"Às vezes acho que nasci na época errada; tenho princípios que já se perderam e amo coisas que já não se dão mais valor."

Querido Ian, gostaria de começar com esta frase que define bem a minha situação. Como eu gostaria de ter nascido há uns bons duzentos anos, para quem sabe, conhecer alguem como você. Sou do século XXI, mas acredito em amor verdadeiro e em felizes para sempre - mesmo que seja totalmente descrente na parte de achar o meu felizes para sempre.
Que bom que você é o destino da Sofia, ela merece o amor que você tem para oferecer. Aqui no século XXI diríamos que você é a tampa da panela dela, o ovo que faltava na marmita dela ou a metade da laranja, mas aí creio que você entenderia como "alma gêmea".
Você é a alma gêmea da Sofia - e ela a sua. Vocês foram predestinados de uma maneira um tanto incomum, mas que não deixa de ser maravilhosa.
E eu admiro muito isso. Sou fã do amor entre cônjuges que é raro encontrar aqui onde eu vivo, sou fã dos olhos brilhando quando veem a pessoa amada se aproximando, sou fã da delicadeza das palavras e da sutileza dos gestos - ah como eu queria ter nascido no seu século, onde um beijo na mão é mais importante que um amasso num carrão (Sofia pode lhe explicar essa minha ultima expressão).
É, Ian, tenho princípios que já se foram por aqui. Educação, sutileza e gentileza são coisas que eu vejo sendo cada vez menos usadas, ah como isso me entristece. É muita tecnologia junta, muita correria, muita gente de cara fechada, está cada vez mais difícil viver num mundo onde a ganância, arrogância e ignorância são - em muitas vezes - maiores que o amor, o carinho e o respeito pelo próximo.
Por isso, Ian, lhe escrevo essa carta. Porque te admiro pelo homem que é, porque me encanta a forma como você ama a Sofia e a Elisa, porque me apaixono por você toda vez que você diz "terei um imenso prazer em lhe ser útil" e porque no fundo, no fundo, gostaria de encontrar alguém como você nesse século esquisito que eu vivo.
Com todo o meu amor, de uma Perdida do século XXI.

Srta. Denise ❤