Esta vai para você, amor da minha vida!

Como poderia não te amar? Tão terno, amigo, carinhoso, romântico e tantos outros adjetivos desejados no ser amado. Nossa! Como resistir às suas investidas, e eu bem que tentei?! Mas como fugir de um amor tão puro e forte, instantaneamente nascido em um encontro arranjado por uma amiga em comum. E olha que nunca gostei disso. Você foi meu primeiro e único namorado.

Com o tempo você foi revelando um outro lado, menos puro, é verdade. Foi ficando um tanto quanto menos carinhoso, menos atencioso, mais irritadiço, explosivo, violento...

É, você não era nada do que eu imaginava, que mancada! Pena que quando percebi já era tarde, eu já estava enredada, grávida! É, poderia ser apenas a pressão de formar uma nova família de repente, mas não! Você havia mudado mesmo. Um dia foi trabalhar e mandou outro em seu lugar.

Nos despedimos aos socos e pontapés, xingamentos e juras de ódio eterno, mas o que seria do amor sem o perdão, não é mesmo? Um dia você me pediu para voltar, prometeu melhorar, e lá estava eu, mais uma vez com você a acreditar que poderíamos fazer diferente, bastava querer. Nem sempre! Nem sempre querer é poder, principalmente quando você percebe que o outro alguém, além de possuir traços de uma personalidade psicopata, ainda é misógino, machista. É... Como o amor é lindo, e como prega peças!

Se me perguntam se valeram os últimos oito anos com você em minha vida, respondo que NÃO! "Mas nem pela experiência?" Nem assim! Eu poderia perfeitamente ter vivido a vida inteira sem as marcas que me causaram seus rompantes de "morde e assopra". Poderia ter sido mais feliz sem saber que pessoas com esse nível de egoísmo existem e parecem inofensivas até que dilacerem a sua alma. Oh, como eu queria!

De valor mesmo apenas os filhos, o melhor pedaço de mim, a quem dedico a minha existência. Enquanto você vive a sua vidinha medíocre, achando que está abafando, eu educo as crianças. E com todo o orgulho do universo, e fé em Deus, bato no peito para dizer que cuidarei para que não se pareçam com você, pois no dia em que precisar delas, erguerão as mãos em sua direção, e lhe tirarão do fundo do poço no qual você se enterra aos poucos agora.

A você o meu profundo desapontamento, o meu arrependimento, a minha pena, a minha indiferença...

Como dizia minha sábia avó: "toma teu rumo, segue tua turma!". E meus pêsames para quem te acompanhar. Pêsames, pois será mais uma vítima do seu orgulho, prepotência e falta de caráter.

Não responderei nenhuma das suas indiretas em frases mal escritas sobre "como é simples ser feliz, basta querer". É, eu escolhi ignorar. E termino meu desabafo como Nana Caymmi em Resposta ao tempo: "No fundo é uma eterna criança, que não soube amadurecer. Eu posso, ele não vai poder me esquecer".

Essa FOI para você, amor da minha vida, Só Que Não!