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Conheça Violette Toussaint, uma protagonista forte e inspiradora

14 / abril / 2022

Por Jocasta Vilela*

Água fresca para as flores, obra de estreia de Valérie Perrin no Brasil, deu as boas-vindas a 2022 como livro de janeiro do clube intrínsecos. Comecei a leitura sem saber exatamente o que esperar, já que não havia lido nada a respeito da história. Para a minha surpresa, desde o início fui transportada para dentro da trama e senti uma forte conexão com a protagonista. Violette Toussaint é uma mulher admirável.

Luto, depressão, solidão e abandono são alguns dos temas que marcam essa narrativa. Mas acreditem, é um livro belíssimo! O nome diz bastante: Água fresca para as flores remete ao cuidado de regar e nutrir nossa jornada terrestre. No caso de Violette, cuidando das plantas de sua horta e mantendo a ordem em seu coração e nos túmulos do cemitério onde vive e trabalha como zeladora.

Essa história me trouxe inúmeras reflexões. Além do luto, que dialogou intensamente comigo, a escrita singela de Valérie Perrin e a evolução da protagonista foram os pontos que mais me tocaram. Acompanhar todas as fases de Violette deixou meu coração apertado e reforçou minha ideia do quão importante é falar sobre aqueles que já partiram, pois isso torna possível que o amor continue a existir. Senti uma mistura enorme de emoções durante a leitura, chorei, sorri, sofri e torci para que ela encontrasse uma maneira de ser feliz. Fiquei pensando em como a vida pode ser imprevisível e nos fazer dançar no seu ritmo, e o quanto é difícil lidar com os diversos tipos de perda.

Violette é uma mulher de aparência leve e tranquila que oculta perdas dolorosas mas que, por meio de sua relação com a terra, consegue renascer e encontrar um novo propósito para sua vida. Sua dor é genuína e palpável, e essa identificação que o leitor sente com a protagonista é muito forte. E o mais legal: não é preciso ser mãe ou mulher para que isso aconteça.

Misturando drama com suspense e romance, a autora apresenta boas reflexões sobre as variadas formas de amar, viver e morrer em um universo pouco abordado e que muitos desconhecem: o mundo dentro dos cemitérios.

Como florescer após sofrer uma dor intensa? Água fresca para as flores nos convida a olhar o mundo de uma nova perspectiva. Foi uma leitura fascinante. Leiam e se emocionem.

“A escuridão nunca é completa. Sempre há uma janela aberta no fim do caminho.”

 

Jocasta Vilela é mamãe do Daniel e da Helena, jornalista, professora de inglês e leitora nas horas vagas. Lá no @curtaleitura, perfil parceiro da Intrínseca no #TimedaIntrín, você encontra um pouquinho dessa família que ama ler. 

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