É 27 de dezembro de 2015.
Queria ter 12 anos e me sentir ótima, mas na verdade eu tenho 19 e me sinto patética escrevendo isso.
Apesar de já ter escrito, anos atrás, uma carta pra você. É uma mistura de choro e palpitação quando penso no seu rosto.
É impossível, de diversas formas, conseguir ter você comigo.
Eu sei.
Você sempre disse que nasceu pra ser livre.
Livre de mim?
Ei, eu não entendo.
Por que você me liga de madrugada?
Você nasceu pra ser livre.
Meu melhor amigo diz que você gosta de me ter nas suas mãos.
A hora que você quiser.
É verdade, amor?
Por que você faz isso?
Você nasceu pra ser livre.
Não vê meu sofrimento?
Estar presente quando lhe convém é angustiante.
Pra mim, é claro.
Ei, eu não entendo.
O que te motivou a me cativar?
Você nasceu pra ser livre.
Não é mesmo?
Você consegue reverter a situação a ser favor.
Sempre.
É incrível.
Você segura a minha mão.
Porque você quer se conectar comigo
Ou porque você sabe que ela está tremendo e suada?
Me questiono deitada na cama lembrando.
Quando você falava
Sobre o clima, o relevo e os índios.
Uma caveira de indio
Ei, eu não entendo.
Você beija a minha testa porque tem carinho
Ou porque é doloroso demais beijar a minha boca?
Eu não entendo.
Você nasceu pra ser livre.
E eu sou prisioneira da sua liberdade.