Distância

A primeira vez que senti o amor foi quando eu tinha 13 anos.
Conheci no Facebook uma garota chamada Paloma prestes à fazer seus 19. Eu nunca tinha conversado com ela até ver um compartilhamento seu sobre o MV de “Please don’t”, foi aí que eu assisti o MV e chamei ela no chat. Em pouco tempo já éramos melhores amigas.
Todos os dias eu sentia a necessidade de conversar com ela, onde estivesse eu estaria pensando na Paloma. Mesmo que eu morasse em São Paulo e ela em Minas Gerais e só pudéssemos nos falar por mensagens eu sentia seu carinho.
Dois meses depois de nos conhecermos decidimos que estavamos namorando. Sem permissão de família ou aliança. Eu era muito jovem, nunca tinha namorado ou sentido aquilo, Paloma como uma jovem adulta estudava, então não tinha muito tempo para mim, mas eu comecei a surtar, queria que ela dedicasse todo seu tempo comigo e isso desgastou nosso relacionamento.
Em um dos meus surtos ela decidiu terminar comigo, eu realmente não queria, a amava tão intensamente! Tentamos ser amigas porém sempre discutiamos, então como eu notei que aquilo só me machucava cada vez mais eu forjei uma discussão infantil, e como eu já era infantil ela não disconfiaria que era planejado. Graças a discussão nos bloqueamos de todas as redes sociais.
Depois de quase um ano tentamos voltar como amigas de novo, mas em cinco meses “enjoei” de sua presença e terminamos nossa amizade novamente.
Só agora com 16 anos eu percebi que esse namoro a distância foi nada saudável para mim, graças a ele desenvolvi a depressão e ansiedade que carrego há dois anos. Eu era uma criança e ela uma adulta, eu no fundamental e ela na faculdade…bem, nem a lei permite já que precisa ter 14 para consentir com alguém com mais de 18. Pedofilia que se chama.