para o menino da bateria

para o menino da bateria

M. Phelipe,

Você já deve estar tão acostumado a receber cartinhas de amor que eu me acho uma grande idiota por estar escrevendo uma para você no momento. Que bom que você provavelmente nunca lerá isso, ou, se ler, nunca pensará que fui eu quem escrevi.
Quando te vi pela primeira vez você estava tocando bateria no acampamento lá da igreja. Eu te achei bonitinho logo de cara mas não fiz nada a respeito e no mesmo dia descobri que não fui a única: uma amiga minha também te achou incrível e não parou de falar de você (até hoje, se quer saber). Então eu simplesmente fingi que nunca tinha reparado em você e segui minha vida normalmente, afinal, eu nem te veria mais mesmo.
Mas no mesmo mês você e sua família foram convidados para participar de um culto na igreja da minha cidade e lá estava você. Eu nem dei muita atenção no começo, só ri do quanto minha amiga estava nervosa e tentei pensar em uma forma de juntar vocês dois. Na hora do lanche você simplesmente olhou para mim e me deu o sorriso mais adorável que eu já tinha visto em toda a minha vida e de repente eu virei uma poça e me derreti por você. Por que raios você fez isso?!
No próximo acampamento você só sorriu na hora de cumprimentar todo mundo mas por algum motivo segurou a minha mão. Minha melhor amiga me implicou sobre isso por semanas, principalmente depois de você ter parecido meio chateado por termos ficado em times diferentes na gincana.
E então tiveram outros acontecimentos como elogios pelo fato de eu ter conseguido responder perguntas dificeis nos jogos de pergunta e resposta, uma despedida com abraço (mas para os outros aperto de mão) e sorrisos que desarmariam qualquer uma. Mas nada disso significa nada. Você está conversando com outras garotas e parece muito mais interessado em qualquer uma delas do que em mim. Espero que não me faça me iludir ainda mais no próximo acampamento.

Com carinho,
a menina que tropeçou do nada na fila.

P.S. Eu acho adoráveis seus olhinhos de sono.

S. D.

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