Talvez seja você

Talvez seja você

Querida Sabrina,
Você não chegará a ler isso algum dia. Às vezes, o que precisamos é apenas extrair o peso da dor de alguma forma. E, felizmente, encontrei essa.
Desde aquele dia eu soube que poderia passar duas vidas observando o seu olhar, e quem sabe, te dizer todos os tons da sua íris quando ela é refletida pelo Sol. Você é tão bonita. De dentro pra fora. Confesso que, na primeira vez que a vi, me interessei pelo seu eu exterior, mas quando tive o prazer de conhecer um pedacinho do interior, eu caí naquela hora. Literalmente. E foi uma queda tão brusca que depois de dois anos ainda sinto as lágrimas surgirem só em ver alguma foto sua. Você é extremamente maravilhosa e queria que quem é que seja que você goste, te diga isso todos os dias. Pois você precisa saber, as pessoas são cruéis e eu não quero que algum tipo de maldade afete a sua aura. Eu gostaria de ter a oportunidade de conhecer você por completo, saber o seu sabor favorito de sorvete, a sua cor preferida ou se você chora assistindo filmes de cachorro. Por outro lado eu prefiro conviver com esse masoquismo que insiste em te querer por perto. Devo confessar, ultimamente eu só estou te querendo bem. Ah. Seria bem menos complicado se você não de encaixasse tão bem nas músicas que ouço, o tempo inteiro. Quem sabe a gente não se esbarre por aí... E essas duas vezes se transformem em quatro, talvez? Depois em seis e oito? O engraçado do amor é não saber se é. Talvez isso seja tudo contraditório. Talvez daqui um mês eu esbarre em outra pessoa que tenha um aroma tão doce, ou mais, que o seu. Ou meio metro a mais. Talvez em outra vida você sentia o que eu senti quando te vi. Ou, como disse Bukowski, talvez amor seja tudo aquilo que eu disse que talvez não fosse. Talvez amor seja ver aquele sorriso que você um dia me deu. Talvez ele seja simplesmente você.

L.

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