testePerpétuos: os quadrinhos e a obra de Neil Gaiman

Por Mário Feijó*

Neil Gaiman na SDCC em 2018 (Fonte). REBECCA CABAGE/INVISION/AP

Sou fã da Intrínseca por vários motivos. Talvez o principal seja o belíssimo trabalho que ela faz com a obra de Neil Gaiman, dispersa durante anos entre diversas editoras, que nem sempre tiveram o devido cuidado com o autor e com seus leitores. Isso mudou quando a Intrínseca lançou O oceano no fim do caminho em 2013; finalmente o fabuloso universo literário de Gaiman encontrou uma casa onde poderia reunir diferentes gerações, para recordar ou descobrir sonhos e medos. O catálogo completo ainda não está na Intrínseca, mas torço para que algum dia esteja. O leitor brasileiro merece. E agora, em julho de 2021, um novo presente chegou: um projeto inédito e exclusivo para os leitores brasileiros, reunindo contos do autor adaptados para a linguagem dos quadrinhos: a Biblioteca Gaiman. Quem pega o volume 1 nas mãos fica logo ansioso pelos próximos.

Meu relacionamento com Gaiman é antigo. Eu tinha vinte anos quando o descobri, lá na longínqua década de 1980, numa banca de jornais; foi um divisor de águas para mim e para muitos amigos que estavam migrando da adolescência para a vida adulta. Era o tempo do Gaiman raiz de Sandman, então publicado em gibis. Era revolucionário. Claro, havia aqueles que preferiam Alan Moore ou Hugo Pratt, mas mesmo estes sabiam que a saga Sandman era um ponto fora da curva, um material de excelência. Tão britânico e ao mesmo tempo tão universal. Era gibi, mas poderia ser literatura. Era gibi, era arte, era vida, morte, sonho, pesadelo, esperança, brutalidade, heresia, cânone, sincretismo total. Quanto maior o repertório de leitura, mais fantástica era a experiência daqueles quadrinhos que misturavam mitologias, folclores, música, cinema, diversidade, culturas, família, amizades, amores e mais família.

Faça uma lista dos temas mais badalados ou ousados do século XXI. Gaiman foi precursor de todos eles. Ao mesmo tempo que nos levava para a Grécia Antiga, para o Japão feudal, para a África tribal, para a Revolução Francesa, até para o Inferno, Gaiman explorava personagens e dramas que só ganhariam visibilidade décadas depois. Ou, como diziam alguns críticos na época: “Esse cara é muito doido.” Bem, o inglês doido dava medo, fazia pensar bastante e também emocionava com coisas simples. Difícil de explicar, mas fácil de sentir. Quando ele migrou dos gibis para os livros, muita gente achou que não daria certo. Deu.

O Neil Gaiman de hoje é o escritor premiado, consagrado e disputado pelos canais de streaming. Publicou para adultos, jovens e crianças, sempre com sucesso, sempre fazendo boa arte. Raramente voltou aos quadrinhos, mas suas sombrias narrativas literárias são perfeitas para o formato, se forem adaptadas por quadrinistas que compreendem a essência da atualização do discurso, do recontar o que já é conhecido com novos elementos e novos significados. Transformar palavras em imagens é para poucos. O time que costuma adaptar Gaiman sabe o que faz e para quem faz. Mesmo com essa matéria-prima da melhor qualidade, a equipe editorial da Intrínseca soube escolher muito bem o conteúdo do volume 1: Shane Oakley, Michael Zulli, Todd Klein, P. Craig Russell e John Bolton. Para o prefácio, a brasileira Cris Peter. Para a capa, síntese magistral das histórias adaptadas, o sensacional e brasileiríssimo Shiko. O projeto gráfico é de Antonio Rhoden e a tradução é de Stephanie Fernandes. A preparação de originais, do mestre Victor Almeida.

Capas originais das três primeiras histórias da coletânea. Texto © 2021 Neil Gaiman. Ilustrações © 2021 Shane Oakley, Michael Zulli, P. Craig Russell

A primeira narrativa, com adaptação e arte de Shane Oakley, tem um título exagerado… “As noivas proibidas dos demônios desfigurados da mansão secreta na noite do desejo sinistro”. Ufa! É que são duas histórias dentro de uma, recurso que Gaiman domina. É sobre literatura gótica, ou talvez seja sobre fantasia, sobre ansiedade e crise criativa. Com certeza é sobre terror, antigo ou contemporâneo, mas há terror. Desconcertante, às vezes incômodo. Os leitores que amam os grandes clássicos do gênero e que gostam de buscar citações e referências aqui e acolá irão se divertir. No final, o que importa é que tudo esteja em seu devido lugar.

Em “Criaturas da noite”, descobrimos um novo combo, pois são duas estranhas histórias pelo mesmo artista, Michael Zulli. Temos o Gato Preto, que é um nome próprio, e temos a Filha das Corujas, que poderia ser um nome próprio. De onde vieram? Nem as Hempstocks saberiam dizer. Bom, se você sabe quem são as Hempstocks, sabe que Gaiman adora gatos pretos em suas tramas, sendo que aqui o gato é o herói. Talvez um super-herói. Mais do que espantar o mal e proteger a casa, ele está lá para lutar, de verdade, pelo bem-estar da família humana que o acolheu. Quanto à Filha das Corujas, a menina desamparada e abandonada nos degraus da igreja, criada no convento onde não havia mais freiras, aparentemente indefesa diante da crueldade dos homens, era uma bela jovem que não sabia falar. Não podia contar sua triste história, mas as moradoras da vila fizeram isso por ela, e a lenda se espalhou.

Todo bom escritor remete a outro; estão sempre interligados de alguma maneira. Desde Sandman, sabíamos que Paraíso Perdido, de John Milton, era uma das fontes favoritas de inspiração para Gaiman. Pois no detetivesco “Mistérios divinos”, com adaptação e arte de P. Craig Russell, vemos essa influência ser retomada e aprofundada. Conheça Lúcifer de um jeito que você nunca viu. Se você é o tipo de leitor que gosta de prelúdios, prepare-se. Descubra que muito antes de tudo, antes mesmo de Sherlock Holmes, houve um investigador chamado Raguel, e ele era a Vingança. Como escrevi antes, Gaiman domina a técnica de contar uma história dentro de outra, então esta trama de mistério, terror e morte é sobre Tinkerbell Richmond, trinta e poucos anos, mãe de Susan. Pessoas chamadas Tinkerbell batizam suas filhas com nomes comuns, fáceis de lembrar ou de esquecer.

Capas originais das duas últimas histórias da coletânea. Texto © 2021 Neil Gaiman. Ilustrações © 2021 Michael Zulli, John Bolton

“A verdade sobre o desaparecimento da srta. Finch”, adaptação de Todd Klein e arte de Michael Zulli (olha ele aqui outra vez), merece um cálice de vinho do Porto, ainda que o narrador discorde disso. É que ele ficou um tanto quanto perturbado com os eventos vividos na noite em que a srta. Finch sumiu. A expressão “circo de horrores” pode ser batida, cafona, mas foi nesse tipo de circo que os personagens se meteram inadvertidamente. Parecia apenas brincadeira para adultos, com horrores fake como masmorras, gritos, correntes, guilhotinas, mesas de tortura, gente esquisita. Monstros, vampiros, zumbis, quem ainda acredita nisso? Smilodons e aepyornis podem ser mais interessantes. Os primeiros são tigres-dente-de-sabre, os segundos são dodôs. Para tentar entender, o leitor terá de percorrer as dez câmaras do circo. Em cada uma delas, um novo pesadelo, um novo encanto, uma nova fantasia.

Por fim, “Arlequim apaixonado”, arte de John Bolton. Imagino que este tenha sido o grande desafio para a tradução de Stephanie Fernandes, porque narrativa rimada nunca é fácil de passar do inglês para o nosso português, mantendo a graça e o estilo do original. Desafio aceito e missão cumprida. Gaiman gosta da italiana Commedia dell’Arte, quem o acompanha desde 1988 sabe disso. Assim sendo, cuidado ao abrir a porta, pode haver um coração pregado nela. É, um coração, rubro, escuro, quase marrom, cor de fígado. Se é dia de São Valentim, que lá na Inglaterra vale como Dia dos Namorados, tenha cuidado. Algo está errado. Sobrenatural ou não, cuidado com a paixão. Mas não tenha tanto medo, haverá do que rir, ou pelo menos motivo para sorrir, na dor do amor, no recomeço do ardor.

***

 

Ter começado pelos quadrinhos deu a Neil Gaiman uma base de leitores que ele carregou para outras mídias. Foram seus leitores originais que compraram os livros para si e para os filhos. Que levaram as crianças ao cinema para assistir a Coraline. Essa criançada está crescida e agora aguarda ansiosamente a estreia da adaptação de Sandman para a Netflix. Mas assistir streaming ficou mais fácil do que ler gibis publicados tantos anos atrás, sendo que muitos deles nunca nem chegaram ao Brasil. Os velhos leitores têm muita coisa guardada na memória afetiva das bancas de jornais e dos papos com os amigos. A publicação da Biblioteca Gaiman, com todos os volumes que virão, permitirá que eles reencontrem um conteúdo marcante e sempre relevante. Os mais jovens poderão descobrir e imergir em partes inexploradas desse universo ficcional perfeitamente equilibrado em estímulos emocionais e reflexões intelectuais, em que literatura e quadrinhos sempre estiveram juntos. Os Perpétuos, os sete irmãos mais antigos que o tempo, podem provar.

 

*Mário Feijó é doutor em Letras e professor da Escola de Comunicação da UFRJ, onde ministra as disciplinas complementares “Gaiman: do terror ao infantil” e “O medo e a esperança na obra de Neil Gaiman”.

testeQuem é George Soros, o bilionário filantropo envolvido em inúmeras teorias da conspiração?

Por Alexandre Sayd*

Judeu húngaro, sobrevivente da invasão nazista e da posterior ocupação soviética, financista de carreira meteórica que se tornou um dos homens mais ricos do mundo com uma fortuna de bilhões de dólares. Esse é o polêmico George Soros, que ficou famoso pelas ações filantrópicas realizadas por sua organização, a Open Society Foundations, com atuação em dezenas de países; e também por conta do grande número de teorias da conspiração envolvendo seu nome —  geralmente originadas da direita política, para quem o magnata nonagenário é uma espécie de mestre da manipulação que governa o mundo indiretamente por trás dos panos.

É possível que essas teorias da conspiração  sejam o motivo principal para Soros ter ficado tão conhecido. Muitas delas são bastante superficiais e se disseminam em correntes de WhatsApp, grosso modo, acusando-o de tentar implantar um comunismo mundial — ou até mesmo de já ter feito isso!

Outras, mais elaboradas e menos delirantes, afirmam que Soros financiou as caravanas de imigração para os Estados Unidos partindo da América Central em 2017, ou que se beneficiou da Segunda Guerra Mundial ao colaborar com o regime nazista. Boa parte dessas teorias tem alguma dose de antissemitismo.

Apesar de tudo o que se diz sobre ele, George Soros é um notório defensor do liberalismo e da economia de mercado. Sua personalidade não poderia ser de fato relacionada a nenhuma forma de comunismo. Sua defesa de ideais progressistas e seu combate a regimes totalitários também não combinam com supostos planos de dominação global.

 Não se pode negar, entretanto, que o bilionário seja poderoso o bastante para influenciar grandes acontecimentos políticos e econômicos, como ficou demonstrado, entre outras coisas, pela atuação de sua ONG na abertura de países do leste europeu, mesmo antes da extinção da União Soviética, e também em manobras financeiras que marcaram a história, como a “quarta-feira negra”, de 1992, quando Soros vendeu mais de 10 bilhões de libras esterlinas em aberto, levando à quebra do Banco da Inglaterra.

 Então, apesar dos exageros conspiracionistas, é razoável enxergar Soros como um ator importante do teatro global, sendo alguém que promoveu a legalização das drogas em vários estados norte-americanos, elevou Viktor Orbán a presidente da Hungria, atrapalhou os planos imperialistas de Putin e lucrou com crises financeiras orquestradas por ele mesmo.

 Soros nasceu em Budapeste em 1930, registrado como György Schwartz. Seu pai foi um próspero advogado que combatera na Primeira Guerra Mundial e passara anos como prisioneiro em um campo da Sibéria. Era um homem muito inteligente e dinâmico, que fundou e dirigiu uma revista literária em esperanto e foi responsável pelo salvamento de muitos judeus quando os alemães invadiram a Hungria em 1944.

 Segundo George Soros, que então tinha 13 anos, ele teve muita sorte, porque seu pai entendeu depressa a natureza no regime nazista, percebeu que eram tempos anormais e que quem agisse normalmente conforme as regras estaria em risco. Assim, providenciou documentos falsos e esconderijos para toda a família, e também para muitos outros judeus, a maioria dos quais sobreviveu.

Poucos anos depois, em 1947, Soros conseguiu deixar a Hungria socialista e foi estudar na Inglaterra, onde foi aluno do filósofo Karl Popper, que o influenciou profundamente. Popper era um entusiasmado defensor das democracias liberais — o que chamava de “sociedade aberta” — e é mais conhecido no Brasil por ter apontado o “paradoxo da tolerância”, segundo o qual uma sociedade, a fim de se manter tolerante, não pode tolerar as ideias intolerantes.

 Após concluir os estudos, Soros começou a trabalhar para bancos e a experimentar com as finanças antes de criar seu próprio fundo de investimentos. Em 1969, criou seu primeiro hedge fund e ficou conhecido pelas suas manobras agressivas e de grande retorno financeiro. Através da Soros Fund Management, sua empresa de investimentos, ele foi capaz de multiplicar seu patrimônio até se tornar multibilionário, tendo chegado a ser o 29º homem mais rico do planeta em 2017, antes de doar 80% de seu dinheiro para sua organização filantrópica.

De acordo com o próprio Soros, foi ao se ver rico que ele se deu conta de que poderia repetir as ações de seu pai, mas numa escala gigantesca. Inspirado pelas ideias de Karl Popper, criou a organização chamada Open Society Foundations, com os objetivos de abrir sociedades fechadas, viabilizar as sociedades abertas e desenvolver o pensamento crítico. Esse último objetivo resultou na fundação da Universidade Centro-Europeia, sediada em Budapeste, com a finalidade de fomentar a democracia e o desenvolvimento científico em países que integraram o extinto bloco soviético.Inicialmente, a Open Society Foundations atuou em países subdesenvolvidos, como a África do Sul, onde tentou combater a política de apartheid, e países que compunham a União Soviética, onde procurava meios de abrir aquelas sociedades totalitárias. A ONG ajudou a financiar movimentos dissidentes por todo o leste europeu. Eventualmente, começou a se envolver com organizações de defesa de direitos civis e justiça social também em países desenvolvidos, abordando causas progressistas como o combate ao racismo, a revisão das políticas de imigração e de refugiados, a descriminalização das drogas e o direito à eutanásia.

Com um orçamento anual que atualmente ultrapassa a cifra de um bilhão de dólares e uma pauta que muitas vezes vai no sentido oposto à dos países onde atua, não é de surpreender que em muitas ocasiões a OSF tenha enfrentado a resistência de governos, chegando a ser recentemente banida da Rússia.

Além da filantropia, Soros também participa ativamente da política através do financiamento de partidos, candidatos, organizações e programas de governo. Nos Estados Unidos, o investidor é um apoiador do Partido Democrata e ajudou a financiar as campanhas de Obama e Hillary Clinton, além de ter doado dinheiro para programas sociais governamentais.

Em outros países, em especial onde a OSF atua, Soros ocasionalmente também se envolve com a política local, em alguns casos de maneira desastrada, obtendo resultados contrários aos planejados, como ocorreu na Hungria e na Geórgia. No caso da Hungria, por exemplo, Soros investiu na formação e promoção pública de Viktor Orbán, acreditando que ele seria uma peça importante para libertar o país do jugo soviético, e chegou até mesmo a pagar para que Orbán fosse estudar na Inglaterra, em 1989. Após ascender ao poder, entretanto, Orbán deu uma guinada radical para a extrema-direita e iniciou uma campanha pública de difamação contra George Soros e a OSF, que por pouco não acabou banida do país.

Outro apoio desastrado foi dado ao político georgiano Mikheil Saakashvili, um opositor dos interesses russos na Geórgia. Após eleito, Saakashvili se viu envolvido em vários casos de corrupção, e a OSF se tornou a principal voz de oposição ao governo. Paralelamente, Vladimir Putin acusou a OSF de ser o dinheiro por trás da eleição de Saakashvili e aumentou a pressão contra a ONG na Rússia.

Com mais de 90 anos de idade e após ter acumulado tantas polêmicas (e dinheiro), George Soros deixará um legado ainda incerto, mas ele tem planos para que a OSF e a Universidade Centro-Europeia continuem em atividade após sua morte.

Pessoalmente, Soros afirma não se considerar um samaritano ou uma pessoa particularmente generosa. Pelo contrário, já declarou ser um indivíduo autocentrado e egoísta, cujas ações filantrópicas servem sobretudo à sua própria satisfação e vaidade. Ele explica também que não há contradição entre ser rico e ser um filantropo, pois a primeira característica é um pré-requisito para a segunda: não é possível fazer filantropia se você não for rico.

Alguns milionários colecionam arte, patrocinam times de futebol, dão festas em iates com modelos da Playboy a fim de obter alguma realização pessoal. George Soros optou por tentar fazer do mundo um lugar melhor (ainda que de acordo com seus próprios parâmetros), e isso fez com que atraísse para si o tipo de atenção que as pessoas ricas costumam evitar. Se tivesse apenas desfrutado de sua fortuna, dificilmente haveria tanto interesse a seu respeito.

*Alexandre Sayd é jornalista com passagem pela Tv Globo e Tv Brasil.

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testeEntre gritos e escrevivências: imprensa negra pautando nossas vozes

A jornalista Ashley Malia é a convidada desta semana do Quintas pretas, projeto da Intrínseca que abre espaço semanalmente para pessoas negras pautarem conversas sobre temas fundamentais para a nossa construção como sociedade.

Por Ashley Malia

Falar, segundo o dicionário, significa “exprimir por meio de palavras”, “contar”. É uma palavra tão simples, mas tão cara para pessoas pretas, que nunca tiveram a oportunidade de colocar suas vozes para fora. Em um país que invisibiliza negros e ignora a existência do racismo na sociedade, gente preta nunca pôde se expressar por meio da fala. É por isso que aprendemos a gritar.

Quando decidi estudar jornalismo, eu nem sabia direito o que significava ser negra no Brasil, mas dentro de mim a vontade de falar já ecoava. Sempre que eu digo para as pessoas que já fui tímida, ninguém acredita. Na primeira vez que me perguntaram como consegui vencer a timidez, me dei conta de que nunca tinha percebido que já havia sido tímida em algum momento da vida. É como se o “eu” do passado nunca tivesse existido. E a verdade é que, por muito tempo, eu quis esconder a minha existência, e talvez por isso o meu passado seja tão vago nas minhas memórias.

Hoje eu sei responder como deixei de ser tímida: a mídia negra entrou na minha vida e eu passei a enxergar o potencial da minha voz. Quando pude aprender jornalismo de uma perspectiva não branca, a partir da vida e das histórias da população negra, entendi que as nossas histórias importam. Parecia que um portal tinha sido aberto para mim, e desde então não consegui mais parar de falar. É como se as palavras tivessem se acumulado na minha garganta durante anos e só naquele momento se libertaram. Foi contando histórias de pessoas negras, em um jornal preto, que percebi quanto de nós estavam tentando apagar e invisibilizar. Esse é um dos papéis da imprensa negra no Brasil: contar para todo mundo o que estão tentando esconder sobre nós.

Minha primeira experiência com o jornalismo foi em mídia negra, mas também tive a oportunidade de ser repórter de um dos veículos mais tradicionais do Brasil, e foi aí que comecei a entender mais ainda a importância de incluirmos narrativas negras na imprensa. O jornalismo tradicional é, em si, racista. Estruturalmente racista. A pauta do dia nunca é negra, a não ser que estejamos falando das editorias de polícia, nas quais os negros são criminalizados e estereotipados. É como se fosse um grande palco para o racismo estrutural.

Diante dessa realidade, como podemos pautar pessoas negras de forma positiva? Quem conta a nossa versão da história? De que forma mostramos que gente preta também produz cultura, discute política, finanças e diversos outros assuntos? Precisamos é de um espaço em que discutimos economia com um economista negro, onde as conversas partem de uma perspectiva negra. E esse espaço sempre foi o da imprensa negra, que, desde os primeiros jornais negros, como O Homem de Cor e tantos outros, denuncia a realidade de um país racista e abre espaço para excelentes histórias de pessoas pretas.

A imprensa negra de hoje segue os passos daqueles que pavimentaram o caminho para que pudéssemos falar de nós e para nós. É fato que ainda temos muito a caminhar para tornar as mídias negras acessíveis a todos, e vamos precisar caminhar um pouco mais para fazer com que elas sejam valorizadas e reconhecidas.

Sem a imprensa negra, muitas histórias não seriam contadas e outras teriam apenas uma versão. Se nos últimos tempos a palavra “antirracismo” tem feito parte da rotina de alguns brasileiros, isso se deve à imprensa negra também, que trabalha diariamente para denunciar o racismo e lutar pela cidadania negra no Brasil. São inúmeros os jornalistas negros dedicados à tarefa de fazer da luta a principal pauta de seus cotidianos.

O Brasil precisa assumir o compromisso de combater o racismo no país, e uma das frentes desta ação é pensar numa imprensa que não promova a violência racial nem reforce os estereótipos sobre pessoas negras. O jornalismo tradicional tem muito a aprender com as mídias negras sobre como abordar direitos humanos e sobre a importância de debater determinados assuntos em um país majoritariamente negro e profundamente desigual.

A gente pauta vozes negras trazendo o povo preto para o centro dos debates. Não mais como coadjuvantes ou objetos de estudo, mas como protagonistas. Nossas escrevivências fazem parte da história do Brasil, e é por isso que a mídia negra continua resistindo e mantendo esse legado.

Mídia negra resiste!

 

Ashley Malia é baiana, jornalista, influenciadora digital e pós-graduanda em Gestão da Comunicação e Mídias Sociais. Nas redes, fala sobre questões raciais, literatura negra, autoestima e lifestyle. Em 2020, foi homenageada pela Câmara Municipal de Salvador com o Prêmio Maria Felipa pelo trabalho na internet e o diálogo com mulheres negras jovens. Como jovem negra e comunicóloga, acredita que a internet é um importante espaço de produção de diálogos capazes de movimentar a sociedade, e precisa ser democratizada.

testeA Roda do Tempo: confira as novidades sobre a série de livros

Boas notícias para os fãs de A Roda do Tempo

Conforme anunciamos no início do ano, o sétimo livro da série está prestes a chegar. Uma Coroa de Espadas será lançado no dia 29 de outubro e já está disponível na pré-venda da Amazon — garanta o seu exemplar. Mas as novidades não param por aí!

A adaptação para as telas chega ao Amazon Prime Video em novembro e será estrelada por ninguém menos que Rosamund Pike (Garota exemplar). Para comemorar a estreia, o livro O Olho do Mundo, o primeiro da saga, ganhará uma reimpressão especial, que inclui uma sobrecapa com a arte do pôster da série e um brinde exclusivo: um colar inspirado na Roda do Tempo. Incrível, né?

E tem mais: os outros cinco livros da fantástica série de Robert Jordan também serão reimpressos, e vocês já podem reservar os seus exemplares exclusivamente na loja da Amazon! 

Complete a sua coleção:

Livro 1: O Olho do Mundo

Livro 2: A Grande Caçada

Livro 3: O Dragão Renascido

Livro 4: A Ascensão da Sombra

Livro 5: As Chamas do Paraíso

Livro 6: O Senhor do Caos

Livro 7: Uma Coroa de Espadas

testeO fantástico mundo de Mariana Enriquez

Por Elisa Menezes*

(Mariana Enriquez © Nora Lezano, 2019)

Comparado a Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, e a 2666, de Roberto Bolaño; vencedor do Premio Herralde de Novela (2019), uma das mais importantes premiações da literatura em língua espanhola do mundo. Essas são algumas das credenciais de Nossa parte de noite, romance monumental de Mariana Enriquez. E aqui “monumental” não se refere apenas ao número de páginas do livro (quase 600 na edição brasileira), mas também ao sentido figurado oferecido pelo dicionário: “que mostra admirável singularidade; magnífico, maravilhoso”.

Narrado por diferentes vozes e de forma não linear, Nossa parte de noite conta a história da Ordem, uma seita formada por ricos que buscam a vida eterna e veneram a Escuridão, entidade que devora corpos e se manifesta através de médiuns. O mais poderoso deles, Juan Peterson, tenta evitar que o filho Gaspar repita seu destino —– ou o da mãe, morta em circunstâncias suspeitas. Como pano de fundo, os psicodélicos anos 1960 de Londres, a ditadura militar argentina de 1970 e as cicatrizes e traumas causados por ela nas décadas e gerações seguintes.

Celebrada por seus relatos curtos — o reconhecimento internacional veio após a publicação na Espanha, em 2017, do seu segundo livro de contos, As coisas que perdemos no fogo —, Mariana Enriquez desejava escrever um romance caudaloso, em que pudesse desenvolver as histórias de seus personagens e incluir todas as suas “obsessões”. Nossa parte de noite engloba, assim, referências eruditas e populares, misticismo, sexualidade não normativa, poesia inglesa, rock, ocultismo, terror, música pop, cinema, drogas, adolescência, anos de chumbo, recessão econômica. Temas que povoam a obra da autora desde seu primeiro livro, Bajar es lo peor, publicado em 1995, quando ela tinha 22 anos, e que lhe rendeu à época o epíteto de “escritora mais jovem da Argentina”.

Hoje, Enriquez é apontada como uma das vozes mais brilhantes da literatura contemporânea da América Latina, integrando o que muitos consideram um novo “boom latino-americano” — desta vez feminino. Deixando de lado o termo “boom” — por ser reducionista e centrado no passado —, e sem perder de vista as especificidades de cada autora, é notório que a geração de mulheres nascidas nos anos 1970 vem alcançando maior visibilidade e reconhecimento no mercado literário. É também possível enxergar semelhanças nas temáticas escolhidas por algumas delas. O terror, o insólito e o fantástico — misturados à violência urbana e aos feminicídios — aparecem em obras de escritoras como as argentinas Samanta Schweblin e Dolores Reyes, a colombiana Pilar Quintana, a equatoriana Maria Fernanda Ampuero e a mexicana Fernanda Melchor.

Quando indagada sobre o assunto, Mariana Enriquez observa que talvez o que as une — além das memórias recentes da ditadura em seus países — seja uma formação sentimental comum. Afinal, essa geração cresceu durante a explosão do cinema de terror do final dos anos 1970 até o início do 1990 e consumiu Steven Spielberg, Twin Peaks (a série fetiche de TV de David Lynch), Stephen King, Neil Gaiman, rock e rap.

 

Um romance, várias portas de entradas

Gaiman, King, McCarthy, Quiroga e Spielberg são algumas das referências da autora

Apaixonada pelo horror e pelo fantástico, Mariana se propôs a escrever um romance de gênero que alcançasse não apenas os leitores de terror. Assim como os médiuns de Nossa parte de noite, a escritora oferece ao público diversas portas de entrada para o seu mundo. Quem escolher a porta do terror, o encontrará em todas as suas variantes (gótico, sensual, psicológico, violento, trash, suspense…) e com DNA latino-americano. Quem preferir a dos relacionamentos, mergulhará em questões como paternidade, herança, amadurecimento e amizade.

A entrada pode estar nos misticismos e religiosidades que povoam o romance, dos santos pagãos como São Morte às religiões de matriz africana. Ou nas questões existenciais e universais, como amor e morte. Outra leitura possível é a da construção e perpetuação do poder pelas elites sociais e econômicas globais — os ricos e poderosos membros da seita são capazes das piores atrocidades para manter a ordem. Há ainda a porta histórica, o retrato de um país — e também de um continente — assombrado pelo regime ditatorial e que precisa lidar com seus fantasmas reais, como torturas, desaparecimentos, sequestros e assassinatos.

Esse universo de horrores sobrenaturais e mundanos é composto por seis partes narradas de diferentes maneiras e com características próprias. Na primeira, acompanhamos a road trip de Juan e Gaspar, de Buenos Aires até as Cataratas do Iguaçu, com ecos de Lovecraft, Cormac McCarthy e Horacio Quiroga. A segunda é dedicada aos fluxos de pensamento do médico responsável por descobrir a mediunidade de Juan. A seção seguinte tem ares de Stephen King e Spielberg e pode ser lida como o início de um romance de formação, em que acompanhamos o amadurecimento de Gaspar e seus amigos. O desfecho desse “romance de formação” está na última parte do livro, que alcança os anos 1990, com a militância juvenil, as mortes por aids e a recessão econômica. A quarta parte é uma espécie de carta narrada em primeira pessoa pela personagem que já está morta em todas as outras: Rosario, a mãe de Gaspar. Na penúltima parte, Mariana nos surpreende com uma falsa crônica jornalística — tão verossímil que sentimos o impulso de pesquisar se aqueles acontecimentos são reais.

 

O “realismo horror” seduz o mundo

Nascida em 1973 em Lanús, subúrbio a quinze quilômetros de Buenos Aires, Mariana Enriquez cursou comunicação social e é também professora, jornalista e subeditora do jornal argentino Página/12. Além de contos e romances, publicou crônicas sobre suas visitas a cemitérios (um hobby), um livro juvenil ilustrado e a novela Este é o mar, em que mistura mitologia grega, ídolos do rock e seres sobrenaturais.

Seu “realismo horror” — expressão usada por ela mesma — vem conquistando cada vez mais fãs e prêmios. Este ano, a tradução para o inglês de seu livro de contos Os perigos de fumar na cama foi finalista do prestigioso Man Booker Prize. Recentemente, ela anunciou que sua obra chegará aos cinemas: o conto que dá nome à coletânea As coisas que perdemos no fogo será adaptado para as telas com direção da galesa Prano Bailey-Bond.

Em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo, Mariana Enriquez afirmou que quando começou a escrever Nossa parte de noite queria “aquela experiência muito absorvente de viver numa espécie de estado ficcional, à parte da vida”. Um estado que, ela admite, demanda muito, mas é fantástico. Mergulhar em seu romance-universo é justamente isso: uma experiência arrebatadora, por vezes dura e chocante, e totalmente inesquecível.

 

*Elisa Menezes é jornalista, editora e tradutora de Este é o mar e Nossa parte de noite

 

 

testeComo a saga Crepúsculo marcou a minha vida

*Por Joyce Souza

Eu tinha 12 anos quando comecei a me aventurar pelo mundo da leitura. Não tinha tanto interesse na época, achava chato, maçante, e não entendia porque minhas amigas iam toda semana na biblioteca da escola pegar um novo livro. As minhas experiências com a leitura até então não tinham sido nada agradáveis. Até que, no início de 2009, resolvi dar uma chance a um livro que mudou a minha vida de maneiras que eu jamais imaginaria: Crepúsculo, de Stephenie Meyer

O interesse não surgiu do nada. Não posso afirmar que o universo me colocou ao lado da saga Crepúsculo de uma hora para a outra, como se estivéssemos destinados a estar juntos. Foi pouco tempo depois de despretensiosamente assistir ao filme em casa, ao lado do meu irmão, em um DVD com imagem e áudio de péssima qualidade. Eu precisava saber mais sobre aquela história, desvendar os segredos da família Cullen, conhecer mais a Bella e viver, nem que fosse só por mais algumas horas, em Forks. Ah, e também descobrir  como me tornar uma vampira e fazer o Edward Cullen se apaixonar por mim, é claro. 

Após o filme, meu irmão comprou os livros da saga para ler. Como eu não era muito fã de literatura, resolvi pesquisar o assunto na internet e encontrei muita coisa boa: testes sobre qual seria o meu nome de vampira, tutoriais de como me tornar vampira e as fofocas do elenco no Foforks, que eu acompanhava para saber se a Kristen Stewart e o Robert Pattinson estavam namorando mesmo — porque ela era a única pessoa além de mim que poderia namorar com ele, né. Passei a comprar todas as edições da Capricho que viessem com um pôster da saga ou com o elenco na capa. Até que, de tanto encará-los ali no cantinho da minha casa, resolvi pegar o primeiro livro para ler. 

Eu me apaixonei imediatamente pela história. Não conseguia parar. Passava todas as minhas tardes após a escola lendo, querendo descobrir mais sobre cada pedacinho daquele universo. E, quando não estava lendo, estava planejando a minha mudança para Forks e pensando em qual seria a minha habilidade quando o Edward me transformasse em vampira e eu me juntasse à sua família (queria poder prever o futuro, mas meus planos não deram muito certo). 

Maaaas, uma coisa que nem a Alice poderia prever é que, mais de uma década depois, eu reencontraria a saga da maneira mais louca e incrível possível: trabalhando na campanha de Sol da meia-noite, o tão aguardado livro na visão de Edward — que, depois de tanto tempo sem notícias, já tinha virado uma grande lenda urbana dentro do fandom de Crepúsculo

O livro que me transformou em leitora estava de volta. Do fundo do meu coração, eu esperava que a Stephenie Meyer não estivesse me fazendo de otária mais uma vez. E quem pensa que eu descobri sobre o lançamento do livro muito antes por trabalhar na Intrínseca, pensou errado: descobri que publicaríamos Sol da meia-noite apenas 3 dias antes do anúncio nas redes da editora — o que também quer dizer que eu tinha 3 dias para pensar em como faríamos o anúncio. 

Foram muitas, muitas ideias, mas nada que fizesse jus ao que Crepúsculo representava para mim e para outros milhões de fãs. Eu estava empenhada em fazer O ANÚNCIO DO ANO. Um anúncio que o mercado editorial nunca viu antes. Um anúncio que fizesse a Stephenie Meyer chorar de emoção e me mandar uma cópia antecipada dos outros livros da saga pela visão do Edward. Um anúncio que trouxesse nostalgia para as pessoas, que mostrasse o amor pela história, que fizesse elas se reconectarem com quem elas eram em 2008, quando Crepúsculo estava no auge e a paz mundial estava muito próxima de existir (ou quase isso).

A verdade era que eu tinha pouquíssimo tempo, mas mesmo assim queria fazer algo especial e que deixasse os leitores felizes. Algo que eu, enquanto crepusculete, gostaria de ver. Mas… por que fazer um anúncio só? Por que não fazer um anúncio do anúncio? Por que não fazer DOIS VÍDEOS? Superfácil para quem tem que escrever nota para o blog, cadastrar o livro e subir tudo no site, verificar se a loja já disponibilizou o livro para a pré-venda, brifar e acompanhar o andamento das artes de um livro que ainda nem existe, enquanto cuida de outras 1.564.654 campanhas da editora. Vai dar certo, sim…

Interrompemos a programação para uma curiosidade: Se você acompanha a Intrínseca e tem algum tipo de TOC como eu, deve ter percebido que a imagem de Sol da meia-noite nas lojas está virada para o lado oposto. Por que isso? Como o livro ainda não existia, a capa foi simulada com uma grande gambiarra digna do Oscar de Melhor Efeito Visual, e ainda não tínhamos a lombada para fazer as imagens. A gente que lute para anunciar… 

E deu certo. Depois de muito trabalho, surtos e de noites maldormidas procurando na Deep Web a fanfic Bella Problema x Edward Solução para reler no final de semana, o belíssimo vídeo do pré-anúncio VEIO AÍ (literalmente), seguido do vídeo principal, que focou no que era mais importante naquele momento: as crepusculetes. 

Chorei muito. Estávamos no início da pandemia, trabalhando de casa e sem muitas esperanças… Poder trazer essa notícia tão aguardada e ver a felicidade dos fãs nas nossas redes sociais foi um momento mágico para mim, que jamais vou esquecer. E foi então que a ficha caiu: eu estava trabalhando com o famigerado Sol da meia-noite. Ele existia, não era alucinação coletiva. A Stephenie não tinha desistido de escrever a visão do Edward, depois de todos esses anos. Nem nos meus maiores sonhos eu poderia imaginar que isso tudo aconteceria. 

Foi então que a Talitha, da equipe editorial do livro, me ligou para dizer que gostaria que eu lesse Sol da meia-noite antecipadamente, buscando trazer o meu olhar de fã para o livro. Era algo superconfidencial, eu não podia falar nada para ninguém e teria que assinar um contrato de sigilo. Tudo o que eu conseguia pensar era: Meu deus, eu vou vazar esse livro. Por que estão confiando em mim? É óbvio que os fãs vão me achar, hackear o meu computador e pegar o texto. Meu deus, eu não posso vazar esse livro, eu assinei um contrato e sou pobre, não tenho dinheiro para pagar a Stephenie Meyer. E se eu vazar alguma parte e ela desistir de publicar de novo? As pessoas vão me matar. Ai meu deus, o Foforks vai me achar e vazar esse livro. É melhor eu baixar um antivírus potente… 

Gostaria de deixar claro aqui que eu não vazei o livro, mesmo surtando escondido na minha casa e falando em códigos com a Talitha, a Suelen (editora responsável pelo livro e que fez um trabalho impecável para o lançamento simultâneo) e a Clara (mais uma belíssima companheira de sofrimento crepusculete na equipe de marketing), que estavam lendo também. “10ª FRASE DA PÁGINA 125!!!!!!” “SIMMMMMMM”. Era exatamente assim.

Terminei de ler no final de junho, próximo ao meu aniversário. A Stephenie Meyer e a Intrínseca me deram o melhor presente que eu poderia ganhar. Reencontrar a saga foi muito mais do que sentir nostalgia e reviver o meu crush no Edward Cullen. Foi poder fazer parte de algo muito maior que apenas um livro. Algo muito maior que uma campanha, conteúdos, peças, textos e muitas aprovações internacionais (muitas mesmo). Foi poder reencontrar a Joyce de 12 anos que se aventurou pelo mundo da leitura pela primeira vez com Crepúsculo e nunca mais parou. Foi poder dizer para aquela menina que, de alguma forma, ela contribuiu para que outros milhares de crepusculetes se sentissem abraçados depois de tanto tempo, em um momento tão difícil.

Sol da meia-noite foi o livro de ficção mais vendido de 2020. Um ano depois, ele já encontrou um espacinho especial na estante e no coração de 200 mil leitores no Brasil. Torço para que a leitura tenha sido tão especial para você quanto foi para mim. 

Feliz aniversário, Sol da meia-noite. <3

*Joyce Souza é da equipe de marketing da Intrínseca, é crepusculete com orgulho e usa uma caneca da saga na editora para sempre se lembrar de que trabalha com Crepúsculo

testeAmor & azeitonas e box da trilogia chegam em setembro

Foi aqui que pediram todos os livros da Jenna Evans Welch? 

Então pode começar a fazer as malas: está chegando ao Brasil Amor & azeitonas, o mais novo livro da autora de Amor & gelato e Amor & sorte que promete uma viagem inesquecível pela ilha de Santorini. O lançamento será no dia 13 de setembro e você já pode garantir o seu exemplar na pré-venda.

E as novidades não acabam por aí! O box com os três romances da coleção Amor & livros também chega em setembro, provando que seja nas gelaterias da Itália, nas estradas da Irlanda ou nos mares da Grécia, o amor está sempre à espera. Ele já está em pré-venda, olha só que lindeza:

Para os curiosos, Amor & azeitonas acompanha a história de Liv, uma americana de ascendência grega que quando criança era fascinada pela lenda de Atlântida. Ela e seu pai passavam horas tentando descobrir a localização da cidade perdida, mas desde que ele foi embora sem explicação, a garota evita pensar sobre o assunto. Com dezessete anos, Liv tem uma nova vida, um novo namorado e está muito bem, obrigada.

Até que um cartão-postal amassado chega de Santorini e faz seus planos irem por água abaixo. Nele, seu pai explica que está gravando um documentário a respeito de Atlântida e que mandou uma passagem de avião para Liv ir até a Grécia ajudá-lo. Agora, ela terá que deixar para trás tudo que construiu, partir rumo ao desconhecido e enfrentar grandes segredos de família e um garoto irritantemente charmoso.

Curtiu? Mal podemos esperar para que todo mundo embarque nessa viagem com a gente!