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O fascismo e a Igreja como aliados

29 / abril / 2022

Por Vanessa Corrêa*

Para aumentar a identificação da população italiana com o fascismo, Benito Mussolini escolheu a Igreja Católica como um dos pilares de seu regime. O Duce passou os primeiros anos de seu governo buscando uma conciliação entre o Estado italiano e a Igreja, após décadas de hostilidade.

O objetivo foi alcançado em 11 de fevereiro de 1929, com a assinatura do Tratado de Latrão, no qual o governo de Mussolini reconhecia a religião católica apostólica romana como a oficial do Estado italiano. O tratado também concedeu à Igreja plena propriedade e poder sobre a Cidade do Vaticano, uma indenização e títulos de renda que somavam 1 bilhão de liras, além do reconhecimento do valor civil do casamento religioso, o ensino confessional obrigatório nas escolas estatais, entre outras medidas.

Em troca, a Igreja se comprometeu a não desempenhar um papel político, proibindo às suas associações qualquer atividade nesse sentido e exigindo que seus bispos fizessem um juramento perante o rei. Com o Tratado de Latrão, Mussolini se tornou, nas palavras do papa Pio XI, “o homem da Providência”. Seguindo a retórica do fascismo, que emprega o discurso religioso para defender seus valores, o líder do governo passou a ser visto como um indivíduo escolhido por Deus.

M, o homem da Providência é a continuação de M, o filho do século, série de Antonio Scurati que conta a vida e a trajetória política de Benito Mussolini. No novo livro, o escritor aborda o período de 1925 a 1932, mostrando os efeitos do fascismo no Estado italiano e a aliança que Mussolini fez com a Igreja Católica para perpetuar seu governo no poder.

* Vanessa Corrêa é jornalista.

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Comentários

4 Respostas para “O fascismo e a Igreja como aliados

  1. E assim a história se repete em situações e instituições diferentes nos dias de hoje, denominações religiosas apenas mudou de nomes..

  2. O catolicismo é um desvio do verdadeiro cristianismo. Jesus Cristo não veio criar uma igreja secular e com pretensões terrenas. Jesus Cristo disse que seu reino não é deste mundo. O envolvimento do catolicismo se perdeu e se descaracterizou como igreja verdadeira. Hoje é um movimento político com aliança com o socialismo é outros regimes ateus e que proíbem as liberdades das pessoas. Países latinos estão embarcando na canoa furada do socialismo tendo orientação do bispado católico. Apoiar o fascismo e o nazismo é impensável para quem tem o mínimo de conhecimento de Deus.

  3. Isto não é um documento histórico, é apenas a opinião de uma jornalista. Muito cuidado com isso.

  4. Cara não é a Igreja Católica e sim as pessoas que fizeram a aliança

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