Para o único garoto que já amei,

Para o único garoto que já amei,

Lembro-me perfeitamente quando nos conhecemos: era uma segunda-feira friorenta, típica do mês de julho. Você havia acabado de ser transferido para o colégio, porém, agia como se estivesse lá à anos: conversa com todo mundo, fazia piadas com os professores e perturbava constantemente o silêncio da sala. Por esses motivos, de início, não tinha fui com sua cara, achava-te inapropriado e cínico.
Entrementes, com uma ironia do destino, acabamos nos sentado perto - malditos mapas de sala. Você foi legal comigo, cumprimentava-me, fazia comentários engraçadinhos que me fazia rir e ajudava-me com espanhol. Todavia, meu amor começou a surgir alguns meses depois, quando você começou a demonstrar um gosto semelhante ao meu: MPB, espírito liberal e de esquerda e paixão por filmes antigos.
Passávamos horas discutindo sobre esses assuntos, e foi assim que você se tornou o primeiro e único garoto que já amei.
Mas, como era de se esperar por minha sorte, tomamos rumos diferentes, ou seja, fomos para escolas diferentes. Mantivemos contatos por algum tempo, você me manda mensagens de texto, porém, por algum motivo que não sei, parou e eu, sem coragem, nunca te enviei nenhuma.
Acho que não nascemos para ficar juntos.

Sofia

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