
Intrínseca na primeira Bienal Virtual de São Paulo
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Nascida no interior de Minas Gerais, em 1924, Isabel Salomão de Campos é da primeira geração de brasileiros de uma família de imigrantes libaneses. Criada na simplicidade da fazenda, desde pequena a menina mostrou ser diferente. Aos 9 anos via e ouvia coisas que não conseguia explicar, benzia pessoas sem acesso a remédios e a cuidados médicos, e, aos 14, conseguiu sozinha a autorização do prefeito de sua cidade para criar uma escola para os filhos dos colonos. A professora seria ela própria.
Foi no início da vida adulta que Isabel teve um entendimento mais amplo da sua vocação. Quando descobriu que as tais “coisas” que via desde a infância eram espíritos se comunicando com ela, fazendo-a ter medo de ser considerada perturbada pela sociedade e despachada no “trem de doido”, Isabel deu início a um longo processo de aprendizado no espiritismo. Sua vida foi entremeada ainda pelos desafios do casamento e da criação dos filhos, além da luta contra o preconceito religioso e contra a invisibilidade imposta às mulheres. Obstinada, fundou a Casa do Caminho, um centro não só para celebração da sua fé, mas que também realiza um extenso trabalho voltado a crianças e famílias em situação de vulnerabilidade social.
Jornalista investigativa premiada, conhecida por dar voz aos excluídos, Daniela Arbex remonta a história de Isabel e de muitos dos que foram influenciados por seu trabalho. Entre relatos de fé, cura e conforto espiritual ou de simples admiração por uma vida inteira dedicada ao outro, Os dois mundos de Isabel é uma biografia que dialoga com muitas histórias brasileiras. Com prefácio de Caco Barcellos, o livro é, sobretudo, uma narrativa de coragem. Em tempos de violência e intolerância, falar sobre uma mulher que lutou com a única arma que tinha — o amor — é, no mínimo, revolucionário.
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Daniela Arbex é autora do best-seller Holocausto brasileiro, reconhecido como Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti (2014). O livro foi ainda adaptado para documentário pela HBO. Em 2015, lançou Cova 312, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Livro-Reportagem (2016). É seu também Todo dia a mesma noite, livro de 2018 que narra a história não contada da boate Kiss. Daniela foi eleita a melhor repórter investigativa do Brasil em 2020 pelo Troféu Mulher Imprensa e tem ainda outros 20 prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles três prêmios Esso e o americano Knight International Journalism Award. Foi repórter especial do Jornal Tribuna de Minas por 23 anos e atualmente dedica-se à literatura.
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