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6 livros (de diferentes gêneros) para pensar a experiência de mulheres asiáticas

29 / abril / 2022

 

Nos últimos anos, a luta por diversidade na arte e na literatura levou a um aumento significativo da publicação de obras com múltiplas visões e experiências de mundo. Mulheres, grupos LGBTQIAP+ e pessoas negras, indígenas e asiáticas estão, ainda que lentamente, conquistando seu espaço no centro do debate, e suas vozes, chegando a cada vez mais leitores. 

Um dos grupos que vêm se destacando no meio literário são as mulheres asiáticas, com importantes obras escritas ou protagonizadas por elas. Seja em universos distópicos, ficções épicas ou obras de não ficção, existem muitas maneiras de mergulhar nessas histórias tão únicas e diversas entre si, experiência fundamental na formação de um catálogo mais plural e feminista.  

Pensando nisso, selecionamos uma lista de livros incríveis, de diferentes gêneros, para você conhecer:  

 

Kim Jiyoung, nascida em 1982, de Cho Nam-Joo

Sucesso editorial no mundo todo, o livro de Cho Nam-Joo já vendeu mais de 1 milhão de exemplares. A obra forteleceu o movimento feminista da Coreia do Sul e foi pauta de grandes questionamentos por sua abordagem direta de temas como a desigualdade de gênero e o assédio sexual. 

Na história, acompanhamos a trajetória de Kim Jiyoung, uma mulher sul-coreana comum que largou o emprego em uma agência de marketing para cuidar da filha recém-nascida. Desde sua infância até os dias atuais, o machismo se fez presente em sua rotina, afetando seus pensamentos e suas escolhas. 

Kim Jiyoung, nascida em 1982 é uma obra poderosa e contemporânea que não só atinge o âmago da individualidade feminina, como também questiona o papel da mulher em âmbito universal.

 

Pachinko, de Min Jin Lee

 

O emocionante livro de Min Jin Lee apresenta a saga de diferentes gerações de uma família coreana exilada no Japão. É uma história sobre as dificuldades enfrentadas por imigrantes e como precisam de resiliência e força em um ambiente extremamente hostil. 

A narrativa tem como foco central a matriarca Sunja, que, nas primeiras páginas, é uma adolescente ingênua. Nos anos 1900, frente a uma desonra inimaginável, a personagem toma uma decisão que muda completamente sua história e impacta a vida de todos os membros de sua família por mais de noventa anos. 

Sunja é uma mulher forte que enfrentou as dificuldades de ser coreana em um país colonizador, machista e excludente. 

 

Contra o feminismo branco, de Rafia Zakaria

 

No campo da não ficção, Contra o feminismo branco explora a persistência do movimento feminista em se basear na experiência de mulheres brancas de classe média e alta. O livro da pesquisadora paquistanesa Rafia Zakaria é um contramanifesto que coloca as mulheres não brancas no centro do debate. 

Em uma leitura direta e impactante, a autora questiona desde pensadoras como Simone de Beauvoir a produtos culturais como Sex and the City. O resultado é uma obra crítica à adesão do feminismo branco ao patriarcado, à lógica colonial e à supremacia branca. 

O livro estimula debates sobre a quarta onda do feminismo e contou com um bate-papo incrível de lançamento, com a autora, Rafia Zakaria, e a filósofa Djamila Ribeiro, que você pode conferir aqui na íntegra.

 

Viúva de Ferro, Xiran Jay Zhao

Um pouco de ficção científica e distopia para completar a lista também, que tal? 

Em Huaxia, a maior honra concedida a uma garota é sua escolha para a função de piloto-concubina, servas conectadas a pilotos homens para juntos fornecerem energia vital às crisálidas — máquinas de guerra gigantes que protegem a humanidade dos alienígenas além da Grande Muralha. Essa conexão mental tão intensa e poderosa entre piloto e concubina com frequência leva as jovens à morte. Aos dezoito anos, Wu Zetian se alista como concubina com o objetivo de vingar a morte da irmã, assassinada em batalha por seu copiloto.

Viúva de Ferro apresenta importantes discussões sobre feminismo, patriarcado, papéis de gênero e sexualidade. Xiran Jay Zhao, autore não binárie sino-canadense, desenvolve com maestria um universo audacioso e original, ao reimaginar a jornada da primeira e única imperatriz da China, Wu Zetian, em um futuro distópico, ameaçador e eletrizante.

 

Shine: uma chance de brilhar, de Jessica Jung

 

Outra leitura que apresenta a perspectiva de uma mulher asiática é Shine, de Jessica Jung. Nessa história infantojuvenil, conhecemos Rachel Kim, que, na Coreia do Sul, sonha em ser cantora e se dedica há seis anos ao rigoroso programa de treinamento da DB Entertainment. 

No livro, conhecemos os rigorosos padrões de beleza da indústria do K-pop pelos olhos de uma autora que já passou por esse processo (Jung fez parte do grupo Girl’s Generation). 

E aí, curtiu as indicações? 

 

A Guerra da Papoula, R.F. Kuang 

Obrigada a se casar com um homem asqueroso, a jovem Rin fez de tudo para reescrever o próprio destino. Estudou dia e noite e conseguiu uma vaga na academia militar mais prestigiada do Império. Quando o conflito com o país vizinho eclode, ela entende que ganhar a guerra pode custar sua humanidade.

A Guerra da Papoula, romance de estreia da escritora sino-americana R.F. Kuang, foi considerado pela revista Time uma das 100 melhores fantasias de todos os tempos. Na obra, a autora constrói com maestria um universo fantástico inspirado na Segunda Guerra Sino-Japonesa, na história militar da China no século XX e na ascensão de Mao Tsé-Tung ao poder, com uma protagonista imprevisível e incomparável.

 

E aí, curtiu as indicações? 

Comentários

Uma resposta para “6 livros (de diferentes gêneros) para pensar a experiência de mulheres asiáticas

  1. Pachinko é incível! Eu sou apaixonada (foi o primeiro livro que eu chorei rs).

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