresso conta a história real de Hugh Glass, caçador da Companhia de Peles Montanhas Rochosas que é abandonado por seus companheiros após o brutal ataque de uma ursa. Uma das  grandes surpresas da noite foi a presença do personagem na plateia.

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Confira a lista completa dos vencedores do Oscar 2016.

testeTop 10 de Pedro Gabriel

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Procurando por uma nova leitura? Confira as dez indicações de Pedro Gabriel, autor de Eu me chamo Antônio e Segundo: Eu me chamo Antônio. Os e-books de alguns títulos dessa seleção estão com preços promocionais na Google Play até a próxima quinta-feira, dia 3 de março. Confira aqui.

 

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Toda luz que não podemos ver, de Anthony Doerr — Nesse romance vencedor do Prêmio Pulitzer de Ficção de 2015, você vai conhecer Marie-Laure, uma garota que ficou cega aos seis anos e que vive em Paris com o pai, chaveiro responsável pelas fechaduras do Museu de História Natural, e Werner, um menino alemão, órfão, que se encanta por um rádio encontrado em uma pilha de lixo e cuja trajetória o leva a uma escola nazista.

Combinando lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, Toda luz que não podemos ver é um tocante romance sobre o que há além do mundo visível. [+]

O árabe do futuro: uma juventude no Oriente Médio (1978 – 1984), de Riad Sattouf — Filho de mãe francesa e de pai sírio, o quadrinista Riad Sattouf conta o choque cultural que viveu quando foi, ainda bem criança, para a Síria e a Líbia, e fala também do retorno da família à França. Depois de viver em lugares tão diferentes, Riad se tornou um completo estrangeiro, com uma visão crítica, afiada e muito bem-humorada sobre o mundo.

Um relato literário pleno em forma de graphic novel, com traço simples e narrativa fluida e descontraída. Riad fornece ao mesmo tempo uma análise antropológica do embate entre o Ocidente e o mundo árabe e um autorretrato de sua própria infância plural. [+]

A verdade sobre o caso Harry Quebert, de Joël Dicker — Em 1975, na pequena cidade de Aurora, em New Hampshire, Nola Kellergan, de quinze anos, é vista pela última vez sendo perseguida na floresta e nunca mais é encontrada. Trinta e três anos depois, Marcus Goldman, jovem escritor de sucesso, vai a Aurora encontrar seu amigo e professor, o respeitado romancista Harry Quebert, na esperança de conseguir superar um bloqueio criativo. Durante esse tempo, ele descobre que seu mentor teve um caso com a adolescente.

Depois de encontrarem o cadáver da garota em seu jardim, Harry é preso, acusado de ter cometido assassinato. Marcus precisa correr contra o tempo para inocentar o amigo, descobrir quem matou Nola Kellergan e escrever um romance bem-sucedido. [+]

 

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Queria ver você feliz, de Adriana Falcão — O Amor, essa entidade mítica, obstinada e perfeccionista, desempenha o papel de narrador na história real do casal Caio e Maria Augusta, pais da autora Adriana Falcão. Com linguagem poética e ao mesmo tempo bem-humorada, Adriana revela para seus leitores aquilo que poderia ser descrito como uma história trágica protagonizada por dois personagens atormentados por seus demônios.

Apaixonados, Caio e Maria Augusta se casam no Rio de Janeiro da década de 1950 e têm três filhas. Todo o sentimento que eles compartilham não impede que a personalidade exuberante de Maria Augusta se torne mais obsessiva e asfixiante com o passar do tempo, apesar dos medicamentos e dos tratamentos psiquiátricos a que é submetida. Caio, por sua vez, aprofunda uma melancolia que existia nele desde a adolescência, e que culmina nos anos 1970 em tentativas de suicídio. Mais do que uma história com final dramático, trata-se de memórias afetivas que alternam momentos de intensa felicidade e outros tantos de dor. [+]

Pó de lua, de Clarice Freire — Filha de Wilson Freire, parceiro do compositor Antônio Nóbrega, Clarice cresceu rodeada por artistas. Ela própria compõem letras de músicas e toca violão. Não é à toa que conseguiu encantar o público com a delicadeza de seus pensamentos, seu humor sutil e o traço despretensioso, que combina desenhos e fragmentos de palavras.

A obra segue o formato dos cadernos moleskine em que Clarice acostumou-se a exercitar sua criatividade. Inspirada pelas quatro fases da lua — minguante, nova, crescente e cheia —, ela trata em frases concisas e certeiras de sentimentos como a saudade, o medo, a paixão e a alegria, sempre em sua caligrafia característica, enfeitada com ilustrações singelas. [+]

O livro sem figuras, de B. J. Novak — Um livro sem figuras? O que tem de divertido nisso? Combinando simplicidade e criatividade de uma forma surpreendentemente engenhosa, O livro sem figuras inspira risadas toda vez que é aberto, criando uma experiência de diversão e interação entre adultos e crianças e apresentando aos pequenos leitores a poderosa ideia de que a palavra escrita pode ser uma fonte infinita de alegria e travessuras.

Um livro original e divertido capaz de transformar qualquer leitor em um verdadeiro comediante, que vai fazer as crianças implorarem para ouvir a história repetidas vezes. [+]

 

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Paris versus New York, de Vahram Muratyan — Vahram Muratyan é um jovem artista gráfico de origem armênia criado em Paris. Em 2010, depois de uma longa temporada em Nova York, ele criou o blog Paris versus New York como uma espécie de registro visual de suas experiências, um bem-humorado confronto entre duas das mais míticas cidades do mundo. O sucesso foi surpreendente e o blog teve mais de cinco milhões de visitas em um ano. A sofisticada batalha visual, travada por um amante de Paris vagando por Nova York, se transformou em livro e firmou o artista como um designer renomado, com uma carteira de clientes que inclui grandes nomes da moda, entre eles Prada e Chanel.

Este amistoso confronto artístico é dedicado aos amantes de Paris, de Nova York e àqueles que estão divididos entre as duas cidades. [+]

A lebre com olhos de âmbar, de Edmund de Waal — Um dos mais importantes ceramistas da atualidade, Edmund de Waal era fascinado pela coleção de 264 miniaturas japonesas entalhadas em madeira e marfim guardadas no apartamento do tio-avô, que vivia em Tóquio. Nenhuma daquelas peças era maior do que uma caixa de fósforos e, no entanto, seu valor revelou-se grandioso.

Mais tarde, quando herdou estes netsuquês, Edmund descobriu que, além da riqueza artística, eles carregavam uma história muito maior: revelavam o passado de sua família e eventos cruciais do século XX. A partir dessa delicada coleção, A lebre com olhos de âmbar, obra vencedora do Costa Book Award na categoria Biografia e finalista do South Bank Sky Arts Award na categoria Literatura, transporta o leitor desde um império em Odessa — passando pela Paris do fin-de-siècle e pela Viena ocupada pelos nazistas — até o Japão e a Inglaterra contemporâneos. [+]

Precisamos falar sobre o Kevin, de Lionel Shriver — Lionel Shriver realiza uma espécie de genealogia do assassínio ao criar na ficção uma chacina similar a tantas provocadas por jovens em escolas americanas. Aos 15 anos, o personagem Kevin mata 11 pessoas, entre colegas no colégio e familiares. Enquanto ele cumpre pena, a mãe Eva amarga a monstruosidade do filho. Entre culpa e solidão, ela apenas sobrevive.

Por meio de Eva, Lionel Shriver quebra o silêncio que costuma se impor após esse tipo de drama e expõe o indizível sobre as frágeis nuances das relações entre pais e filhos num romance irretocável. [+]

Eu me chamo Antônio, de Pedro Gabriel — Em seu primeiro livro, Pedro Gabriel apresenta uma narrativa que transita por todas as fases de um relacionamento amoroso: com um estilo simples e acessível, mas nem sempre óbvio, o leitor acompanha os encontros e desencontros de Antônio. Percebe-se uma irreverência no tom de versos e trocadilhos como: “Invista nos amores à primeira vista”. Outras emoções são apresentadas de forma singela, quando há uma separação, por exemplo: “Você, distante, diz tanto sobre mim”. Enquanto a angústia, sentimento que faz parte da instabilidade de qualquer casal, também é citada no livro: “Na dança do amor: dor pra cá, dor pra lá”.

Antônio é um personagem sensível e verossímil, talvez seja por isso que os leitores cultivem a dúvida sobre até onde vai a linha tênue que separa a realidade da ficção. [+]

testeO batom vermelho

Sempre fui uma excelente aluna mas, ao terminar o colégio, decepcionei-me pois não entrei na faculdade. Tinha feito apenas o vestibular da UFRGS. Quando o listão veio sem meu nome, prometi a mim mesma que, no ano seguinte, estaria entre os primeiros colocados. Assim, matriculei-me num cursinho e meti a cara nos livros.

Durante vários meses, estudei por mais de dez horas diárias. Quando enfio uma coisa na cabeça, sou meio maluca — naquele tempo, criei uma regra: copiava fórmulas e conceitos, colando-os por paredes, gavetas e recantos do meu quarto. A regra era nunca passar por um desses papéis sem lê-lo, de forma que, para vestir um agasalho ou pegar uma bolsa, eu antes tinha que enfrentar fórmulas de física, regras de português, três ou quatro equações matemáticas.

Bem, foi um tempo em que eu demorava bastante para me vestir. Porém, acordando cedo o suficiente para ler toda aquela papelada, eu me arrumava, lascava um batom vermelho nos lábios e ia para o cursinho. Como era muito atenta, fui convidada a integrar o grupo dos alunos que tinham aulas extras, aqueles considerados capazes de passar no vestibular com louvor. Eu estudava tanto que, tendo entrado no cursinho a fim de cursar arquitetura, já pensava em trocar para medicina, pois a turma dos crânios era quase toda de aspirantes a médicos. Enfim, o ano em que me matei de estudar foi também o ano do Plano Collor, uma época financeiramente desastrosa para nossa família. Recordo que, muitas vezes, saía mais cedo de casa e caminhava até o cursinho — era um jeito de fazer exercício e também de economizar a grana da passagem, que renderia um cinema no sábado.

Certa manhã, numa segunda-feira, venci as dezenas de quadras até a aula e, meio atrasada, sentei-me no meu lugar habitual lá no fundo. Por causa da pressa, esquecera-me de aplicar o batom vermelho. Então, o professor de matemática começou a sua aula — era um cara engraçado, falador e envolvente. Em determinado momento, viu-me lá no fundo e gritou:

— Ah, não! Sem o batom vermelho?! E numa segunda-feira? Vai nos dar azar a semana inteira! Pararei a aula até que a senhorita faça o favor de aplicar o nosso batom.

Foi uma risada geral.

Quase morri de vergonha, mas saquei o batom da bolsa, surgiu um espelhinho de uma colega e a aula seguiu seu curso. Alguns meses depois, a UFGRS publicou uma pequena lista de segunda chamada e meu nome estava lá. Eu ficara em centésimo primeiro lugar, e um aluno desistira. Entrei, portanto, para arquitetura. Foi uma passagem breve, e sempre me ficou a dúvida de como teriam sido as coisas se eu tivesse terminado o cursinho e prestado o tal vestibular para medicina. Mas aí, então, seria outro enredo para esta minha vida. Quanto ao batom vermelho, nunca mais usei.

testeO universo sombrio de Tim Burton

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Pode ser um personagem com tesouras no lugar das mãos, um esqueleto esquisito ou até mesmo uma noiva com ossos à mostra. Conhecido por criar um universo sombrio e surreal, Tim Burton é um dos nomes mais aclamados do cinema atual. Com mais de 30 anos de carreira, o diretor americano, responsável pela adaptação de O lar das crianças peculiares para os cinemas, é dono de um estilo que mistura horror e bom humor.

Fascinado pelo macabro, Burton começou a desenhar monstros e criar filmes ainda quando criança. Introspectivo, passava boa parte do tempo em casa. As referências desse período serviram de inspiração para a estética dark presente em quase todas as obras do diretor.

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E é praticamente impossível não identificá-las em filmes como O Estranho Mundo de Jack, Edward, Mãos de Tesoura, Os Fantasmas se Divertem, A Noiva Cadáver, A Lenda do Cavaleiro Sem CabeçaA Fantástica Fábrica de Chocolate. O estilo singular de dirigir histórias de terror com personagens inesquecíveis fez de Tim Burton uma referência em criação de universos totalmente originais.

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O autor Ransom Riggs e Tim Burton nos sets de filmagens

Com tanta criatividade e experiência para trabalhar em roteiros bizarros, o cineasta foi escalado para dirigir O lar das crianças peculiares, baseado no livro de Ransom Riggs. A obra, que mescla fotografias antigas e fantasia, conta a história de Jacob Portman, um adolescente de 16 anos, que precisa descobrir a verdade sobre a morte do avô. Para desvendar o mistério, ele segue pistas que o levam a um orfanato abandonado em uma ilha galesa. Mas Jacob não imaginava que o orfanato abrigava crianças com dons sobrenaturais, protegidas graças à poderosa magia da diretora, a srta. Peregrine.

Hollow City - capa e lombada.inddCom uma narrativa aterrorizante e um estilo parecido com os longas de Burton, o universo do livro poderia ter surgido da cabeça do próprio diretor, como ele mesmo afirmou. Eva Green, Asa Butterfield, Allison Janney, Ella Purnell e Chris O’Dowd  estão confirmados no elenco do filme, que estreia em setembro.

Cidade dos etéreos, sequência de O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares, foi publicado pela Intrínseca e já está à venda nas livrarias.

link-externoSaiba mais sobre a exposição O mundo de Tim Burton 

teste5 (ou 6) vezes que Leonardo DiCaprio deveria ter levado o Oscar

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Conhecido mundialmente por morrer congelado, ter algumas das melhores caras de perturbado de todos os tempos e rastejar como nenhuma outra pessoa do planeta, em 2016 o ator chega a marca de cinco indicações ao Oscar sem nenhuma vitória. Será que Hugh Glass, protagonista de O Regresso e personagem icônico da história americana conhecido pela sua resiliência, conseguirá quebrar a maré de azar que já dura 23 anos? Listamos as cinco vezes que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas deveria ter premiado DiCaprio:

1 – Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador (1993)

Antes mesmo de chegar ao estrelato com seu papel em Titanic, Leonardo DiCaprio já havia sido nomeado ao prêmio. Com apenas 20 anos, foi indicado como melhor ator coadjuvante pelo papel de Arnie Grape, o irmão autista do personagem título de Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador, interpretado por Johnny Depp.

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2 – O Aviador (2004)

Depois de seu sucesso como Jack, o homem que decidiu morrer afogado em vez de dividir uma porta com a personagem de Kate Winslet em Titanic, o ator passou por um período sem atuações muito marcantes. Isso mudou quando Martin Scorsese o convocou para o papel central em O Aviador, cinebiografia de Howard Hughes, engenheiro aeronáutico, industrial, produtor de cinema, diretor cinematográfico e um dos homens mais ricos do mundo. Nesse ano, o ator perdeu para Jamie Foxx que atuou em outro filme biográfico, Ray.

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3 – Diamante de Sangue e Os Infiltrados (2006)

Em 2006, DiCaprio esteve em dois filmes igualmente importantes para a premiação. Em Diamante de Sangue, ele interpretou o contrabandista sul-africano Danny Archer e em Os Infiltrados deu vida a um policial infiltrado na máfia. Ainda que DiCaprio tenha sido indicado pelo primeiro filme, o segundo deu a Martin Scorsese seu primeiro Oscar de melhor diretor. Muitos críticos acreditavam que a dose dupla aumentaria as chances de Leo.

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4 – Django Livre (2012)

Na produção de Quentin Tarantino, o inescrupuloso escravista Calvin Candie era ao mesmo tempo caricato e brutal. Em uma das cenas mais emblemáticas do filme, o ator cortou uma das mãos por acidente e continuou a cena como se nada tivesse acontecido. É possível ver a reação de espanto dos outros atores enquanto DiCaprio se mantém no personagem.

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5 – O Lobo de Wall Street (2013)

A última tentativa frustrada do ator (pelo menos, até que saibamos o resultado do Oscar neste domingo). Sua quinta parceria com Scorsese rendeu a terceira indicação ao prêmio de melhor ator pelo papel de Jordan Belfort, investidor americano e usuário de quantidades industriais de drogas.

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6(?) – O Regresso (2016)

O novo filme do ator vem conquistando todos os prêmios a que concorreu até agora. Inspirado no livro homônimo de Michael Punke, O Regresso mostra a história de sobrevivência e vingança de Hugh Glass, caçador americano do século XIX. Será que Glass será responsável por congratular Leonardo DiCaprio com o Oscar?

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Saberemos a resposta no dia 28 de fevereiro, quando acontecerá a 88ª cerimônia do Oscar. Boa sorte, Leo!

Leia um trecho de O regresso

testePerguntas para Jenny Han – ATUALIZADO

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Para todos que se apaixonaram pelo romantismo de Lara Jean e pelo gênio terrível — e irresistível — de Kitty Song, que já tiveram ou gostariam de ter tido um vizinho como Josh e um amigo como Peter K. ou até mesmo uma “amiga” como Genevive, o momento chegou! Envie sua pergunta para Jenny Han, autora norte-americana dos inesquecíveis romances Para todos os garotos que já amei e P.S.: Ainda amo você!

Mande nos comentários deste post a sua dúvida sobre o universo criado por Jenny Han: o que a inspira, suas semelhanças com Lara Jean e o que mais você quiser saber sobre os livros dela publicados pela Intrínseca. Os autores das cinco melhores perguntas receberão um kit exclusivo contendo os dois livros da escritora mais dois outros exemplares à escolha publicados pela editora.

RESULTADO:

Josiane de Cássia Magalhães:

Olá, Jenny Han! Geralmente os personagens de YA apresentam estereótipos, ao contrário dos seus. O que a faz criar personagens dessa forma? Em P.S.: Ainda amo você, você retratou o feminismo de forma sutil, mas com maior enfoque. O que a fez tratar sobre o assunto e como você acha que o feminismo influencia a forma como as pessoas, tanto garotos quanto garotas, tratam as diferentes etnias, gêneros e culturas?

Sabrina Castro:

Jenny, qual o maior desafio em escrever para o público jovem? E, principalmente, quando a protagonista tem uma nacionalidade que não é tão comum. A cultura coreana é pouco explorada na literatura YA, mas Lara Jean é claramente amada e encanta a maior parte dos leitores. O que levou você a decidir que ela seria coreana? Imaginava que a receptividade seria tamanha?

Fernanda Lopes:

A cada página que lia eu tinha certeza de que Lara Jean e Genevieve voltariam a ser amigas, mas isso não aconteceu, apesar de ao final de P.S.: Ainda amo você nós descobrirmos que Lara Jean ainda era importante para a ex-amiga. Por que a amizade entre as duas não voltou a existir? Você deu esse final a elas por alguma experiência própria?

Giovanni Plothow:

Quem acompanha a Jenny Han nas redes sociais sabe que ela adora a Taylor Swift, por isso gostaria de saber qual música da Taylor descreveria melhor a Lara Jean e por quê. Além disso, gostaria de saber se a Lara Jean compartilha o mesmo gosto musical da Jenny e quais são os artistas preferidos da personagem.

Mayara S:

Os doces de Lara Jean parecem deliciosos. Você já experimentou brigadeiro? Como são suas habilidades culinárias? Você gosta de cozinhar também? Qual receita você acha que seus leitores deviam experimentar?

 

testeEcos de uma pesquisa no sul do Brasil

O Nome da Rosa e Vinho - por Maurício Gomyde

O Nome da Rosa e Vinho – por Maurício Gomyde

Fiz, semana passada, uma viagem de pesquisa para o novo romance que estou escrevendo. Como um diário de bordo, levei o notebook para registrar sutilezas e impressões acerca das descobertas. Tinha mais de vinte perguntas anotadas e tentaria responder a todas, com observações e entrevistas, algumas agendadas. Quarta-feira era dia de mandar a coluna, e eu já tinha boas coisas anotadas sobre sons, imagens e cheiros da viagem. Mas, bendita e maldita tecnologia, fui traído por uma placa de memória fajuta, que resolveu parar de funcionar. Sou uma pessoa tecnológica, mas escrever e revisar um texto no celular está muito além da minha paciência e habilidade. E, ainda que eu tenha perdido os relatos iniciais e não tenha conseguido escrever a coluna, pensando bem, não foi de todo mal. Enquanto houver papel, caneta e minha memória ainda funcionar — chore, memória RAM: um a zero para mim —, nenhum fato ficará esquecido.

Estive na Serra Gaúcha, região de vinhedos. Na verdade, a história vai se passar num lugarejo fictício, minúsculo e isolado. Como um dos protagonistas é recluso, achei necessário ambientar a trama num local onde as possibilidades de interação fossem reduzidas. Saí de Brasília com boa parte da história pronta (acho que uns 70%), certo de que minhas pesquisas pela internet já haviam suprido muito das dúvidas que surgiram ao longo do caminho. Era uma questão apenas de confirmar o que eu já sabia.

Ledo engano.

A primeira pessoa que entrevistei, enóloga de uma das gigantes do setor de vinhos e espumantes, me disse: “Ainda bem que você veio, porque está cheio de bobagem na internet. Tem que ver para não errar.”

Como ouvi isso logo no primeiro dia, fiquei animado pela decisão de ter ido até lá. E ela tinha toda a razão: muito do que eu havia pesquisado não era exatamente como “na vida real”. Tentei ser o mais minucioso possível, daqueles que perguntam três vezes a mesma coisa só para ter certeza de ter entendido. Provei tanto espumante que devo ter extrapolado o nível mínimo de chatice em alguns momentos. O que se há de fazer? Se escolhi que meu personagem é dono de uma vinícola e se a pesquisa deve ir às entranhas do tema, um porre a mais ou a menos não fará grande diferença. Tratemos como brainstorming.

Ainda durante a viagem, acabei tomando um porre em homenagem à passagem de Umberto Eco para o plano superior, no dia 19, em jantar com um grupo num restaurante em frente a um vinhedo, daqueles saídos das páginas de um livro. Decidimos, ali, tomar uma garrafa para cada um dos sete romances dele. Do que me lembro, no Baudolino eu já estava chamando Jesus de Genésio e gritando no vale para ver se voltava algum eco. Vexame total.

Mais um dos grandes escritores que se vai, um dos últimos da safra do século XX. Como um bom vinho, sua escrita era refinada, com textura, aroma pronunciado e cheia de surpresas. Um teórico da comunicação de massa, das técnicas de escrita e dos que aplicavam com absoluta propriedade o hábito da pesquisa em seus livros. Lembrei-me, ali, da primeira experiência que tive com O nome da rosa, no fim dos anos 1980. Tenho um exemplar da primeira edição do livro, de 1983: as minuciosas descrições do monastério, na Itália medieval, onde aconteciam os crimes; as citações em latim, que eu pulava (ah, se houvesse internet nos anos 1980…); a argúcia de Guilherme de Baskerville para resolver os enigmas; a riqueza da descrição dos costumes, do linguajar e dos posicionamentos da Igreja; a envolvente e poderosa escrita, daquelas que a gente aprende algo novo a cada parágrafo…

Assim que cheguei de viagem, resgatei da minha estante o velho exemplar e comecei a reler. Obviamente, essa releitura foi completamente diferente da leitura daquele jovem que não sabia de nada — e que se tornou o adulto que sabe só um pouco mais. O sabor é outro; as percepções, também. A raiva que senti das longas descrições, à época, hoje saboreio com vontade e pedindo mais.

Pesquisando, vivendo e aprendendo… Um brinde a Eco. Tim-tim.

testeO roubo a museu mais badalado do mundo

The empty frame from which thieves cut Rembrandt's The Storm on the Sea of Galilee remains on display at the Isabella Stewart Gardner Museum in Boston. The painting was one of 13 works stolen from the museum in 1990

O roubo do Isabella Stewart Gardner Museum, em Boston. (fonte)

Se você curte museus e obras de arte, se é admirador de Rembrandt, certamente já ouviu falar do roubo ao Isabella Steward Gardner Museum, em Boston, nos Estados Unidos. O que talvez você não saiba é que a lista de semelhanças entre esse caso e o do Museu da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, é gigantesca.

Na noite de 18 de março de 1990, na véspera do feriado de Saint Patrick’s, um dos mais populares de Boston, uma dupla de ladrões chegou ao Isabella Stewart Gardner Museum e, fazendo-se passar por policiais, convenceu os vigias a abrir as portas da instituição. Os homens alegaram que tinham recebido um telefonema informando que criminosos em fuga haviam entrado ali em busca de refúgio. Ao cruzarem os portões do museu, os assaltantes renderam os seguranças, selaram seus lábios com fitas adesivas e os algemaram aos canos do porão, um local sem qualquer contato com o mundo exterior. Naquele dia, o museu perdeu treze obras de relevância mundial. Entre elas, três Rembrandts, um dos 36 Vermeers existentes em todo o planeta e um belíssimo Manet. Desde 1990, o crime é investigado por FBI, Scotland Yard e um batalhão de detetives particulares.

O roubo da Chácara do Céu também aconteceu na véspera de um feriado, na sexta-feira antes do Carnaval. Os vigias do museu carioca também foram facilmente rendidos e encurralados num ambiente fechado. Na Chácara do Céu, ficaram numa salinha de telefone sem janelas. As duas coleções atacadas foram montadas por mecenas que decidiram deixar seus acervos para usufruto público. Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, os bandidos deixaram para trás peças que eram tão ou mais valiosas do que as roubadas. E, por fim, em ambos os crimes a investigação continua aberta, sem nenhuma pista.

Agora as diferenças… Enquanto o museu dos Estados Unidos oferece uma recompensa de US$ 5 milhões por informações que levem à recuperação das obras de arte, a entidade brasileira — junto com o Ministério da Cultura — anunciou em 2006 uma recompensa de R$ 10 mil. Enquanto nos Estados Unidos o assunto é relembrado pela imprensa a cada aniversário, no Brasil foi totalmente esquecido. Por fim, enquanto nos Estados Unidos o roubo do Isabella Steward Gardner Museum já rendeu pelo menos cinco livros, no Brasil só há um: A arte do descaso.

testeMais um livro para editar e uma vida para recomeçar

Por Nina Lopes*

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Quem trabalha com livro pode acabar criando um distanciamento da história por precisar se preocupar com outras coisas, como questões de tradução, estrutura do texto, regras gramaticais. Nem sempre o livro agrada, mas eu guardo um carinho por todos nos quais trabalhei. Algumas vezes, inclusive, eu me apego tanto que acho que sou só uma fã disfarçada de profissional do livro. E foi praticamente o que aconteceu quando li Como eu era antes de você. Percebi que aquela não era só mais uma história de amor qualquer. Tinha algo a mais ali.

A história de Lou e Will me marcou, me fez perceber que a vida vai muito além dos limites de uma cidade pequena, me abriu um mundo de possibilidades e me levou a repensar questões como escolhas, egoísmo e liberdade. É um livro tão completo, tão único, que eu não esperava uma sequência. Quando fiquei sabendo da novidade, bateu um medo. E se não fosse tão bom? E se Lou não estivesse feliz depois de eu ter torcido tanto e imaginado um futuro lindo para ela?

Assim que a própria Jojo Moyes liberou nas redes sociais o primeiro capítulo de Depois de você em inglês, corri para ler. E aí me falaram: “Mas, Nina, nós já temos o livro inteiro aqui na editora, você pode ler.” Não fiz isso. Acho que eu precisava de uma pequena dose primeiro para regular minha ansiedade e me preparar para o que estava por vir. Só li o livro inteiro quando comecei a trabalhar nele. E, ao terminar, só posso dizer: escreva mais, Jojo, escreva mais.

Da mesma maneira que todo mundo quer ter colegas de trabalho legais, quem trabalha com livro é mais exigente e ainda quer personagens interessantes, porque eles serão nossas verdadeiras companhias ao longo dos dias por alguns meses. Jojo Moyes tem o talento de criar personagens únicos, mas os dessa história são os meus preferidos de todos os livros que já li dela. Com a sequência, ela nos proporciona a chance de reencontrar a família Clark, ver Thom fazendo mais bagunça, Treena dando os conselhos certos, o avô causando as situações mais engraçadas, e podemos acompanhar o amadurecimento de cada um deles. Ainda passamos por lugares diferentes, como Londres, Paris, Holanda, Grécia, e conhecemos personagens novos, como Lily, Sam, Jake.

211x319É incrível acompanhar o crescimento de uma personagem como a Lou, mas é ainda melhor por eu ter terminado com a sensação de ter crescido com ela. Ler Depois de você me fez revisitar tudo o que eu senti no livro anterior, trouxe novas perspectivas e surpresas, e reacendeu a saudade que eu sentia dos Clark e dos Traynor… e de Will. Ele, aliás, não será esquecido. Will tem a capacidade de mudar nossa vida. Na verdade, de nos ensinar a viver.

Quando terminamos de trabalhar em um livro como esse, ficamos na expectativa de que os leitores também percebam que é algo que realmente merece ser lido. São livros que fazem a diferença. Louisa Clark é marcante, por isso essa história é tão digna de uma sequência. Os leitores também precisam seguir em frente junto com ela. No fim, depois de tantos recomeços, saio com a sensação de que tanto a Lou quanto nós, leitores, vamos, sim, viver corajosamente, e mais do que nunca, Will, sabemos que temos possibilidades na vida.

*Nina Lopes é editora assistente no setor de ficção da Editora Intrínseca e é dessas que se apaixonam pelos personagens dos livros que lê.