Diário de Isabela Freitas

Por Isabela Freitas

13 / fevereiro / 2015

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Tenho uma preguiça enorme de pessoas que entram em nossas vidas sem a intenção de permanecer. Fala sério, eu que sou intensa demais ou as pessoas hoje em dia desistem facilmente?

Dia desses conheci um rapaz incrível, desses que a gente só vê em filmes e ainda fala para a amiga “até parece que existe!”. Ele não era um Brad Pitt, nem um príncipe no cavalo branco, mas era o meu “tamanho certo”. Por tamanho certo entenda que ele era tudo que eu imagino que um homem deva ser. Educado, engraçado, bem-humorado, inteligente, culto, atencioso, misterioso, e principalmente, interessado por mim. Gosto de pessoas que demonstram interesse, que perguntam como foi o seu dia não apenas por perguntar, mas porque querem saber se aquele seu “está tudo ótimo” é verdadeiro ou apenas mais uma das muitas mentiras que as pessoas contam. E ele era isso tudo, acreditem; eu até me belisquei para saber se era verdade. Tudo estava indo muito bem até o momento em que ele disse: “Ah, mas eu não sei como será o nosso futuro”. Bola fora, não deveria ter dito isso em voz alta, caro amigo.

Eu não gosto de planejar o futuro, já disse isso inúmeras vezes. Acho que planejamentos são nada mais que uma lista de decepções futuras. Mas eu acho que por mais que não planejemos o futuro, nós temos em nossas mentes o que queríamos que ele fosse. Estou errada? Lá no fundo, no fundo mesmo, eu sei o que eu quero para a minha vida; quais são meus sonhos, objetivos e como me vejo daqui a dez anos. Eu só não gosto de viver voltada para isso, é essa a diferença. Então se eu estivesse ao lado de alguém incrível e ele me perguntasse do nosso futuro, eu diria “eu não posso prever, e muito menos planejar o futuro. Mas eu espero – e torço – para que seja ao seu lado”. Então me perdoe, mas ao meu lado eu quero alguém que tenha a intenção de ficar, que não queira partir sem dizer adeus e que não pegue o trem logo pela manhã. Odeio despedidas e não sou boa com palavras, quero dizer, quando é preciso dizê-las em voz alta. Me dá uma caneta e um papel, por favor? Não, não, fala logo. E as palavras agarram na garganta, embolam, as letras se misturam e eu fico parecendo uma abestalhada. Talvez seja. Mas uma abestalhada que vai dizer – ou pelo menos tentar dizer – “Fica mais um pouco. Por favor”.

 

Isabela Freitas é autora de Não se iluda, não e de Não se apega, não, o primeiro livro jovem nacional da Intrínseca. Em 2011, começou seu blog, que já soma mais de 130 milhões de visualizações. Estudante de Direito, pretende cursar Jornalismo um dia. Mora com os pais em Juiz de Fora (MG), onde nasceu.

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