(Foto: Isis Medeiros)
Às 12 horas, 28 minutos e 24 segundos do dia 25 de janeiro de 2019, uma onda de lama desabou sobre a Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais. O rompimento da Barragem 1 cobriu imediatamente o refeitório da mineradora Vale, onde centenas de funcionários estavam em horário de almoço, e seguiu varrendo prédios, vegetação, automóveis e o que mais estivesse à frente.
Ocorrida pouco mais de três anos após o desastre em Mariana, a tragédia em Brumadinho causou a morte de 270 pessoas, das quais sete ainda não foram encontradas. Contudo, embora o rompimento fosse imprevisível, não se pode dizer que era inevitável.
Arrastados, de Daniela Arbex, reconstrói os acontecimentos de Brumadinho sob a cuidadosa apuração da jornalista que ficou nacionalmente conhecida pelas obras Holocausto brasileiro e Todo dia a mesma noite. Para contar essa história, ela realizou centenas de entrevistas, que trouxeram ao livro duzentos personagens envolvidos direta ou indiretamente no caso, ajudando a recuperar a memória das vítimas e a mostrar o lado sensível por trás do maior desastre humanitário do país. Além disso, Arbex apresenta dados sobre a operação da mineradora, com acesso aos documentos que comprovam a postura negligente que contribuiu para que o desastre acontecesse.
Humano, impactante e rico em detalhes, Arrastados não é apenas uma obra jornalística, mas um relato essencial para impedir que outra catástrofe brasileira se perca em meio à banalidade do noticiário cotidiano.
O livro, quinto da bibliografia de Daniela Arbex, chega às livrarias a partir de 25 de janeiro.
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