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A dança da água explora o período da escravidão sob uma nova perspectiva

31 / julho / 2020

Romance de estreia de Ta-Nehisi Coates chega às livrarias em 22 de setembro e remonta a vida no século XIX sob a perspectiva dos escravizados

Por toda a América as plantações de tabaco floresceram e trouxeram riqueza aos senhores de terra durante o século XIX. À custa do trabalho e do sangue de pessoas escravizadas, homens ricos e livres viveram períodos de fartura e tranquilidade. Mas, quando o declínio recai sobre uma fazenda no interior da Virgínia, a estrutura que a mantinha será transformada para sempre.

Em sua estreia na ficção, o premiado jornalista norte-americano Ta-Nehisi Coates volta nossos olhos para o longo período de escravidão nos Estados Unidos sob uma perspectiva diferente. Seu romance fantástico narra a saga de um jovem escravizado e a descoberta de um poder extraordinário dentro dele. Fruto de uma década de escrita e pesquisa, A dança da água deixa claro seu objetivo já na epígrafe, em uma citação do abolicionista norte-americano Frederick Douglass: “Meu papel foi contar a história do escravo. Para a história do senhor não faltam narradores.”

Na trama, quando Howell Walker, senhor de Lockless, vislumbra o próprio fim, logo entende que precisa de um substituto para administrar os últimos dias da fazenda. Logo fica claro que seu único herdeiro, Maynard, não tem a menor aptidão para essa empreitada. E mesmo o jovem Hiram, com sua resiliência e memória infalíveis, não poderia fazê-lo: além de filho ilegítimo de Walker, ele é um escravizado.

Quando um terrível acidente faz com que os meios-irmãos se afoguem nas águas do rio Goose, apenas a vida de Hiram é poupada. Desse breve encontro com a morte, brota em Hiram a urgência de escapar do lugar que foi seu lar e prisão desde o dia em que nasceu — e também um poder misterioso até então oculto dentro de si.

A dança da água narra toda a atrocidade infligida a homens, mulheres e crianças negros através de gerações de escravizados, compondo um relato comovente e místico sobre destino e propósito, perda e separação. A história de Hiram Walker poderia ser também a de uma criança separada à força da mãe, negligenciada pelo pai e privada do direito de honrar suas tradições e definir o rumo da própria vida. Ou ainda a história de como a cultura e as tradições de um povo sobreviveram às inúmeras tragédias impostas a ele ao longo de séculos.

“A cada passo eu sentia a lógica terrível da Tarefa, da minha Tarefa, se encaixando. Não era apenas saber que eu nunca seria herdeiro de nem um centímetro de Lockless. E era mais do que saber que nunca seria destinatário do fruto do meu próprio trabalho: era saber também que meus próprios desejos espontâneos teriam que ser para sempre sufocados, que eu deveria viver com medo deles, de forma que, mais do que viver com medo das pessoas da Qualidade, eu tinha que necessariamente viver com medo de mim mesmo.”

Elogiado por Toni Morrison como a voz capaz de preencher o vazio deixado pela morte de James Baldwin, Ta-Nehisi Coates foi finalista do prêmio Pulitzer em 2016 com Entre o mundo e eu. Além de escrever para as revistas The Atlantic e Time e para o The New York Times, o autor também foi responsável pela reformulação dos quadrinhos Pantera Negra na Marvel, inspirando o CEO da Disney a produzir o filme solo do herói.

Tocante, poderoso e envolvente, A dança da água foi eleito um dos melhores livros do ano pela Time e estará disponível nas livrarias e lojas on-line do Brasil a partir do dia 22 de setembro, mas você já pode garantir a sua edição na pré-venda. O título foi enviado primeiro no intrínsecos, o clube de assinatura da Intrínseca. Confira o kit.


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