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A vida do abolicionista Luiz Gama e o perverso processo escravocrata que marcou a história da Bahia

21 / julho / 2021

O estado da Bahia abrigou uma das maiores confluências de negros escravizados do Brasil colonial, junto com Rio de Janeiro e Pernambuco. Nenhum outro, porém, tem a herança africana tão flagrante em sua cultura e população. O que teria acontecido, sobretudo na capital, Salvador, de diferente dos demais lugares brasileiros que também passaram pelo processo de colonização perverso calcado na escravidão?

Em Bahia de todos os negros, Fernando Granato correlaciona a preservação da ancestralidade africana na Bahia à altivez conquistada à força pelo povo negro. Salta aos olhos a grande quantidade de revoltas e rebeliões da população escravizada e dos afrodescendentes livres que marcou a história do estado — em comparação com outros territórios onde a população cativa também era numerosa, os registros baianos são surpreendentemente maiores.

Tomando como fio condutor dois personagens cuja história de vida se entrelaça à dos levantes — o notório abolicionista Luiz Gama e sua mãe, Luíza Mahin, pouquíssimo estudada devido à falta de documentos que atestem sua trajetória —, o autor monta uma narrativa cronológica que não se atém apenas aos fatos, mas também explora seus contextos, cenários e personagens, a fim de aproximar ao máximo o dado histórico da vivência real.

Luiz Gama, ativista abolicionista (Fonte: Biblioteca Nacional)

Luiz Gama (1830-1882) nasceu livre em Salvador, filho de Luíza Mahin, uma das mais importantes figuras nas revoltas contra a escravidão na Bahia. Ainda jovem, foi vendido aos 10 anos como escravo pelo próprio pai, um homem branco que precisava de dinheiro para quitar suas dívidas em jogos. Após comprovar sua liberdade, aos 17 anos, Luiz Gama foi alforriado e decidiu iniciar seus estudos por conta própria na área de Direito, lutando arduamente pela causa antiescravista. A partir de seu árduo trabalho, Luiz Gama foi o responsável por ajudar mais de 500 escravos a conquistarem sua liberdade.

Fiel à historiografia oficial, acrescido de elementos de reportagem e calcado em atores cruciais para a construção social do país, Bahia de todos os negros joga luz sobre um passado indispensável à compreensão do presente — histórias reais que ajudam a pensar os dilemas de um Brasil que ainda precisa se conhecer.

O livro chega às lojas no dia 25 de agosto, pelo selo História Real, e já está disponível na pré-venda.

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