
Segundo livro da série sobre Mussolini chega ao Brasil em março
Saiba mais sobre Segundo livro da série sobre Mussolini chega ao Brasil em março
Nos primeiros dias de 1925, Benito Mussolini, o jovem presidente do Conselho italiano, tomba inconsciente no chão de seu apartamento. Mussolini não fuma, quase não bebe mais, pratica esportes e segue uma dieta rígida. Mas ele sabe o motivo por trás do que o acomete: a Grande Guerra e a psicologia das multidões foram os males que arruinaram seu sistema digestivo. De camisa preta, botas de cano alto e pose altiva, o homem que se prepara para controlar totalmente a vida pública italiana está inchado de hipersecreções de ácidos e gases. A Itália ainda não sabe, mas o Duce está diante da própria morte.
Este é o ponto de partida do segundo volume da epopeia do líder fascista. Sequência do aclamado M, o filho do século, vencedor do prêmio Strega em 2019 e publicado em 40 países, M, o homem da Providência começa no momento em que o livro anterior termina: quando Mussolini planeja o passo seguinte do seu projeto absolutista, que é fundir seu nome ao do próprio país. Nesse período de sua trajetória, não vemos mais Mussolini de dentro para fora, mas o contrário.
Doente, o Duce se torna uma entidade reservada, “uma crisálida do poder que se transforma na borboleta de uma solidão absoluta”. Em seu isolamento, percebe o mundo com uma hipermetropia megalômana, mensurando o próprio poder em perspectivas distantes, enxergando-se pelas lentes da História. Em oposição a seus devaneios, o caminho até a ditadura totalitária será árduo. Nos momentos finais dessa etapa de sua vida, quando, em 1932, Mussolini constrói o impressionante santuário dos mártires fascistas, o que seria uma homenagem ao luto passado já pressagia a dimensão da tragédia futura. Em M, o homem da Providência, Antonio Scurati tira do esquecimento pessoas e fatos de vital importância, cruzando narrações e fontes da época de forma ousada e profundamente dramática.
Saiba mais sobre Segundo livro da série sobre Mussolini chega ao Brasil em março
Saiba mais sobre A troca de favores que mantém um governo fascista no poder
Nascido em Nápoles em 1969, Antonio Scurati é professor de Literatura Contemporânea na Universidade de Comunicação e Línguas (IULM) de Milão. É colunista do La Stampa e autor de vários ensaios. Estreou em 2002 com Il rumore sordo della battaglia, que ganhou os prêmios Kihlgren, Fregene e Chianciano. Em 2005, com o romance histórico Il survivuto, conquistou a edição XLIII do prêmio Campiello. Com Una storia Romântica, de 2008, recebeu o Mondello, e em 2015, com a publicação de Il tempo migliore della mostra vita, recebeu o Viareggio e outros prêmios, como o de Seleção Campiello. Com M, o filho do século foi laureado com o Prêmio Strega, o mais importante da literatura italiana.
Siga-nos