testePenas ferinas

 

Daniel Más, foto de Ronaldo Câmara

Daniel Más era uma víbora espanhola que escrevia, no final dos anos 1970, a coluna social do Correio da Manhã. Seu nome precisa ser sempre lembrado quando se fala da última geração do moderno colunismo social brasileiro, aquela que veio, com humor rascante, para acabar com a instituição inventada por Jacinto de Thormes e Ibrahim Sued. Zózimo Barrozo do Amaral foi o maior de todos, com sua pena elegante e ao mesmo tempo ferina. Daniel Más fez o que pôde, com mais estridência, para demolir a ridicularia das velhas senhoras que ostentavam brilhantes de origem duvidosa ao lado dos maridos em black-tie

É verdade que essas vítimas de vez em quando faziam justiça com as próprias mãos — e sobrava uns cascudos, às vezes mais, no cocoruto do colunista do Correio. Daniel era o típico fraco e abusado, mas divertidíssimo.

O banqueiro Antonio Carlos de Almeida Braga, do Bradesco, cruzou com ele no Santos Dumont e e deu-lhe os tais cascudos de praxe. Dias antes tinha sido chamado de “gordo” numa nota. No dia seguinte ao encontro no aeroporto, Braguinha viu no jornal uma correção típica do estilo de Daniel Más: “O banqueiro Braguinha está magro como um sílfide.” E aí só restou a Braguinha cair na gargalhada.

Daniel Más estava no Correio na época em que Zózimo estreou no Jornal do Brasil, em 1969. Em São Paulo, com o mesmo estilo de descrer na humanidade, brilhava Telmo Martino. Os dois são personagens de destaque no meu novo livro, Enquanto houver champanhe, há esperança. Se os colunistas sociais anteriores ficavam deslumbrados com os ricos e lavavam os dedos em lavanda antes de batucar seus elogios, Daniel e Telmo tratavam-nos sem cerimônia. Zózimo, como era o mais elegante, e também gostava de um pugilato quando ele se apresentava, geralmente com torcedores rivais do Flamengo, não apanhou. 

Por causa de sua coluna serelepe, que dava um sacode no gênero, Daniel Más recebeu piparotes de variadas ordens de violência. Seus algozes eram grã-finos como Paulo Marcondes Ferraz, José Colagrossi e Eric Waechter. No dia seguinte aos cascudos, para esconder essas avarias, ele chegava à redação com óculos escuros da melhor grife. Era sua vingança. Pulava na mesa e gritava:

— Chegou o sol, e o sol sou eu.

Era um tempo em que as colunas não chamavam ninguém de “boa praça” nem “meu querido”, um expediente comum nas hoje porque o colunista sabe que todo mundo gosta desses carinhos e, em troca, o homenageado pode lhe depositar alguma informação no colo para a coluna de amanhã. É dura a vida do colunista. Daniel Más, quando não tinha as notas verdadeiras, inventava outras. Aos poucos, foi ficando sozinho, as portas batendo-lhe na cara, e acabou trocando o colunismo pelo roteiro de novelas. Emplacou algumas na TV Globo até falecer, em 1989. 

Era amigo de Zózimo e, na boa tradição das amizades inteligentes, sacaneavam-se. “O colunista Daniel Más, na plateia do Teatro Municipal, vendo Ella Fitzgerald, estava elegante no seu conjunto de colete e terno roxo-quaresma”, escreveu Zózimo, como se alguém pudesse ficar elegante num charivari cromático daqueles. No dia seguinte, estava no Correio a resposta de Daniel. “Zózimo Barrozo do Amaral finalmente aparou o bigode”, alfinetou, achando old fashioned a mania do amigo de cultivar um bigode que não se via mais em rosto jovem.

A foto de Daniel que ilustra este post (com a língua de fora, é claro, tripudiando da humanidade sem graça) é de Ronaldo Câmara, um dos acervos mais preciosos da gente que fez a história do Rio de Janeiro entre as décadas de 1960 e 80. Ronaldo fotografou todo mundo que importava naquele período. Íntimo de seus personagens, flagrava-os sem pose. A propósito, ele clicou Daniel Más fazendo um striptease — mas isso fica para um próximo post. Sempre será preciso renovar a lição de Daniel, de Zózimo e das fotos de Ronaldo Câmara: enquanto houve humor, há esperança.

testeMax Perkins na Netflix

“Não há nada tão importante quanto um livro”, escreveu Max Perkins, um dos mais importantes editores norte-americanos. Levando a sério a frase escrita em uma carta, Max Perkins dedicou a sua vida à literatura e fez história ao revelar talentos como F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Thomas Wolfe e Taylor Caldwell nos anos 1920.

A trajetória de Perkins — pessoal e profissional — é contada em detalhes em Max Perkins: um editor de gênios.  Por 36 anos, ele foi muito mais que um editor.  Foi crítico, terapeuta, financiador, administrador de carreiras, confidente e amigo de escritores que viriam a se tornar alguns dos maiores nomes da literatura no século XX. Apesar de permanecer invisível por trás dos autores, Perkins se tornou uma lenda no mercado editorial.

A biografia, publicada pela Intrínseca em 2014, foi adaptada para os cinemas e está disponível na Netflix. O mestre dos gênios conta com Jude Law, Colin Firth, Nicole Kidman, Laura Linney, Vanessa Kerby, Guy Pearce e Dominic West no elenco. Assista ao trailer:

testeO universo não se importa. Ainda bem.

Por Bruno Machado*

Buracos negros não se importam com nada. (Fonte)

É comum acreditar que, quando todas as coisas parecem dar errado, existe alguma conspiração universal focada em acabar com os seus planos. Tudo parece desandar, as pessoas horríveis surgem a todo momento e o pessimismo cresce com força total. Nessas horas, é importante lembrar: o universo não está dando a mínima para o que acontece na Terra, e é maravilhoso que ele funcione assim.

Essa informação parece um convite ao pessimismo, mas na verdade é uma verdadeira bênção. Se somos insignificantes perante a magnitude do cosmos, é de se pensar que conspirações, sejam elas divinas ou meramente mundanas, não se apliquem a nós, humanos. E que tudo que fazemos ou deixamos de fazer não depende de sorte ou crença, e sim de trabalho árduo. Lendo o novo livro do físico Stephen Hawking, Buracos negros, é possível perceber que a nossa melhor característica para a galáxia é a irrelevância.

Em duas palestras à BBC, Hawking apresenta uma informação interessante: buracos negros não se importam com nada, e você deveria ser um pouco assim. Depois de anos de teses, artigos, livros, palestras, o objetivo do físico é o mesmo: mostrar que a ciência pode não ser tão complicada assim.

“Dizem que às vezes a realidade é mais estranha que a ficção. Em nenhum lugar isso é mais verdadeiro que no caso dos buracos negros. Os buracos negros são mais estranhos que qualquer coisa já sonhada por escritores de ficção científica, mas são fatos do mundo da ciência.”

No livro, o autor/cientista explica que, até que seja provado o contrário, nada passa despercebido por um buraco negro. Mesmo a luz fica presa no horizonte de eventos (de uma forma resumida, é a “borda” do buraco negro). E o que está dentro de uma dessas estruturas espaciais? Ninguém sabe com certeza. O físico até aponta que, se buracos negros expelissem qualquer tipo de informação, seria algo tão aleatório que a chance de sair uma nave espacial, uma enciclopédia em capa dura ou um vaso de plantas é exatamente a mesma.

Brincadeiras à parte, Hawking explica que a ciência dos buracos negros é algo tão complexo e colossal que, se um dia formos capazes de entender o funcionamento de uma dessas coisas, a humanidade dará início a uma nova era, na qual a compreensão e o debate sensato substituirão o espetáculo de sandices e absurdos que vivemos hoje.

Então, enquanto a ciência não conseguir explicar algo que mais parece saído de um livro de ficção científica, seguiremos flutuando pelo espaço em nosso planeta quase-não-tão-azul-assim. Nossas brigas, disputas e sentimentos continuarão não importando nem um pouco, e talvez seja uma boa ideia repensar o tamanho daquela discussão que você teve com seus pais ou o quanto o estresse do trabalho influencia a sua vida. Enquanto isso, o universo segue seu caminho como o esperado. Ainda bem.

>> Leia um trecho de Buracos negros

 

* Bruno Machado é um ser da espécie Homo sapiens que habita o planeta Terra e que por acaso trabalha como assistente de mídias sociais na Intrínseca e nunca conseguiu ir num planetário mesmo que a editora seja do lado de um. Coincidência, não?

testeTalento Vs. Esforço

Por Roberto Jannarelli*

Michael Jordan é a prova que esforço é indispensável. (Fonte)

Vou contar um segredo para vocês. Minha chefe, que já escreveu muitos textos aqui para o blog, não sabe, mas quando deixou sob minha responsabilidade o livro Garra, de Angela Duckworth, me fez um grande favor. Eu lembro que pesquisei brevemente sobre o livro e logo de cara a premissa me encantou. A autora defende a ideia de que uma mistura de paixão e perseverança, que ela chama de garra, pode suplantar a cultura do talento.

Não posso negar que houve uma identificação com a teoria. Explico: antes de trabalhar com livros, minhas carreiras de halterofilista e Mister Universo foram calcadas em muita dedicação e pouquíssimo, diria que quase nenhum, talento — mas como eu ainda não possuía garra, acabei no mercado editorial mesmo.

Brincadeiras à parte, a ideia de que determinação e força de vontade podem superar o talento de fato me é muito cara, e realmente sempre me identifiquei mais com os determinados do que com os talentosos. Nada contra os talentosos, inclusive tenho muitos amigos que são, mas o êxito alcançado depois de muito esforço me parece mais satisfatório do que um simples dom divino que te deixa bom em tudo.

Em Garra, Angela usa muitos exemplos de sucesso que são inspiradores. Empresários, empreendedores, acadêmicos, atletas olímpicos e profissionais, todos com uma história que comprovam a tese: não teriam vencido se tivessem dependido do talento, ou ao menos apenas do talento. São muitas histórias mesmo, todas muito interessantes e que devem causar identificação de acordo com a trajetória de cada leitor, por isso pensei em destacar aqui as minhas preferidas:

Academia Militar West Point

“Quando um cadete pisa no campus de West Point, ele fez por merecer”. Essa é conclusão da própria autora, que estudou a fundo o processo de admissão na Academia Militar norte-americana. Esse, aliás, foi um dos primeiros e principais projetos dela na tesa de Garra, mas não da maneira mais simples que podemos imaginar. Angela não estudou o processo de aprovação na Academia, mas a permanência dos cadetes aprovados.

O processo seletivo de West Point consiste em provas teóricas e práticas, além de testes físicos e uma avaliação das notas no ensino médio. São indispensáveis notas altíssimas em todas as etapas. Depois das provas, os cadetes são classificados de acordo com uma Pontuação Integral do Candidato. Ou seja, depois da classificação, todos sabem quem é o primeiro da turma, o segundo, e assim por diante até o fim da lista aprovados.

Logo no início, os calouros participam de um exaustivo período de sete semanas de treinos carinhosamente apelidado de “Beast Barracks” (algo como “Quartel das Feras”), no qual os cadetes são submetidos a séries brutais de exercícios intercalados com aulas teóricas, tudo isso começando às 5h30 e com toque de recolher marcado para 22h, sem pausas de fim de semana nem feriado.

Como a taxa de desistência depois do Beast era enorme, Angela levantou o seguinte questionamento: por que alguém que passou dois anos tentando entrar numa instituição a abandona nos dois primeiros meses?

Depois, a autora seguiu em frente e se perguntou quem então seriam os desistentes e quem passava por essa fase e se formava na Academia. A surpresa foi que não havia nenhuma relação entre a Pontuação Integral do Candidato e a capacidade de superar o Beast, isto é, os primeiros colocados no sistema de notas (uma das maneiras de se classificar o talento são as notas, certo?) eram superados com frequência por aqueles que não se destacaram na seleção.

Foi então que Angela Duckworth conseguiu implementar a ideia de que a garra poderia ser mais importante que o talento para se alcançar o sucesso em um dos ambientes mais rígidos da cultura norte-americana. E a partir daí seu conceito de garra foi inserido em diversos processos seletivos dos Estados Unidos.

Angela Duckworth — Ela mesma

Uma história que percorre vários momentos de Garra é a da própria autora. Logo no início do livro ela conta que foi criada em um ambiente muito exigente. Seu pai, um cientista e estudioso, dizia com naturalidade que a filha era inteligentíssima, mas que “de gênio não tinha nada”. Isso não apenas em referência a notas do colégio ou qualquer outro tipo de teste; desde sempre. Imagine você, uma criança feliz entregando um desenho feito especialmente para seu pai e ouvindo essa resposta. Pois é, foi nesse ambiente que Angela foi criada.

Primeiro, o que me tocou nessa história foi a habilidade da autora de contar isso tudo sem rancor. Ela de fato entendia o pai, cientista, racionalista, e que na verdade tinha razão. Angela não era um gênio na juventude. Ela conta no livro que não participou de nenhuma turma avançada nas disciplinas que queria durante o ensino médio e que toda a sua trajetória posterior como pesquisadora foi baseada na dedicação exaustiva, muito estudo, para que finalmente pudesse ser agraciada com as principais bolsas de estudo dos programas de pós-graduação em psicologia, área em que hoje é considerada referência.

De uma maneira simpática, emocionante, Angela Duckworth mostra como ela própria é um exemplo de que a garra foi mais importante que o talento para alcançar o sucesso na área acadêmica — e para ter o reconhecimento de seu pai, o que emociona ainda mais o leitor.

Kevin Durant e Michael Jordan

A última das três histórias de superação tem a ver com uma área de afinidade minha. Como disse antes, a autora usa muitos exemplos de atletas na pesquisa. Dessa forma, o leitor pode se identificar com a modalidade que mais gosta — se você gostar de esportes, claro.

No meu caso, foi a história do jogador de basquete Kevin Durant, um dos melhores jogadores da NBA atualmente. No livro, ele explica como treina sozinho até dominar os movimentos, depois em dupla, depois em dupla com defesa, depois em trio, e assim progressivamente até praticar com o restante do time em treinos “normais” de cinco contra cinco. Isso tudo com supervisão e análise de porcentagem de acerto para saber o momento certo de mudar de fase. A autora chama esse tipo de treino de prática disciplinada, uma das ferramentas para o desenvolvimento de uma cultura de garra — porque sim, a garra não é uma habilidade inata, ela pode ser desenvolvida.

É claro que tudo isso ficou muito mais claro para mim depois de ler Garra, mas talvez eu tenha gostado tanto da tese de Angela Duckworth por conta da identificação com as histórias pessoais contadas no livro. No meu caso, os exemplos esportivos foram muito importantes para causar essa empatia. Ao contrário do halterofilismo, o basquete não foi uma prática que ficou no campo da ficção na minha adolescência. E de uma maneira inconsciente, foi por meio da prática desse esporte que eu percebi que estava mais para o time dos esforçados do que o dos talentosos. E não tenho vergonha nenhuma disso.

Para terminar, vou contar uma história, não minha, mas de um cara chamado Michael Jeffrey Jordan. Você talvez se lembre dele se tirar nome do meio. Quando eu treinava meus arremessos, na longínqua época em que tinha quinze anos, descobri que, no ensino médio, esse cara só tinha conseguido a vaga no time do colégio no último ano antes de ir para a faculdade. Jordan passou os três anos anteriores sendo cortado nos testes. Mesmo assim, quando alcançou o objetivo, nem de longe foi considerado o melhor jogador na sua idade no país — foi “só” um ótimo jogador, ou, como diria o sr. Duckworth, “nenhum gênio”. Continuou treinando muito, aprimorando suas técnicas e, por isso, quando se formou na escola, conseguiu vaga no time de uma das mais tradicionais universidades do país. Lá, foi campeão no primeiro ano, fez cestas importantes, foi um dos principais jogadores. Mas não o principal; nunca foi “o cara”, era só mais um entre os melhores.

No momento de ele se profissionalizar, dois times preferiram outros jogadores e deixaram de contratá-lo, ficando Jordan em terceiro na lista dos calouros da NBA em 1984. Mas ele continuou praticando, melhorando cada detalhe possível, até chegar o momento em que dominou o esporte. Ganhou seis títulos da NBA, duas medalhas de ouro em jogos olímpicos, inúmeros prêmios individuais e, sem exagero, fez o jogo parecer fácil. Esse vídeo explica um pouco o que quero dizer: Michael Jordan, somente o melhor jogador de basquete de todos os tempos, também não foi um produto apenas do talento; o diferencial dele foi a garra mesmo.

Guardadas a proporções e diferenças nas atividades, a história de Angela Duckworth me lembrou muito a desse ídolo do esporte. Ela também trabalhou muito para, de uma aluna mediana no ensino médio, ser uma pesquisadora notável no campo da psicologia. Seu pai que me desculpe, mas Angela se tornou sim um gênio. E escreveu um livro que, além de nos dar exemplos de histórias em que a garra supera o talento, ensina a desenvolvê-la, seja para uso pessoal, da equipe que você gerencia, ou na criação de seus filhos.

Em outras palavras, Garra dá todas as ferramentas para que você escreva a sua própria história de superação.

Agora é com você.

 

* Roberto Jannarelli é editor assistente de livros estrangeiros da Intrínseca e tomou para si a prática de disciplinada de não contar histórias da sua adolescência o tempo inteiro para os colegas de trabalho. Às vezes é difícil, mas ele tenta.

testeDiga-se de passagem

 

Quando eu era criança, sonhava ser atriz.

Essa vontade durou até um pouco depois da infância, não pelo desejo da fama ou pela glória diante de todos — talvez até fosse secreta e inconscientemente. Eu era tão tímida que talvez desejasse ver a fama cuidando do trabalho de fazer amizades por mim, mas apenas por um grande motivo: eu queria ter a possibilidade de viver várias vidas numa só.

Uma atriz quase literalmente incorpora diversas pessoas ao longo da sua — curta demais, por que a vida é tão fugaz? — existência. E isso parecia a solução perfeita para o fato de que, sim, eu seria uma só, com uma vida só, com escolhas mutáveis e as assustadoramente definitivas.

Monótono, igual, previsível, eu achava.

Via os atores mirins, os da minha época: Macaulay Culkin, Elijah Wood, Mara Wilson, todos os Batutinhas ou os maravilhosos do Castelo Rá-Tim-Bum apareciam de repente com outras roupas, em outros filmes ou sendo entrevistados em programas de auditório com um novo jeito de falar, andar, olhar, outro cabelo… Eram outras pessoas. Tinha de fato algo de mágico ali, e, nossa, eu os invejava de todo o coração.

Invejava também as aventuras que viviam: florestas geladas, fugas com cachorros, magia, perigo — com a certeza, obviamente, de que tudo daria certo — e uma vida emocionante. Tudo aquilo, até certa idade, era real para mim. Quando entendi que era atuação, trabalho, luz, câmera, ação, eu achava que fingir já estava ok. Tudo bem, aceito. Confesso que me conformei rapidamente. Melhor isso do que a previsibilidade da vida normal, eu achava. Em outras palavras, melhor isso do que uma vida só.

Até fiz um tempo, maravilhoso, de teatro, que ajudou a me encontrar como gente, mas não segui em frente. A vida me levou por outros caminhos e fui para a plateia mesmo, que é um lugar brilhante. A plateia do teatro, do cinema ou a cadeira de casa, onde abrimos um bom livro e somos transportados para longe.

Gosto de ser plateia. Adoro ser leitora. Sempre gostei de ler. Assistir é bom.

Mas cá estou eu aqui, neste momento, escrevendo, não lendo.

De repente percebi que escrevo.

Hoje em dia, talvez, tanto quanto ou mais do que leio, sinceramente. Escrevo e escrevo e escrevo histórias, poesias, pensamentos, esta coluna…

…Escrevo a minha única vida.

Do dia para a noite você não é mais aquela criança sonhando com aventuras em florestas mágicas, mas uma bem crescida criatura vencendo a selva. Do mundo e da sua própria alma, diga-se de passagem.

Ei, você, me leu? Diga-se de passagem!

Estamos aqui de passagem.

Imaginemos agora uma estação de trem. Milhares de pessoas apressadas indo e vindo, entrando e saindo… O que guardam nas mãos e nos bolsos? Passagens. Nos aeroportos, milhares de passagens. No meu relógio mais velho que a fome, o tempo também está de passagem. E como passa depressa!

Não mais que do dia para a noite, eu me percebo vivendo, como previa, uma vida só. E normalmente minhas passagens são só de ida — poucos passos na vida real têm um retorno —; raro ser ida e volta. Mas as voltas existem. Claro, graças a Deus elas existem. Mas as voltas, a palavra já fala por si só, já foram a algum lugar. Então trazem o cheiro do vento, a marca do sol, a poeira nos pés, a memória de onde foi. A volta, afinal, foi a algum lugar, e nunca voltamos os mesmos quando vamos a algum lugar.

Gente, até as voltas já passaram.

Mas, reconheço, estar de passagem tem a sua maravilha: estamos magicamente em transformação.

Uma espécie de mutação constante que às vezes evolui e outras retrocede, verdade, mas é dinâmica, viva, nunca parada… Sempre e sempre

de passagem.

A vida até me deu hoje amigas atrizes. Brilhantes atrizes! Adoro assisti-las porque sei como são na vida real e isso tem um gosto bom; volto à minha infância. Acho fantástico observar aquela pessoa normal que almoça comigo segurando uma espada, travando batalhas com um amor proibido, vivendo outra vida. Acho o máximo.

Eu na plateia, elas em cena.

Quando a cena acaba, somos todos “povo 1”, “multidão 3” ou “transeuntes da rua 4” mesmo. Pela rua, em casa, vivendo a passagem da vida normal.

Elas e eu. E você, caro leitor.

Saí dos palcos, dei um jeito de escrever. O que me tira da “total plateia”, talvez?

Escrevo um papel e ao vento também. Todos os dias, quando acordo, escrevo sem papel o roteiro do dia, na verdade dos próximos segundos do dia, e eles normalmente não obedecem ao que está no script. Os atores da nossa “uma vida só” são demasiadamente livres, criativos e surpreendentes para se deixarem guiar por um roteiro, ainda que ele seja fantástico, porque vão dar um jeito de inventar um ainda mais mirabolante, inimaginável, surpreendente. E bota surpreendente nisso!

Nossa vida está de passagem; estamos passando, sim. Somos passageiros de um trem sem destino certo. O destino: mistério. O caminho: aventura, drama, romance e, por favor, grandes doses de fé e coragem.

As aventuras do meu hoje em dia superam — ô, como superam — a emoção daquelas histórias fantásticas do cinema.

Diga-se sempre: estou de passagem! Diga-se de passagem.

E tudo ganha vida própria. Muito mais de mil vidas numa só.

Acho que perdi a inveja dos meus queridos atores mirins.

Do fundo do meu coração.

testeLivros para cada signo

 Criamos uma lista com os livros que mais combinam com as características de cada signo e que serão ótimas leituras para começar o semestre com os astros a seu favor.

 

ÁRIES

Arianos são conhecidos por sua impulsividade, por entrarem em brigas com uma facilidade de dar inveja e por serem muito competitivos. Se existe uma personagem ariana no mundo, com certeza é a Claudia, de Os Irmãos Tapper. No livro, ela e o irmão Reese declaram guerra um contra o outro e estão determinados a sair vitoriosos, custe o que custar. Porém, apesar dos estereótipos, arianos também são muito determinados, corajosos e confiantes. Essas características são fundamentais em momentos como o vivido pelo comandante Chesley Sullenberger, autor de Sully, que precisou contar com toda a intensidade ariana para tomar a melhor decisão em uma situação desafiadora.  

 

TOURO

Taurinos esperam ansiosamente que a Lei da Inércia entre na Constituição. Fãs de estabilidade, preferem relacionamentos duradouros e gostam de planejar os próximos passos da vida. Nossos tourinhos com certeza se identificarão com Nós, livro em que Douglas, casado há muitos anos, planeja uma viagem com a família antes de o filho ir para a faculdade. Contudo, impossível falar de Touro sem pensar em um banquete, então, como ninguém – especialmente os taurinos – resiste a uma boa comida, Pequena cozinha em Paris traz receitas incríveis que vão encher os olhos e o estômago dos amantes de uma boa refeição.

 

GÊMEOS

Geminianos são muito curiosos, sempre tentados a clicar em todos os links com o nome “curiosidade” na frente. Uma leitura excelente para os geminianos é Uma história do mundo, que revisita fatos e personalidades históricas, mostrando que a história pode ser ao mesmo tempo grandiosa e popular. Com 616 páginas, certamente nossos geminianos do coração terão muito conteúdo para alimentar suas cabecinhas famintas por informações. Já para o lado comunicativo e falante, Madeline, de Pequenas grandes mentiras, é uma personagem divertida, forte e que tem opinião sobre tudo. Além, é claro, do mistério que existe na história, que os geminianos vão amar desvendar. 

 

CÂNCER

Impossível falar do signo de Câncer e resistir ao impulso de colocar um coraçãozinho do lado. O signo mais amorzinho do zodíaco tem fama de chorão, mas no fundo possui uma força enorme. Para os cancerianos, escolhemos O som do amor, que é um romance com personagens fortes e determinados, no qual a violonista Isabel Delancey precisa se mudar para uma nova casa com seus filhos após a morte do marido. E, como família nunca é demais, dedicamos aos cancerianos a nossa maior “mãe coruja”, Alma Peregrine, que comanda o lar para as crianças peculiares com o cuidado, a atenção e a gentileza típicos de uma mãe de Câncer. 

 

LEÃO

Chegou a hora do signo que deve estar até hoje se perguntando por que não é o primeiro das listas sobre signos. Nossos leoninos têm um amor-próprio de dar inveja, e, com a motivadora frase “Você é lindo e as pessoas te amam”, Apolo, de As provações de Apolo, representa bastante esse lado leonino que está muito bem consigo mesmo e que tem certeza de que possui habilidades suficientes para cumprir sua missão. Além disso, os leoninos são muito leais, tanto que poderiam assumir o lugar de uma pessoa querida para poupá-la de um sofrimento. Foi isso que a personagem de As mil noites fez por sua irmã ao se voluntariar a ir ao palácio de Lo-Melkhim, que já havia matado 300 noivas e procurava pela 301ª.     

 

VIRGEM

Virginianos estão em um relacionamento sério com o perfeccionismo e a organização. Eles farão de tudo para que as coisas sejam como devem ser. Ted Talks vai ajudá-los na difícil tarefa de falar em público. Com as dicas de Chris Anderson, presidente do TED, os discursos e as apresentações dos virginianos ficarão ainda mais impecáveis. E, para organizar os pensamentos e sentimentos diários, temos Uma pergunta por dia, que traz 365 perguntas que devem ser respondidas diariamente durante cinco anos. Os virginianos vão amar registrar seus momentos e objetivos ao longo do tempo em um só lugar.

 

LIBRA

Estamos na dúvida sobre qual signo falar agora. É melhor ser de Libra ou de Peixes? Decisão difícil. Não seria mais fácil se existisse alguma coisa que te ajudasse a escolher a melhor opção? Fiquem calmos, librianos, nós ainda não podemos resolver todos os problemas da vida, mas a indecisão sobre qual vinho comprar está com os dias contados! O guia essencial do vinho: Wine Folly tem informações claras e acessíveis sobre o mundo dos vinhos e as combinações ideais para cada momento. Feito para não errar mais, né? Já para quem está atrás de novos crushes para saborear os vinhos – ou para qualquer outra coisa – indicamos um manual da conquista com selo de qualidade Barney Stinson. Playbook: O manual da conquista é baseado na série de TV How I Met Your Mother e sugere mais de 70 técnicas de sedução que transformarão qualquer um em um perfeito conquistador. 

 

ESCORPIÃO

Dizem por aí que escorpianos vieram ao mundo como mestres na arte da sedução. Nós não podemos dizer se é verdade ou não, mas, se sedução é a sua palavra, então Cinquenta tons de cinza é o seu livro ideal. Romântica, libertadora e viciante, essa história vai dominar sua atenção até a última linha. Já para o lado instintivo, cauteloso e intenso, a protagonista de A química representa os escorpianos pelas técnicas apuradas para enfrentar as ameaças, pela engenhosidade na construção dos métodos para cumprir sua missão e pela intensidade do romance que vive e que traz ainda mais adrenalina e aventura para sua vida.

 

SAGITÁRIO

Sagitarianos topam tudo, mesmo que “tudo” envolva aceitar fazer uma roadtrip com um homem misterioso que você conheceu no trem. Ok, talvez seja melhor não fazer isso na vida real, mas foi o que Shadow, de Deuses americanos, fez ao aceitar o convite de Wednesday para sair por aí em uma expedição por cidades inusitadas dos Estados Unidos. Como também não dá para pensar em Sagitário sem se lembrar das festas, Temporada de acidentes conta os preparativos para uma festa de Halloween que acontecerá durante o período conhecido como “temporada de acidentes”, em que, inexplicavelmente, Cara e sua família se tornam vulneráveis a diversos tipos de acidentes.

 

CAPRICÓRNIO

Capricornianos em geral são associados ao dinheiro, porém, no fundo, eles estão em busca de conquistas pessoais que muitos de nós, meros mortais, não entenderíamos. Como o sucesso é consequência de muito esforço, escolhemos Elon Musk e Garra para esse signo. Elon Musk é um cara ambicioso que construiu um império e tem objetivos ainda maiores, como colonizar Marte. Já Garra é um livro pessoal e inspirador no qual a psicóloga Angela Duckworth demonstra que o segredo para incríveis realizações não é o talento, mas uma mistura de paixão e perseverança que ela chama de “garra”. Se o sucesso é seu objetivo, o caminho passa por esses livros, com certeza.

 

AQUÁRIO

Aquarianos são pessoas criativas que têm a liberdade como palavra de ordem. Por isso, Destrua este diário é a cara desse signo. Sabemos que frases no imperativo não combinam muito com o estilo de vida aquariano, mas, quando essas “ordens” podem ser seguidas do seu jeitinho, aí é outra história. Esse livro dará liberdade para criar e inventar a cada página: é uma quebra de padrões e, no fim, nenhum diário fica igual ao outro. Criatividade e exclusividade, a única coisa mais aquariana que isso é aquela típica mania de ser do contra. E falando nisso… tem uma menina com poderes fantásticos que decidiu que ser heroína não é legal, ela quer mesmo é ser vilã. Em um quadrinho inovador, Nimona traz a alma aquariana dos “diferentões” com humor e lições fantásticas.

 

PEIXES

Como não amar nossos peixinhos do zodíaco?  Mesmo que nem sempre o pensamento deles esteja neste planeta, sua presença é sempre muito agradável. Os livros escolhidos para os piscianos são repletos de devaneios e fofura para representar bem esse signo que encerra a lista. Para os pensamentos que vão longe e as reflexões que nunca acabam, indicamos Pó de lua nas noites em claro, livro de poesias de Clarice Freire no qual ela vira a madrugada ao avesso em palavras e imagens, dedicando cada capítulo a uma hora. E toda a meiguice pisciana fica com Extraordinário, a história de Auggie, que nasceu com uma severa deformidade facial e que precisa ir à escola pela primeira vez. As primeiras páginas do livro são suficientes para entender o porquê dessa escolha.

teste12 Thrillers para 2017

Agora que 2016 acabou, muitas são as esperanças para que 2017 seja um ano incrível, cheio de boas notícias. E, se depender da Intrínseca, os fãs de thrillers já podem comemorar. Neste ano publicaremos um livro do gênero por mês! Confira os lançamentos do primeiro semestre:

Para abrir a lista, em janeiro temos o lançamento de um autor premiadíssimo: Joël Dicker. Em seu novo romance, O livro dos Baltimore, Dicker investiga o passado de Marcus Goldman, emblemático personagem de seu livro anterior, A verdade sobre o caso Harry Quebert, fenômeno de vendas no mundo todo. Marcus Goldman teve uma juventude inesquecível em Baltimore, ao lado dos primos e dos tios. Mas a felicidade aparente não condizia com a realidade, e o dia do Drama marcou o destino fatídico das pessoas que ele mais amava. Oito anos depois, Marcus ainda tenta montar o quebra-cabeça do Drama, lidar com as consequências e entender o que aconteceu.

>> Leia também: A verdade sobre a família de Marcus Goldman

 

Em fevereiro, teremos um extraordinário romance de estreia: A viúva. Fiona Barton, uma jornalista experiente e premiada, já entrevistou vítimas, culpados, famosos e anônimos afetados por tragédias, mas, ao decidir escrever seu primeiro livro, escolheu como personagem principal uma coadjuvante do drama. Ela conta a história de Jean Taylor, que permanece ao lado do marido mesmo quando ele é acusado de um crime imperdoável. Entretanto, depois que ele morre, ela se sente livre para contar a sua versão. Narrado das perspectivas de Jean Taylor, a viúva, do detetive Bob Sparkes e da repórter Kate Waters, o thriller reconstrói uma investigação policial ao mesmo tempo que desconstrói impiedosamente um relacionamento.

> Leia um trecho

 

Para fechar o primeiro trimestre com chave de ouro, lançaremos o aguardado livro Quem era ela. Um thriller psicológico incrível que conta a história de duas mulheres: uma que busca um final feliz e outra que leva uma vida cercada de mistério. Emma procura um novo lugar para morar e descobre Folgate Street, nº 1: uma obra-prima da arquitetura. Mas os moradores têm que seguir regras estritas. Depois de sofrer uma perda, Jane precisa recomeçar. Ela se apaixona à primeira vista pela casa e, ao se mudar, logo fica sabendo da morte trágica que ocorreu ali. Enquanto tenta separar as verdades das mentiras, Jane acaba fazendo as mesmas escolhas de Emma e vivenciando as mesmas situações aterrorizantes. O autor, bastante famoso por seus livros de ficção, usou o pseudônimo JP Delaney para escrever seu primeiro thriller. Tem tudo para ser um sucesso.

Em abril, teremos Antes da queda, novo best-seller de Noah Hawley, premiado escritor da série Fargo. Considerado por diversos veículos o melhor thriller de 2016, o livro narra o acidente de um pequeno avião com 11 passageiros do qual só dois sobrevivem, um pintor e uma criança, último membro de uma família rica e poderosa. À medida que a história prévia de cada um dos tripulantes é revelada, estranhas coincidências apontam para uma conspiração. Terá sido obra do acaso um acidente que matou as figuras mais importantes dos Estados Unidos? Impossível de largar, Antes da queda investiga a geografia da alma humana, o destino e os laços que nos unem, sem deixar de lado o ritmo alucinante, que faz com que o leitor não queira nem dormir.

Clare Mackintosh trabalhou durante 12 anos na força policial da Inglaterra. Quem melhor que uma ex-policial para escrever um thriller? Ainda sem título em português, I let you go é o thriller de maio! O livro ficou mais de três meses entre os dez títulos mais vendidos de 2015, segundo o The Sunday Times, foi considerado um dos dez melhores romances policiais de 2016 pelo The New York Times e vai ser traduzido para mais de trinta idiomas. A obra conta a história de Jenna Gray, cuja vida se transforma em um pesadelo. Sua única esperança é se afastar de tudo que a faz lembrar o trágico acidente que matou seu filho e recomeçar. Jenna decide se mudar para um chalé na remota costa escocesa, mas continua assombrada por seus medos, seu luto e suas memórias. Aos poucos ela começa a vislumbrar felicidade em seu futuro, mas o passado está prestes a alcançá-la, e as consequências podem ser arrasadoras.

Também sem título definido pela equipe editorial (esse pessoal adora deixar a gente no suspense), The book of you, romance de estreia de Claire Kendal, fecha nosso semestre de excelentes thrillers. Clarissa está cada vez com mais medo de seu colega Rafe. Ele não a deixa sozinha, aparece em todos os lugares e se recusa a receber um não como resposta. Clarissa fica aliviada ao ser selecionada para fazer parte de um júri. O tribunal é um paraíso de segurança onde Rafe não pode colocar os pés. Mas, à medida que um caso de sequestro e abuso se desenrola na corte, Clarissa começa a ver muitos paralelos entre sua situação e a da jovem no banco das testemunhas.

E aí? Ficaram animados? Em breve divulgaremos os livros do segundo semestre!

teste17 livros para um verão incrível

Confira nossa seleção de livros para um verão literário:

1. Aconteceu naquele verão,organizado por Stephanie Perkins — O livro reúne doze contos apaixonantes e surpreendentes de doze escritores amados pelos jovens, como Cassandra Clare e Veronica Roth. Com as mais diversas referências que agradam desde o leitor mais romântico aos fãs do seriado Black Mirror, o livro é ideal para quem adora histórias de amor de todos os tipos. [Leia+]

2. A química, de Stephenie Meyer — Uma ex-agente especial fugindo dos antigos empregadores precisa aceitar um novo trabalho para limpar seu nome e salvar a própria vida. A química, o primeiro lançamento inteiramente inédito de Stephenie Meyer em seis anos, é um thriller diferente de tudo o que ela já publicou. [Leia +][Leia um trecho]

3. Cinquenta tons mais escuros, de E L James — Com capa inspirada no filme, a edição especial do segundo livro da trilogia tem conteúdo extra: fotos e comentários da autora sobre os bastidores da aguardada sequência cinematográfica e ainda um trecho antecipado de Cinquenta tons mais escuros pelos olhos de Christian, próximo romance de E L James. [Leia +]

4. O martelo de Thorde Rick Riordan — No segundo livro da série Magnus Chase e os deuses de Asgard, o filho do deus Frey descobrirá que casamentos arranjados ainda não saíram de moda: para recuperar o martelo de Thor, que está nas mãos dos inimigos, Loki, o deus da trapaça, propõe uma aliança entre semideuses e gigantes. [Leia +] [Leia um trecho]

 5. Não se enrola, não, de Isabela Freitas — “Enrolar-se: pensar de um jeito e fazer exatamente o contrário.” Após Não se apega, não e a sequência, Não se iluda, não, Isabela Freitas mostra em seu terceiro livro os primeiros passos de seus personagens na vida adulta, com toda a independência e as responsabilidades que ela proporciona. [Leia +][Leia um trecho]

 6. O som do amor, de Jojo Moyes — um romance sobre obsessão, manipulação, segredos e paixões, O som do amor é um dos primeiros livros da autora do best-seller Como eu era antes de você. Por meio de personagens carismáticos e capazes de tudo para realizar seus objetivos, Moyes mantém seu estilo inconfundível em uma brilhante história sobre recomeços. [Leia +][Leia um trecho]

7. Gentil como a gente, de Fernanda Gentil — Com leveza e humor, Fernanda Gentil conta uma história de amores vivida por uma família singular e ao mesmo tempo igual à de todo mundo. Mocinha (ou Fernanda?) briga e, com a frequência de eclipses lunares, pede desculpas. Quando quer, sabe ser fofa. E mostra-se craque em entender as diferenças entre o feminino e o masculino, mata no peito, sai de impedimento, bota para escanteio e bate um bolão. Porque o que Fernanda mais quer é fazer e ser feliz. Sem firulas. Gentil. Como a gente. [Leia +]

8. Garoto21, de Matthew Quick  Finley utiliza o basquete para aliviar suas preocupações, enquanto Russ não quer mais se aproximar de uma bola. Depois de sofrer um grande trauma, ele fica em estado de negação e passa a se considerar um alienígena de passagem pela Terra. Com a missão de ajudar Russ a se recuperar, Finley tenta convencer o garoto a voltar a jogar, mesmo que isso signifique perder o próprio lugar na equipe. Uma emocionante história sobre esperança, amizade e redenção, com a prosa sensível e inteligente de Matthew Quick. [Leia +]

9. A filha perdida, de Elena Ferrante — Lançado originalmente em 2006 e ainda inédito no Brasil, o romance da autora que se consagrou por sua série napolitana acompanha os sentimentos conflitantes de Leda, uma professora universitária de meia-idade que, aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, decide passar férias no litoral sul da Itália. [Leia +] [Leia um trecho]

10. Fãs do impossível, de Kate Scelsa — Mira, Sebby e Jeremy são três amigos em meio aos complexos conflitos da adolescência. Mesmo sentindo-se despedaçados, sem motivos para serem amados e tentando não sucumbir à solidão, eles lutam pela vida, cada um à sua maneira. Mira está começando em uma escola nova, depois de passar um tempo no hospital. Sebby é um garoto brincalhão que leva a vida com boas doses de mentira e bom humor, até que seu lado mais destrutivo vem à tona. Jeremy está retornando à antiga escola, depois de um tempo afastado por causa de um incidente traumático que arruinou seu ano letivo.

 11. História da sua vida e outros contos, de Ted Chiang — Ícone da ficção científica contemporânea é publicado pela primeira vez no Brasil em coletânea que inclui o conto que inspirou o filme A Chegada. Com apenas quinze trabalhos publicados, entre contos e novelas curtas, a pequena produção de Chiang contrasta com a expressiva quantidade de premiações: os oito textos reunidos em História da sua vida e outros contos ganharam no total nove importantes prêmios, dentre eles Nebula, Hugo, Locus, Sturgeon, Sidewise e Seiun. [Leia +][Leia um trecho]

12. Pax, de Sara Pennypacker — Peter e sua raposa, Pax, são inseparáveis desde que ele a resgatou, órfã, ainda filhote. Um dia, o inimaginável acontece: o pai do menino vai servir na guerra e o obriga a devolver Pax à natureza. Ao chegar à distante casa do avô, onde vai morar por um tempo, Peter reconhece que não está onde deveria: seu verdadeiro lugar é ao lado de Pax. Movido por amor, lealdade e culpa, ele parte em uma jornada solitária de quase quinhentos quilômetros para reencontrar sua raposa, apesar da guerra que se aproxima. Enquanto isso, mesmo sem desistir de esperar por seu menino, Pax embarca em suas próprias aventuras e descobertas. [Leia +]

13. Alucinadamente feliz: Um livro engraçado sobre coisas horríveis, de Jenny Lawson  Longe de ser uma pessoa comum, Jenny Lawson se considera uma colecionadora de transtornos mentais. Por essa perspectiva, sua vida pode parecer um fardo insustentável. Mas não é. Após receber a notícia da morte prematura de mais um amigo, Jenny decide não se deixar levar pela depressão e resolve que criará para si o maior número possível de experiências hilárias e ridículas a fim de encontrar o caminho de volta à sanidade. [Leia +]

14. A agenda antiplanos, de Keri Smith — Com espaços sem data e distribuídos aleatoriamente para você fazer um resumo do mês que desejar, o novo projeto da autora de Destrua este diário funciona como um diário criativo, que vai ajudar o leitor a estruturar os pensamentos de uma forma nada limitada nem previsível. [Leia +]

15. O livro dos Baltimore, de Joël Dicker — O novo romance do autor de A verdade sobre o caso Harry Quebert revisita seu personagem mais emblemático: Marcus Goldman. Marcus teve uma juventude inesquecível em Baltimore, cidade em que passou seus melhores momentos ao lado da família até que um acontecimento mudou a vida de todos. Oito anos depois desse fatídico dia, Marcus ainda tenta montar o quebra-cabeça e desvendar o passado. [Leia +]

16. Como combater a fúria de um dragão, de Cressida Cowell — O emocionante desfecho da série Como treinar o seu dragão coloca frente a frente humanos e dragões. Quem vai vencer a Batalha Final? Repleto de ilustrações, ação, humor e mensagens inspiradoras, o combate agora caminha para o seu fim. [Leia +]

17. Destinos e Fúrias, de Lauren Groff — Aos 22 anos, Lotto e Mathilde são jovens, perdidamente apaixonados e destinados ao sucesso. Eles se conhecem nos últimos meses da faculdade e antes da formatura já estão casados. Seguem-se anos difíceis, mas românticos. Uma década depois, o caminho tornou-se mais sólido. Ele é um dramaturgo famoso e ela se dedica integralmente ao sucesso do marido. A vida dos dois é invejada como a verdadeira definição de parceria bem-sucedida. Porém, nem tudo é o que parece, e em um casamento essa máxima se faz ainda mais verdadeira. Se em “Destinos” somos seduzidos pela imagem do casal perfeito, em “Fúrias” a tempestuosa raiva de Mathilde se revela fervendo sob a superfície. Em uma reviravolta complexa e emocional, o que começou como uma ode a uma união extraordinária se torna muito mais. [Leia +]

 

testeLançamentos de janeiro

Confira as sinopses e trechos dos livros que publicaremos neste mês:

Cinquenta tons mais escuros, de E L James — Com capa inspirada no filme, a edição especial do segundo livro da trilogia tem conteúdo extra: fotos e comentários da autora sobre os bastidores da aguardada sequência cinematográfica e ainda um trecho antecipado de Cinquenta tons mais escuros pelos olhos de Christian, próximo romance de E L James. [Leia +]

O livro dos Baltimore, de Joël Dicker — O novo romance do autor de A verdade sobre o caso Harry Quebert revisita seu personagem mais emblemático: Marcus Goldman. Marcus teve uma juventude inesquecível em Baltimore, cidade em que passou seus melhores momentos ao lado da família até que um acontecimento mudou a vida de todos. Oito anos depois desse fatídico dia, Marcus ainda tenta montar o quebra-cabeça e desvendar o passado. [Leia +]

Regras simples: como viver tranquilo e organizado em um mundo cada vez mais complexo, de Donald Sull e Kathleen M. Eisenhardt — Depois de mais de uma década de estudos, os autores desenvolveram seis tipos de regras que vão ajudar os leitores a descomplicar a vida e atingir seus objetivos. [Leia +]

 

Aconteceu naquele verão, organizado por Stephanie Perkins — O livro reúne doze contos apaixonantes e surpreendentes de doze escritores amados pelos jovens, como Cassandra Clare e Veronica Roth. Com as mais diversas referências que agradam desde o leitor mais romântico aos fãs do seriado Black Mirror, o livro é ideal para quem adora histórias de amor de todos os tipos. [Leia+]

Como combater a fúria de um dragão, de Cressida Cowell — O emocionante desfecho da série Como treinar o seu dragão coloca frente a frente humanos e dragões. Quem vai vencer a Batalha Final? Repleto de ilustrações, ação, humor e mensagens inspiradoras, o combate agora caminha para o seu fim. [Leia +]

Antes que eu vá, de Lauren OliverSexta-feira, 12 de fevereiro, é o último dia de vida de Samantha Kingston, uma garota que até então tinha tudo: o namorado mais cobiçado do colégio, três amigas fantásticas e uma vida privilegiada. Mas ela recebe uma segunda chance. Sete “segundas chances”, na verdade. E, ao reviver o mesmo dia várias vezes seguidas, Samantha descobre, enfim, o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder. O livro foi adaptado para os cinemas e estreia em março. [Leia +]

A batalha por WondLa, de Tony DiTerlizzi — O último livro da aguardada trilogia acompanha uma Eva Nove mais madura e corajosa, disposta a enfrentar seus maiores medos para garantir a segurança daqueles que ama. O livro será impresso em duas cores e com ilustrações assinadas pelo próprio autor. [Leia +]

Meu menino vadio: histórias de um garoto autista e seu pai estranho, de Luiz Fernando Vianna — O jornalista faz um panorama amplo e sincero sobre a experiência, os momentos de ternura e desespero na relação entre ele e seu filho com autismo. [Leia +]

Buracos Negros, de Stephen Hawking: O livro reúne o conteúdo de duas palestras emblemáticas do lendário físico sobre as complexidades que cercam um dos mais fascinantes mistérios do universo.  [Leia +]

A longa caminhada de Billy Lynn, de Ben Fountain: O romance traça um retrato ácido e debochado da sociedade e do circo da mídia. Durante a guerra do Iraque, uma equipe de TV registra uma violenta batalha de soldados americanos contra insurgentes iraquianos. O vídeo se espalha pelo Youtube e faz muito sucesso nos Estados Unidos. A grande repercussão faz com que os militares sejam convidados a cruzar o país com o objetivo de buscar apoio às tropas.  Eles se tornam celebridades e tentam aproveitar o momento antes de retornar à guerra. [Leia +]

 

testeAdeus, Buenos Aires

Depois de dez meses escrevendo neste espaço semanalmente, chegou, junto com a virada do ano, a hora da despedida. É o momento de me dedicar a uma nova história, a diferentes personagens e de ter a coragem de me arriscar novamente a começar um novo livro. Testei algumas possibilidades de trama para este novo projeto aqui no blog da Intrínseca. As reações foram tão boas que tenho segurança de estar com mais uma boa história em mãos.

Um autor fica um pouco órfão de seus personagens quando publica um livro. Este blog foi especial porque tive a oportunidade de revisitar e trocar impressões sobre Hugo, Eduardo, Carolina, Charlotte, Pedro, Daniel e Martín com os leitores. Cada e-mail que recebo, cada contato no Facebook, mostra que as pessoas entenderam a proposta de celebrar todas as formas de amor em um livro. Sinto que dei uma pitada de leveza ao pesado ano de 2016.

Acho que O amor segundo Buenos Aires será sempre um marco em minha vida. Nunca recebi tantas mensagens positivas relativas a algo que tenha feito. Tive a oportunidade de falar sobre os personagens em rede nacional, na última temporada do Programa do Jô. O livro foi analisado por um professor de literatura no jornal O Estado de S. Paulo. Blogueiros de literatura fizeram lindas declarações de amor ao livro. E, pela primeira vez, pude entrar numa livraria e ver algo escrito por mim na seção de mais vendidos.

Este post é, para mim, uma despedida emocionante e também uma oportunidade de agradecer todo o carinho que recebi. E, para fechar esse ciclo, retorno aqui ao começo. Deixo meu “até logo” com as palavras que abrem O amor segundo Buenos Aires. Creio nelas profundamente.

“Se você já amou demais

Brigou e perdoou

E conseguiu esquecer um grande amor

Mas ainda se lembra quando ouve aquela música

(E é uma lembrança doce)

Se de vez em quando se permite mais do que o necessário

Se não resiste a um chocolate

Se já encontrou Jesus

Ou o deus das pequenas coisas

Se já se revoltou e renegou o divino

Só para se arrepender no momento seguinte

Se acredita que todo amor vale a pena

Que todos têm o direito de amar

Que cada um é de alguma forma especial

E percebe detalhes bonitos

Mesmo em um mundo que pode ser muito feio

Se acredita que as pessoas são eminentemente boas

Se teve a coragem de se desculpar com um beijo

Ou de se abrir ao poder de um abraço

E já sentiu tanto amor que teve vontade de chorar

Se pensou sobre todas essas coisas

Em muitas delas, em algumas delas ou mesmo em uma só delas

Este livro é para você

Ele foi feito com amor e é sobre todas as formas de amor”