Tenho uma preguiça enorme de pessoas que entram em nossas vidas sem a intenção de permanecer. Fala sério, eu que sou intensa demais ou as pessoas hoje em dia desistem facilmente?
Dia desses conheci um rapaz incrível, desses que a gente só vê em filmes e ainda fala para a amiga “até parece que existe!”. Ele não era um Brad Pitt, nem um príncipe no cavalo branco, mas era o meu “tamanho certo”. Por tamanho certo entenda que ele era tudo que eu imagino que um homem deva ser. Educado, engraçado, bem-humorado, inteligente, culto, atencioso, misterioso, e principalmente, interessado por mim. Gosto de pessoas que demonstram interesse, que perguntam como foi o seu dia não apenas por perguntar, mas porque querem saber se aquele seu “está tudo ótimo” é verdadeiro ou apenas mais uma das muitas mentiras que as pessoas contam. E ele era isso tudo, acreditem; eu até me belisquei para saber se era verdade. Tudo estava indo muito bem até o momento em que ele disse: “Ah, mas eu não sei como será o nosso futuro”. Bola fora, não deveria ter dito isso em voz alta, caro amigo.
Eu não gosto de planejar o futuro, já disse isso inúmeras vezes. Acho que planejamentos são nada mais que uma lista de decepções futuras. Mas eu acho que por mais que não planejemos o futuro, nós temos em nossas mentes o que queríamos que ele fosse. Estou errada? Lá no fundo, no fundo mesmo, eu sei o que eu quero para a minha vida; quais são meus sonhos, objetivos e como me vejo daqui a dez anos. Eu só não gosto de viver voltada para isso, é essa a diferença. Então se eu estivesse ao lado de alguém incrível e ele me perguntasse do nosso futuro, eu diria “eu não posso prever, e muito menos planejar o futuro. Mas eu espero – e torço – para que seja ao seu lado”. Então me perdoe, mas ao meu lado eu quero alguém que tenha a intenção de ficar, que não queira partir sem dizer adeus e que não pegue o trem logo pela manhã. Odeio despedidas e não sou boa com palavras, quero dizer, quando é preciso dizê-las em voz alta. Me dá uma caneta e um papel, por favor? Não, não, fala logo. E as palavras agarram na garganta, embolam, as letras se misturam e eu fico parecendo uma abestalhada. Talvez seja. Mas uma abestalhada que vai dizer – ou pelo menos tentar dizer – “Fica mais um pouco. Por favor”.
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