Eu não consigo tirar minhas mãos de você

Meu primeiro amor foi um amigo de minha irmã, dois anos mais novo que eu. Veio tão forte e, diferente do livro, não foi passageira. Como estávamos em um período de novas descobertas, tudo era vivido muito intensamente. Compartilhávamos gostos musical, literário e cinematográfico, e conversávamos muito. Lembro de detalhes de seu rosto e corpo como se tivesse visto ontem. Por conta da idade, nossa relação era bastante leve e inocente. Como eu tinha muitas dificuldades de expressão de afeto, o relacionamento acabou. Éramos muito jovens e nos ferimos.

Após dois anos sem nos falarmos, voltamos a conversar. Eu, já adulta, e ele ainda jovem. Reatamos a relação e vivemos muita coisa intensa muito rápido. Nos conhecemos ainda mais, passamos por novas experiências juntos. Apesar de próximos e apaixonados, ainda carregávamos muitas mágoas da antiga relação, então terminamos novamente.

Depois de mais quatro anos, voltamos a conversar novamente. Nosso fraco era a conversa, e o humor dele é apaixonante. Eu, já casada, e ele, agora adulto. Um Gustavo muito diferente dos detalhes que eu lembrava. Nunca parecia que tanto tempo tinha passado, mas tinha. Alimentei muita expectativa de uma volta, que por um momento foi compartilhada, mas que não aconteceu. Depois de um encontro e muitas lágrimas, ele começou um relacionamento com outro alguém.

Sigo solteira e guardo muito carinho pela pessoa que ele é. Não tenho expectativas de um retorno, e guardo todas as lições que pude aprender. Vejo como está feliz e lhe desejo o mundo. Logo completam-se dez anos de quando notei que estava apaixonada.