Notícias

A vida do comandante

12 / março / 2013

Menos de 24 horas após a morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, na última terça, já estava à venda o e-book da biografia Comandante, de Rory Carroll, ex-correspondente do jornal britânico Guardian na Venezuela. Ontem, saiu a versão impressa.

A edição brasileira chega em abril, pela Intrínseca, com tradução de George Schlesinger. Ao longo do livro, Carroll deixa cada vez mais clara sua crítica ao presidente, pela lacuna entre a retórica e o que via no dia a dia venezuelano. O livro, diz a Economist, vale pelos detalhes, como o relato da aflição da equipe quando Chávez decidiu que havia muito vermelho ao redor e começou a se vestir de amarelo.

Texto de Raquel Cozer, publicado na coluna “Painel das Letras”, do jornal Folha de S. Paulo, em 9 de março de 2013.

Sinopse de Comandante, de Rory Carroll:

Durante os catorze anos em que ocupou a presidência da Venezuela, Hugo Chávez foi um fenômeno político comparado a Napoleão, Juan Perón e Fidel Castro. A verdade, porém, é que nunca houve um líder como ele. Eleito de forma democrática, reinou pelas telas de TV como um monarca em seu trono, incitou adoração e repulsa em proporções equivalentes e procurou se perenizar no poder por mandatos sucessivos. Chamado de “comandante” por seus seguidores, Chávez desafia rótulos e exige uma análise cuidadosa.

Ao assumir o poder em 1999, ele prometia uma revolução democrática que transformaria o país, e se tornou um símbolo de esperança e liberdade para o povo. Contudo, com o passar do tempo, assumiu o controle da indústria petrolífera, extremamente lucrativa, centralizou a autoridade do governo, permitiu que funções administrativas básicas definhassem, prendeu e aniquilou opositores políticos, criou um culto à personalidade e cortejou Fidel Castro e o polêmico presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, ocupando grande parte da programação de TV e rádio do país com suas transmissões em cadeia nacional e seu duradouro programa Aló, Presidente.

Em Comandante, o aclamado jornalista Rory Carroll transpõe os muros do Palácio Miraflores para relatar os bastidores da vida e da corte política de Chávez em Caracas. A partir de entrevistas com assessores, ministros, cortesãos, adversários políticos e cidadãos, sua narrativa minuciosa registra um experimento único de governo que oscilava entre iluminação, tirania, comédia e farsa.

Leia um trecho.

Tags , , .

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *