Querido JRF

Obras do acaso, sua atuação no meu passado desencadeou em sua aparição no meu presente, de maneira quase improvável.
Na nova fase de minha minha vida, na minha nova frequência, vi você. Você entrou na sala onde eu estava, pediu licença e seguiu para seu lugar, que ficava justamente no meu campo de visão. Desviei o olhar de minhas anotações para saber de quem se tratava e te vi conversando com seu parceiro, no entanto, para a minha surpresa, você logo me encarou. Rs, direcionei o olhar para outro ponto e foi me lembrando de seus olhos que fui remetida a época que nos vimos, o que não vem ao caso, tendo em vista que tal memória foi por ti esquecida, segundo suas palavras. Eu, entretanto, conhecida pela habilidade de "guardar o passado", fui privilegiada com a lembrança.
O motivo por que te escrevo essa carta se dá pela forma como uma barreira se pôs entre nós, mais vez, infelizmente. Não sei do seu sentimento, você não sabe do meu, mas saiba que, no contexto em que vivemos, uma garota se atraiu por você e que eternamente guardará a intensidade dos seus olhos castanhos-escuros.
Não pretendo me esforçar em te esquecer, mas busco crescer de maneira que sua imagem se torne uma de minhas lembranças mais bonitas e não minha incerteza.

Daquela que foi cativada.