testeSorteio Instagram – 700.000 seguidores [ENCERRADO]

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– Se você já ganhou um sorteio nos últimos 7 dias no Instagram, você não poderá participar deste sorteio.

– O resultado será anunciado no dia 20 de abril, segunda-feira, em nosso perfil no Instagram. Boa sorte!

testeO que fazer quando o maior risco para um país é o próprio presidente?

Michael Lewis analisa a gestão de Trump para revelar como as decisões de um presidente podem prejudicar a segurança de seu próprio país.

Antes de deixar a presidência dos Estados Unidos, George Bush ordenou que todos os departamentos de sua gestão preparassem relatórios e apresentações destinados ao próximo ocupante da Casa Branca. Àquela altura, ele não sabia se o sucessor seria um membro do próprio partido ou um democrata. O gesto foi motivado pelo simples entendimento de que era necessário manter o legado das administrações anteriores, otimizar o tempo de ação do governo seguinte, poupando-lhe esforços que seriam empregados para entender o funcionamento da máquina federal. Acima de tudo, seu objetivo era assegurar que todo o planejamento contra ameaças à segurança nacional fosse mantido, e para isso todos os departamentos elencaram os principais alertas a se ter em mente.

Barack Obama venceu aquela eleição e recebeu de bom grado o material preparado pelo colega do partido rival. Ele também deu continuidade a essa política, organizando material com todo o conhecimento da sua gestão e das anteriores a ser transferido ao novo presidente. Por isso, quando foi confirmada a vitória de Donald Trump, todas as agências federais estavam preparadas para receber a equipe de transição do novo líder e prepara-la para assumir suas funções. O problema é que ninguém apareceu.

Após semanas de espera, os poucos membros enviados por Trump demonstraram desinteresse total pelo conhecimento que os servidores de carreira e chefes dos departamentos tinham a passar. Pior ainda: pareciam desconhecer por completo as funções dos setores que comandariam e tinham currículos bem questionáveis — isso sem mencionarmos os casos de possíveis conflitos de interesse.

Michael Lewis resolveu então ir atrás de alguns desses servidores — que aos poucos seriam limados de seus cargos — a fim de ouvir o que teriam a dizer sobre a atitude de Trump. A principal pergunta que fez a eles foi “quais são os riscos que mais o apavoram?” e uma das respostas o assombrou: uma das maiores ameaças iminentes contra os Estados Unidos (e o mundo) está personificada na figura do próprio Trump. E assim temos o desenho do quinto risco: tudo aquilo que desconhecemos, que sequer cogitamos que possa vir a acontecer, o imponderável. É natural que esse fator sempre exista em certa medida, mas o que fazer quando o principal responsável por minimizá-lo simplesmente lava as mãos e prefere se refugiar na ignorância? Até que ponto o desprezo pelo conhecimento demonstrado pelos líderes de Estado ameaça a nossa existência?

Em O quinto risco, Michael Lewis defende que, acima de ideologias e de partidos políticos, é fundamental que os presidentes demonstrem um mínimo de interesse em entender as engrenagens da máquina pública, fornecendo a ela os recursos e a liberdade necessários para fortalecer as defesas contra tudo aquilo que ameaça ou possa vir a ameaçar a segurança nacional. Afinal, é a máquina pública como um todo, e não apenas um único indivíduo, que está na linha de frente contra perigos como bioterrotismo, pandemias, desastres naturais, crises econômicas, ameaça nuclear e todo tipo de catástrofe que podemos (ou não) imaginar.

Infelizmente, a atual pandemia de COVID-19 vem demonstrando com clareza a forma como a relação que cada presidente mantém com sua estrutura e seus subordinados impacta diretamente a vida da população, extrapolando até as fronteiras nacionais e gerando implicações em escala planetária. Em um tempo em que somos “cidadãos do mundo”, a leitura de O quinto risco se faz ainda mais primordial.

testePara cada comédia romântica que você ama, há um livro que combina perfeitamente

Não existe nada mais apaixonante do que um bom romance! Tudo bem que algumas vezes eles provocam crises de choro, despertam desejos compulsivos por doces, exageram nos clichês e fazem a gente se apaixonar por pessoas que não existem (e que muito provavelmente nunca vão existir). Mas tudo bem, no fundo a gente sabe que isso não importa! Quem é fã mesmo do gênero quer viver todas as emoções que só as histórias de amor são capazes de provocar.

Por isso, decidimos fazer uma dobradinha amorosa: para cada comédia romântica, indicamos um livro imperdível. Venha conferir!

 

10 Coisas que Eu Odeio em Você  – Como eu era antes de você

Existe o amor à primeira vista, mas também existe o ódio à primeira vista. Isso é mais ou menos o que acontece com Kat (Julia Stiles) e Patrick (Heath Ledger) em 10 Coisas que Eu Odeio em Você. Kat, na verdade, não gosta de muita gente. É por isso que seu pai decide que Bianca, a irmã mais nova, só pode namorar quando Kat também estiver em um relacionamento. Por causa dessa regra, um rapaz interessado em Bianca paga para que Patrick tente seduzir Kat, mas essa não vai ser uma missão muito fácil, e ele vai precisar se esforçar bastante nos números musicais!

Quem gosta desse tipo de dinâmica vai amar Lou Clark e Will Traynor, os protagonistas do livro Como eu era antes de você. Eles são o exemplo perfeito do ódio à primeira vista: desde o primeiro encontro são farpas para todos os lados. Só que essas farpas podem acabar se transformando em algo que nenhum dos dois espera, não é? 

 

O Diário de Bridget Jones – Crepúsculo

Um triângulo amoroso bem construído pode deixar qualquer romance muito melhor. No cinema, o triângulo entre Bridget Jones (Renée Zellweger), Mark Darcy (Colin Firth) e Daniel Cleaver (Hugh Grant) rendeu uma das cenas de briga mais maravilhosas de todos os tempos no filme O Diário de Bridget Jones. Se você ainda não assistiu, confira esse momento perfeito:

 

Nos livros, não existe triângulo mais imperdível e polêmico do que o protagonizado pelos personagens da saga Crepúsculo. Time Edward ou Time Jacob? Essa discussão ainda rende entre os fãs, que no final das contas só querem ver o circo pegar fogo com essa rixa muito divertida. Eles que lutem!

 

Sintonia de Amor – Com amor, Simon  

Os romances também nos ensinaram que você não precisa estar perto ou mesmo ver o rosto de alguém para se apaixonar, não é verdade? Em Sintonia de Amor, Sam (Tom Hanks) é um viúvo que se muda com o filho para Seattle em busca de um recomeço. Ao participar de um programa de rádio, ele acaba desabafando sobre seus sentimentos, e quem ouve essa história é Annie (Meg Ryan), uma moça que vai se apaixonar instantaneamente por aquele estranho encantador. 

Quem pode falar mais sobre essa história de nunca ter se conhecido pessoalmente é o casal Simon e Blue. Eles fizeram todos os leitores de Com amor, Simon ficarem com borboletas no estômago a cada troca de e-mail entre os dois. Se você ainda não conhece o livro, pegue o pacote de Oreos e prepare o coração! 

 

A Proposta – Para todos os garotos que já amei

Outra dinâmica que a gente AMA ver é o famoso namoro falso. Esse é o caso de A Proposta, comédia romântica em que Margaret (Sandra Bullock) precisa fingir que é noiva do seu assistente, Andrew (Ryan Reynolds), para não ser deportada dos Estados Unidos. Tudo começa a dar muito errado quando a família dele se envolve, e os dois precisam mentir até para a avó do rapaz!

Só que existe um problema nessa história de namoros falsos. Geralmente, eles terminam em desgraça ou em amor! Ainda bem que Lara Jean e Peter Kavinsky, da trilogia de livros Para todos os garotos que já amei, estão em busca de um final feliz quando decidem namorar de mentirinha e presentear os leitores com cenas fofíssimas. É impossível não torcer para que eles fiquem juntos de verdade!

 

De Volta para Casa – Teto para dois  

Dividir a mesma casa é complicado, mas pode ser uma fonte de muita alegria para quem acredita no amor. No filme De Volta para Casa, Alice (Reese Witherspoon) é uma mãe recém-divorciada. Durante a comemoração do seu aniversário, ela conhece três jovens cineastas que precisam de um lugar para morar. Então decide deixar que eles fiquem no seu quarto de hóspedes. O que ela não esperava era se aproximar de um deles e ter que lidar com a confusão que isso gera quando o ex-marido resolve reaparecer.

Se dividir o mesmo teto pode gerar situações engraçadas, imagine dividir a mesma cama! É isso que acontece em Teto para dois. No livro, Tiffy precisa encontrar um lugar barato para morar e acaba conhecendo Leon. O rapaz é enfermeiro e passa a maior parte do tempo fora de casa, por isso decide propor um acordo inusitado: ele fica com o apartamento de dia, e ela, durante as noites e finais de semana. Eles estão pedindo para serem shippados pelos leitores, não é?

 

Podres de Ricos – Cinquenta tons de cinza

Os romances também costumam reunir algumas das contas bancárias mais astronômicas que o mundo já viu, e, se vamos falar de riqueza, precisamos falar da turma do filme Podre de Ricos. No longa, Rachel (Constance Wu) namora com o lindo Nick (Henry Golding), e os dois estão com viagem marcada para visitar a família dele em Cingapura. Só que Nick esquece de contar uma coisa para a namorada: ele é o herdeiro de uma das maiores fortunas do país, e sua mãe tem outras pretendentes em mente para o rapaz.

Agora, se o assunto é riqueza, elegância e gostos excêntricos, só existe um nome em nossas cabeças — e você já pode imaginar de quem estamos falando, né? Christian Grey, além de muito charmoso, é tão rico que chega a doer! Ele tem helicóptero, cobertura, vários carros… Toda essa riqueza, somada à beleza de Grey, é capaz de fazer Anastasia e o leitores perderem completamente o fôlego!

 

Curtiu as nossas indicações? Não deixe de contar para gente qual desses é o seu romance favorito!

testeGrandes sustos dos filmes de terror

Existem vários tipos de filme de terror: os com monstros, os com assassinos (humanos ou sobrenaturais), os em que o suspense faz a gente roer as unhas e o que pode ter todas as opções anteriores e ainda adicionar toneladas de jump scares.

Para quem não sabe, jump scare é o termo dado a todas as cenas que te fazem pular da cadeira enquanto assiste a um filme — seja com uma aparição súbita ou, pior ainda, com uma ação rápida e, muitas vezes, fatal. Alguns dos fãs mais fervorosos do gênero podem ser contra o uso exagerado do recurso, e os espectadores mais atentos podem até prever algumas cenas antes de acontecerem, mas ninguém nunca está 100% preparado para o que vai acontecer.

Então confira uma seleção com algumas das melhores cenas de jump scare na ficção e lembre-se: quando estiver silencioso ou calmo demais, se prepara, que lá vem susto!

ATENÇÃO:
Essa lista contém spoilers de todos os filmes citados. Leia por sua conta e risco.

 

Sexta-feira 13 (1980)

Nada representa melhor a essência de um jump scare do que essa clássica cena do primeiro filme da franquia Sexta-Feira 13.

Depois de viver o inferno na Terra, a protagonista Alice finalmente está se recuperando de tudo o que aconteceu, desfrutando de um momento de paz numa canoa no meio de um lago. A polícia chega ao local, e a trilha sonora calma nos dá a sensação de que o pesadelo finalmente chegou ao fim. Só que não.

Aquele era apenas o começo da história do temível Jason, personagem que rapidamente conquistou o imaginário popular e é lembrado até hoje como um dos maiores vilões dos filmes de terror.

 

O Exorcista III (1990)

Sim, O Exorcista tem algumas continuações e, ao contrário do original, elas são repletas de cenas rápidas feitas para assustar. Uma das mais horripilantes está no terceiro filme, quando uma enfermeira faz uma ronda de rotina no hospital psiquiátrico em que trabalha. A cena é longa o suficiente para o espectador realmente relaxar, até que…

Tão rápido e tão cruel.

 

A entidade (2012)

Pouco tempo depois de se mudar com a família, um escritor encontra antigos rolos de filmes no sótão da nova casa e resolve investigar. Este é um dos primeiros filmes que ele encontra.

Não preciso nem dizer que se fosse ele pararia ali mesmo, né? Mas aí não teria filme nenhum.

 

Sobrenatural (2010)

Do mesmo diretor de A Invocação do Mal, Sobrenatural segue a fórmula de quanto mais sustos, melhor. E a cena em que o Demônio aparece atrás do protagonista é uma das que mais nos pega desprevenidos, pela aleatoriedade da coisa.

 

Corrente do mal (2014)

Imagine uma maldição dessas clássicas de filme de terror. Agora imagine que ela é sexualmente transmissível. Essa é a trama de Corrente do mal, filme em que espíritos malignos perseguem incansavelmente todos os amaldiçoados até que eles morram.

A vítima tem algumas opções para se livrar disso: passar a maldição para outra pessoa tendo relações sexuais com ela ou morrer. Morrer encerra o ciclo? Não. Mas faz com que voltem a perseguir o hospedeiro anterior. Um horror.

A cena a seguir é o “respiro” de uma grande perseguição, quando a personagem finalmente parece estar em segurança. Só parece.

Essa é uma daquelas tramas que vão te deixar paranoico por dias. DIAS!!!

 

EXTRA: Jogos da franquia Five Nights at Freddy’s

Além dos filmes, os jump scares também são bastante usados em jogos de terror e suspense, e uma das franquias mais famosas por utilizar esse recurso foi Five Nights at Freddy’s.

Na história do primeiro jogo, você encarna o papel de segurança da Freddy’s, uma pizzaria inspirada na famosa Chuck E. Cheese, e tem como missão sobreviver a cinco noites sem ser morto pelos terríveis animatrônicos do local.

O game viralizou na internet com as mais divertidas reações dos jogadores e também inspirou uma trilogia de livros.

 

Sabemos que faltam MUITAS cenas nessa lista, mas queremos saber a opinião de vocês: qual foi a cena de filme de terror que te fez pular no sofá?

testeLeia um trecho de A grande gripe

Há 100 anos, a humanidade enfrentava uma das maiores pandemias de sua história. Com origem nos Estados Unidos, a gripe espanhola viajou por um mundo em guerra e tirou mais de 50 milhões de vidas em apenas dois anos.

Em A grande gripe, o historiador e pesquisador John M. Barry conta como aconteceu o surto da doença, mostrando os esforços da comunidade científica para combater o vírus e fazendo uma análise extremamente atual de como situações como essa estão relacionadas à política, ao poder, à ciência e, principalmente, ao acesso à informação.

O livro chega às livrarias dia 18 de maio e já está em pré-venda. Leia um trecho aqui.

testePor que a ficção especulativa é tão importante para o povo negro?

Por Fábio Kabral*

Ilustração de Max Löffler

O ser humano precisa da ficção tanto quanto precisa de ar e comida. O povo negro precisa mais ainda.

Seja em qualquer época ou era da humanidade, a ficção sempre foi importante. Podemos argumentar que a ficção se torna mais relevante ainda em tempos de incerteza e isolamento, mas acredito que seja assim também nos momentos de alegria e tranquilidade. Estamos consumindo e produzindo ficção sempre, mesmo quando achamos que só vivemos com os “pés no chão”.

Desde os tempos antigos, nós contamos histórias. Contamos histórias de poder para empoderar a nós mesmos. Contamos histórias sobre deuses e monstros para ensinar a nós mesmos o que é certo e o que é errado. Contamos histórias para entendermos o mundo ao nosso redor, para nos conectarmos com as pessoas, para nos conectarmos com os deuses e monstros que vivem dentro de nós. Tudo isso porque histórias são o alimento da mente e da alma.

Ilustração de Kaylan Michel

Note que, quando falo “tempos antigos”, estou me referindo às primeiras civilizações da humanidade, anteriores a Grécia e Roma, e que se originaram na África: Ilê-Ifé (iorubá), Kemet (Egito Antigo), Núbia e outras. Afinal, “tudo o que conhecemos hoje por ciência, tecnologia, filosofia, literatura e arte surgiu primeiro no Vale do Nilo, criado por negros africanos”, diz o mestre Cheikh Anta Diop.

Mas, se somos todos seres humanos, por que alguns de nós, no caso, o povo negro, no qual me incluo, precisamos da ficção mais ainda?

Resposta: porque nem todos os seres humanos são tratados da mesma forma. Porque há uma estrutura mundial, que impacta milhões de pessoas no mundo, chamada racismo.

Para começar, tive de me dar o trabalho de lembrar que as primeiras civilizações são africanas, não europeias, como se propaga no senso comum. África é realmente o berço da humanidade e das civilizações.

Os muitos séculos de massacres e mortes por conta do racismo ocasionaram um mundo antinegritude, que segue causando muitos danos aos africanos e seus descendentes. Os mais diversos movimentos negros seguem trabalhando com o objetivo de humanizar esses que são diariamente desumanizados. O apagamento e a negação das contribuições africanas e negras para o mundo são alguns desses danos. A negação e ausência de histórias que contem sobre a experiência negra no universo é o aspecto que particularmente me interessa.

Movimentos como o afrofuturismo, sobre o qual escrevo e pesquiso, surgiram justamente para suprir essa ausência moderna de histórias, seja em livros, filmes ou jogos, que versam sobre a experiência de pessoas negras no mundo, ou mesmo sobre pessoas negras em qualquer mundo. O afrofuturismo e suas vertentes surgem para nos alimentar com histórias de ficção que tenham como centro a experiência e a perspectiva de personagens e autores negros.

Ilustração de Kaylan Michel

Como sabemos, a ficção especulativa é composta por narrativas que pretendem especular sobre um passado, presente ou futuro, neste ou em outros mundos, por meio de narrativas fantásticas, de ficção científica ou horror sobrenatural, mas não apenas limitados a esses. É um gênero que se propõe a experimentar e imaginar novos horizontes e caminhos…

Mas então, por que a ficção especulativa mainstream acaba sempre contando as mesmas histórias, protagonizadas pelos mesmos personagens da mesma cor, gênero e orientação sexual, com base nos mesmos imaginários, mitologias e cosmovisões?

A ficção especulativa, principalmente a que é criada por autores negros, é importantíssima para alimentar a mente e a alma destes que experimentam as violências e brutalidades do racismo cotidiano. E estou dizendo para além de soluções rasas como “representatividade” e “diversidade”; sim, ambas são importantes, porém insuficientes.

O que precisamos é de mais e mais obras de ficção que tenham como centro as experiências e perspectivas de personagens e autores negros.

Isso dito, é também importante que pessoas que não sejam negras escrevam personagens negros. O que nos traz ao livro Território Lovecraft.

Apesar do nome, o livro não é de autoria de H. P. Lovecraft, nem fala diretamente sobre ele. Lovecraft é um homem cuja obra eu absolutamente desprezo por suas passagens racistas; vejam, por exemplo, um trecho do conto Herbert West: Reanimator:

“O negro foi nocauteado e um breve exame nos revelou que ele assim ficaria. Ele era uma coisa grotesca, parecida com um gorila, com braços anormalmente longos que eu não poderia evitar de chamar de patas dianteiras. (…) O corpo deve ter parecido ainda pior em vida – mas o mundo contém muitas coisas feias.”

O autor de Território Lovecraft se chama Matt Ruff e é um homem branco. O protagonista do livro, Atticus, é um jovem negro. A história, narrada em uma mistura de contos e romance, acompanha a jornada do protagonista, veterano da Guerra da Coreia e fã de livros pulp. O protagonista e os demais personagens do livro vivem nos EUA dos anos 1950; ou seja, além dos terrores de fantasmas e monstros, terão de lidar com o horror da violência supremacista branca.

Ou seja, o território a que o livro se refere no título é um reflexo do que foi o homem chamado Howard Phillips Lovecraft.

O que me chama realmente a atenção é que o livro vai virar uma série da HBO produzida por Jordan Peele, o gênio responsável pelos incríveis filmes Corra! e Nós. Será que estamos prestes a presenciar um novo sucesso desse grande diretor? Acredito firmemente que sim. Peele tem crescido bastante no cenário de filmes de terror e angariado cada vez mais notoriedade em Hollywood. Sua estreia com Corra! foi bastante impactante, mas Nós, em especial, me contempla imensamente; o filme fala de “questões raciais” ou é simplesmente um filme com uma família “normal” como protagonista? Ora, não somos pessoas? Ou não passamos de meros rótulos? Está tudo lá. Nós é o melhor filme de terror dos últimos tempos para mim, da mesma forma que Pantera Negra, de Ryan Coogler, para mim é o melhor filme de super-herói de todos os tempos. São só filmes de pessoas, certo?

Primeira imagem divulgada da adaptação de Território Lovecraft

Então… imaginem a adaptação de Território Lovecraft na visão de Jordan Peele. Imaginem o livro de protagonismo negro, porém de autoria branca, todo ressignificado na visão do diretor? O que podemos esperar? Resposta óbvia: uma superprodução, que será memorável, com o olhar e a voz de quem realmente entende. Se é que vocês me entendem.

Todos os seres humanos precisam da ficção tanto quanto precisam de ar e comida. O  povo negro, que experimenta violências cotidianas de toda espécie por vivermos em um mundo antinegritude, precisa mais ainda.

 

*Fábio Kabral é autor de Ritos de passagem, O caçador cibernético da Rua 13 e A cientista guerreira do facão furioso. Também escreve artigos e ensaios sobre afrofuturismo e afrocentricidade e mantém a página Rede Afrofuturismo.

testeUm novo modelo de solidão com Edward Hopper e Joël Dicker

“O tema dominante é a solidão. As figuras de Hopper parecem distantes de casa; estão sentadas ou de pé, sozinhas, contemplando uma carta à beira da cama de um hotel ou bebendo num bar; observam um trem em movimento pela janela do quarto ou leem um livro no saguão de um hotel. Seus rostos são vulneráveis e introspectivos. Talvez tenham deixado alguém ou tenham sido deixados; estão em busca de trabalho, sexo ou companhia, à deriva em lugares transitórios. Com frequência, é noite e além da janela há a escuridão e a ameaça do campo aberto ou de uma cidade estranha.”

Alain de Botton, em A arte de viajar

Edward Hopper, nascido em julho de 1882 nos Estados Unidos, ficaria conhecido como o pintor que materializou a solidão e o tédio na contemporaneidade. Sua obra sofreu forte influência dos estudos psicológicos de Freud, que buscavam uma compreensão subjetiva do homem e de seus problemas. As paisagens urbanas são o tema central das pinturas de Hopper, desertas e melancólicas, iluminadas por uma luz estranha. Sempre causaram sentimentos de vários tipos: vazio, desolação, estagnação, falta de comunicação, evocação do silêncio. As figuras anônimas ali retratadas sempre parecem terrivelmente sozinhas. Em tempos de isolamento social e reclusão, é impressionante como significados inéditos e importantes vem à tona na obra de Hopper.

O designer brasileiro Victor Burton escolheu quadros do artista para ilustrar três capas dos quatro livros lançados do suíço Joël Dicker, todos pela Intrínseca. É interessante perceber que, mesmo sendo narrativas ágeis, cheias de reviravoltas, romances e mistérios, há sempre uma melancolia, um vazio, um sentimento de solidão em seus personagens, de certo modo mimetizando o que há nas cenas do famoso pintor. Abaixo, um pouco do enredo de cada uma das obras, com as referências do quadro de Hopper que ilustra a respectiva capa.

 

A verdade sobre o caso Harry Quebert

Sucesso de crítica e público e com mais de 60 mil exemplares vendidos somente no Brasil, A verdade sobre o caso Harry Quebert é daqueles livros com diversos personagens e histórias narradas simultaneamente. É também daqueles impossíveis de largar até que se chegue ao final.

Marcus Goldman é um jovem autor que alcançou grande sucesso com seu primeiro livro. Sofrendo com um bloqueio criativo, ele procura seu ex-professor de faculdade, Harry Quebert, um dos mais renomados escritores americanos, que vive em uma mansão à beira-mar na pequena cidade de Aurora, em New Hampshire, Estados Unidos.

A trama toma um novo rumo quando Marcus é surpreendido pela descoberta do corpo de uma jovem de quinze anos, Nola Kellergan — desaparecida sem deixar rastros em 1975 —, enterrado no jardim de Quebert junto com o original do romance que o consagrou. O professor admite ter tido um caso com a garota e ter escrito o livro para ela, mas alega inocência quanto ao assassinato. Decidido a ajudar seu mentor, Marcus se lança em uma investigação.

Na tentativa de reunir peças que possam provar a inocência de Quebert, o jovem escritor esbarra em antigos segredos dos moradores de Aurora, ao mesmo tempo em que reconstrói os acontecimentos do verão de 1975, quando Harry e Nola viveram um amor proibido.

Portrait of Orleans, Edward Hopper, 1950, The Fine Arts Museums of San Francisco

 

O livro dos Baltimore

Aqui, reencontramos o personagem central de A verdade sobre o caso Harry Quebert, Marcus Goldman. Acompanhamos sua juventude inesquecível na cidade de Baltimore, ao lado dos primos e dos tios, a parte bem-sucedida da família e que ele tanto admirava. A felicidade aparente, no entanto, não condizia com a realidade e um dia fatídico viria para marcar o destino de todos aqueles que ele mais amava.

Oito anos depois, Marcus ainda tenta montar o quebra-cabeça do que aconteceu e lida com as consequências das escolhas que fez. Desencavando o passado, reacendendo paixões e desvendando mistérios, ele decide que seu próximo livro será sobre a própria família, uma tentativa de se libertar de antigos ressentimentos e redimir aqueles que foram punidos pelos infortúnios da vida.

Rivalidade, traição, sucesso, paixão e inveja. Abordando temas presentes na vida de todos, Joël Dicker constrói com brilhantismo o retrato de uma juventude, destacando a força do destino e a fragilidade de nossas maiores conquistas.

Rooms for Tourists, Edward Hopper, 1945, Yale University Art Gallery, Doação de Stephen Carlton Clark

 

O desaparecimento de Stephanie Mailer

Uma grande expectativa toma conta da badalada cidade de Orphea, nos Hamptons, uma região com casas de luxo no estado de Nova York. Os habitantes aguardam ansiosamente pela estreia de seu primeiro festival de teatro. O prefeito, no entanto, está atrasado para a cerimônia.

A poucos metros dali, Samuel Padalin percorre as ruas desertas em busca da esposa. Um corpo é encontrado diante da casa do prefeito. E, dentro do imóvel, a cena é ainda pior: uma família inteira foi assassinada de maneira extremamente brutal.

Vinte anos após a resolução do homicídio, novos fatos vêm à tona, mudando para sempre a história de Orphea. A jornalista Stephanie Mailer confronta as autoridades e afirma que houve um gravíssimo erro na investigação. No meio desse processo, Stephanie desaparece. O que aconteceu? E o que de fato ocorreu em naquela fatídica noite do passado?

Em uma narrativa repleta de reviravoltas e sequências inesperadas, Dicker se reafirma como uma das vozes contemporâneas mais criativas ao entrelaçar diversos personagens e tramas. Entregue em primeira mão aos assinantes do Intrínsecos, clube do livro da Intrínseca, O desaparecimento de Stephanie Mailer é uma história intrigante, sofisticada e marcada por fina ironia.

House at Dusk, Edward Hopper, 1935, Virginia Museum of Fine Arts, Richmond, VA, US

 

Se você já leu alguma obra do Joël Dicker, compartilhe com a gente nos comentários o que você achou? Se ainda não embarcou nestas histórias criativas e repletas de reviravoltas, que tal aproveitar agora que os livros, na versão física e e-book, estão disponíveis na Amazon.com com preços especiais? Clique aqui e confira!

testeFaça você mesmo: personalize seus objetos como Tiffy, de Teto para dois

Quando passamos muito tempo em casa, é difícil encontrar novas atividades. Ficamos entediados com facilidade e parece que já fizemos tudo o que era possível – mesmo que, lá no fundo, a gente saiba que isso não é verdade. Apesar disso, também sabemos que, em tempos como este, não existe nada melhor do que soltar a imaginação, colocar a mão na massa e deixar a criatividade nos guiar — e a protagonista de Teto para dois é especialista nesse assunto.

No livro, conhecemos a adorável Tiffy, que, com seu gosto peculiar e habilidades manuais, deixa sua personalidade transparecer em seus looks, móveis e itens decorativos, que são recheados de estampas exóticas e muito brilho. Inspirados pela personagem, separamos alguns tutoriais para colocar a criatividade em prática e deixar suas roupas e objetos ainda mais a sua cara! Confira:

Crie novos looks

  • Customize suas roupas com paetês, strass e tintas para tecido

Sabe aquela roupa guardada no fundo da gaveta que você já se cansou de usar mas não quer abandonar de jeito nenhum? Que tal utilizar a criatividade e estilizá-las com paetês, strass e tinta? Separamos algumas inspirações para você arrasar na customização:

Imagens: @glitteredkoi tudocommoda
  • Deixe o tênis com a sua cara

Pegue aquele tênis surrado e invista nele todo o seu estilo! Você pode usar tinta de tecido para fazer desenhos divertidos e pintá-lo da maneira que quiser!

Imagem: Youvimi e Persialou
  • Corte, costure e crie novas peças

E a blusinha que está com um furinho, mas pela qual você ainda guarda um amor enorme? Chegou a hora de dar uma repaginada! Use a criatividade e as habilidades em corte e costura e invente novos looks para arrasar! 

Imagens: jollybiglive e romwe

Redecore itens de casa

  • Pegue a tinta e crie itens únicos

Não aguenta mais ver os mesmos copos de requeijão e geleia de mocotó guardados no armário? Nem aqueles pratos que comprou há 10 anos? 

Separe o pincel, a tinta, o jornal e a inspiração! 

Imagens: @acasaverdinha e PicBon
  • Crie novas maneiras de usar os objetos

Já pensou em fazer um varal para expor as suas fotos preferidas? Isso mesmo, um varal – com pregador e tudo! 

Montar o seu próprio varal de fotos é muito simples: você pode usar corda, arame ou barbante, pregador ou clipes, além de martelo e pregos para prendê-lo na parede. Além disso, você ainda pode customizá-lo com pisca-piscas, flores de plástico, papéis coloridos, miçangas e o que mais vier à cabeça! 

Imagens: Ambientta arquitetura e Interior Milk
  • Transforme camisetas velhas em capas de almofadas

Outra coisa muito bacana de se fazer é criar capas para suas almofadas a partir de camisetas antigas! 

Retirando as mangas e a gola, abra todo o tecido da camisa com uma tesoura. Em seguida, meça a almofada e corte o tamanho necessário para envolvê-la por completo. Depois disso, você pode começar a personalizar o pano com moldes, tintas, strass, paetês e o que mais você tiver em casa! Por fim, dobre o tecido, fazendo com que as pontas se encontrem na metade do pano e costure as bordas. Mas atenção: não costure a parte do meio! É por lá que você vai encaixar a almofada! 😉 

Você pode encontrar o tutorial completo aqui .

Imagem: Vânia Maciel

 

Invente novos objetos

  • Deixe a estante a sua cara com um novo suporte para livros

Sim, você pode fazer o seu próprio suporte para livros em casa! Há diferentes formas de criá-lo e diversos materiais que podem ser utilizados em sua confecção – como madeira, acrílico e até mesmo papelão. Confira algumas inspirações e bote a mão na massa! 

Imagens: Matsu Arte e Madeira, onegoodthingbyjillee
  • Crie um porta-joias com caixa de leite

Está precisando de um novo lugar para guardar suas joias? Temos a solução! Você pode criar um porta-joias do zero utilizando apenas uma caixa de leite. Para personalizá-lo, crie estampas divertidas com páginas de revista ou tecidos. Confira o tutorial completo aqui!

Imagem: decorfacil
  • Proteja seus eletrônicos com capas feitas por você

Por fim, por que não fazer uma capa protetora para o seu tablet ou e-reader? Apesar de alguns materiais serem um pouco mais difíceis de encontrar em casa, eles são superacessíveis e o tutorial é bem simples – nem precisa saber costurar! Para aprender a fazer sua própria capinha, clique aqui! <3

Imagens: Meia Tigela

Teto para dois traz a apaixonante história de Tiffy e Leon, duas pessoas que, por precisarem muito de dinheiro, decidem morar juntas. O plano (quase) perfeito só tem um pequeno problema: eles nunca se viram pessoalmente. E dormem na mesma cama. Como isso pode dar certo?

testeA vida mentirosa dos adultos, novo livro de Elena Ferrante, chega ao Brasil em setembro

Uma das maiores vozes da literatura contemporânea, cuja identidade permanece em segredo, Elena Ferrante retorna com seu primeiro romance em cinco anos.

A vida mentirosa dos adultos, que teria lançamento simultâneo em mais de 20 países no mês de junho, teve a data de publicação postergada para setembro de 2020. No Brasil, a obra chegará às livrarias brasileiras pela Intrínseca.

Ferrante é autora da Tetralogia Napolitana, que vendeu mais de 12 milhões de exemplares em todo o mundo e deu origem à série A amiga genial, da HBO. Ela também assina romances já publicados pela Intrínseca, entre eles A filha perdidaUm amor incômodo e Uma noite na praia, além do livro de não ficção Frantumaglia. Em suas obras, ela explora os conflitantes, e por vezes perturbadores, sentimentos que perpassam a maternidade, o casamento e as relações femininas.

Sobre a mudança de data de publicação do novo livro, Eva Ferri, publisher italiana de Ferrante, compartilha sua comoção com os leitores:

“Todos queremos que os leitores vivam a experiência plena da alegria deste lançamento ― juntos, nas livrarias, com seus livreiros de confiança. E é mais provável que isso  aconteça em setembro, quando o mercado mundial estará mais forte. Estimo muitíssimo os esforços e a compreensão de todos os editores ao redor do mundo que se juntam a nós neste lançamento. A vida mentirosa dos adultos é uma história sobre amadurecimento e creio que, depois desta experiência, todos teremos amadurecido um pouco e aprendido muito. Espero ansiosamente o momento de celebrar isso, e o livro da Elena, com todos ao redor do mundo.”

O novo livro narra o crescimento de Giovanna, uma jovem moradora de um respeitável bairro de classe média de Nápoles, no período de seus 12 a 16 anos. Ambientado na década de 1990, A vida mentirosa dos adultos se inicia com um comentário do pai de Giovanna, que compara a falta de beleza da filha com a de Vittoria, tia da menina, sua irmã. Figura lendária na família e afastada do convívio de seu núcleo por motivos incertos, Vittoria desperta a curiosidade de Giovanna, que hesita entre considerar o comentário um insulto, uma condenação ou uma profecia. Explorando as periferias de Nápoles, ela parte em busca dessa mulher misteriosa.

Leia um trecho:

“Dois anos antes de sair de casa, meu pai disse à minha mãe que eu era muito feia. A  frase foi  proferida entre sussurros, no apartamento que os dois, recém-casados, haviam comprado em Rione Alto, no início da Via San Giacomo dei Capri. Tudo ― as ruas de Nápoles, a luz azul de um fevereiro muito frio, aquelas palavras ― permanece inalterado. Mas eu escapei, ainda estou escapando, através destas linhas cuja intenção é delinear a minha história, mesmo que na verdade eu não seja nada, nada que me pertença, nada que tenha começado de verdade ou sido levado a cabo: apenas um nó cego, e que ninguém, nem mesmo a pessoa que neste momento escreve, saiba dizer se esse nó contém o fio certo para guiar uma história ou se não passa de uma confusão embolada de sofrimentos, sem redenção.”

 

Na trama, acompanhamos Giovanna percorrer a transição crucial entre a juventude e a vida adulta, quando verdades e lições de vida são evidenciadas, algumas vezes de forma dolorosa. A vida mentirosa dos adultos é uma cativante história sobre o que ganhamos e perdemos com a passagem do tempo.

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