De direito à quem sonha demais

De direito à quem sonha demais

"Eu não sou uma sonhadora. Só devaneio para alcançar a realidade." - Clarice Lispector
Digo a quem ler esta carta: sonhe. Por mais improvável que seja, continue sonhando.
Você aí, que lê minhas palavras mesmo sem me conhecer, lhe peço que sonhe.
Eu não conheço teus problemas, e você não conhece os meus, mas se aceita um conselho, de quem ainda tem muito o que viver, mas que muitas quedas já tomou, sonhe.
Os sonhos são talvez a única chance que temos de sobreviver, por mais infundados que sejam. Sonhos são portas para mundos fantásticos, são chaves para soluções, e, na minha humilde opinião, a terceira magia existente neste mundo (ao lado do amor e da esperança).
Quem dera tantas coisas que sonhei terem se tornado realidade... Teria tão menos corações partidos, tão menos cicatrizes... Mas os sonhos me fizeram forte, e ao mesmo tempo, flexível, para saber contornar a ponta afiada de futuras dores que não me atingiram em cheio.
Por isso, caro leitor(a), por favor, não pare de sonhar. Desde sonhos pequenos, a aqueles que podem mudar o mundo. Seus sonhos te fazem quem você é, e talvez, quem sabe, venham interferir em mim e nos outros.
Porque, como diria Fernando Pessoa, "Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso."

De alguém que sonha demais.

Thayná Luma

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