O avô Bertuíno chamava um neto e passava adiante a rede porque estava velho, e, para ele, tempo de velho morrer era no inverno.

O passado inexpugnável nos habitará para sempre, oculto no centro palpitante da nossa memória.

Para fazer meu Tobias dormir, leio-lhe um livro sobre uma menina, sua avó e as miraculosas coisas que viveram juntas, que termino segurando o choro.

Quando eu era menina, veraneávamos. Essa era a única regra fixa nos dois meses de vacaciones: estar na praia.

Filosofando sobre o Natal ao pé de um sinal de trânsito fechado numa avenida porto-alegrense, concluí que datas festivas não são bengalas, mas cabides.

O lugar onde o escritor escreve sua história é exatamente onde ele nunca está.

Quebrar os cristais é sempre sinal de boa sorte. Prefiro minhas taças quebradas a escondidas dentro de um armário fechado.

O ideal quase nunca está ao nosso alcance, então temos que viver com o possível. Uma grande médica uma vez me disse isso e nunca esqueci.

Viver é perigoso, mas escrever uma boa história é ir até o rabo da palavra.

A vida é cheia de partidas, e cada uma delas é um fim e também um começo. Tenho pensado muito nisso a propósito de minha própria história.