testeSharp Objects e Boy Erased indicados ao Globo De Ouro

 

O Globo de Ouro, um dos maiores prêmios da televisão e do cinema americanos, divulgou os indicados de 2019. Boy Erased e Sharp Objects, respectivamente filme e série inspirados em livros da Intrínseca, foram indicados.

 

A série Sharp Objects, inspirada em Objetos cortantes, de Gillian Flynn, foi indicada na categoria Melhor Minissérie. Amy Adams, que interpreta a problemática Camille, foi indicada a Melhor Atriz em Minissérie e Patricia Clarkson, que interpreta sua mãe, foi indicada a Melhor Atriz Coadjuvante. A série acompanha o retorno de Camille Preaker à sua cidade natal para escrever sobre um brutal assassinato. A investigação traz à tona as dolorosas lembranças da juventude e a relação com sua família disfuncional.

Lucas Hedges concorre ao prêmio de Melhor Ator pelo filme Boy Erased: Uma verdade anulada. A música Revelation, de Troye Sivan e Jósi, foi indicada a Melhor Música Original.

Inspirado no livro de mesmo nome, Boy Erased: Uma verdade anulada acompanha a emocionante trajetória real de Garrard Conley ao tomar uma decisão dolorosa: entrar para um programa de reorientação sexual ou ser renegado pela família. Durante essa jornada, ele reflete sobre família, identidade e encontra forças para aceitar a si mesmo. Além de Lucas Hedges, Boy Erased conta com Nicole Kidman e Russell Crowe no elenco. O livro que inspirou a história chega às livrarias a partir de 4 de janeiro e o filme estreia no dia 31 do mesmo mês.

Claire Foy foi indicada a Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em O primeiro homem, filme inspirado na biografia de Neil Armstrong, escrita por James R. Hansen e publicada pela Intrínseca em setembro. A trilha original do filme também foi indicada.

Timotheé Chalamet, nosso eterno Elio de Me chame pelo seu nome, foi indicado a Melhor Ator Coadjuvante por seu papel no filme Beautiful Boy.

Os vencedores do prêmio serão anunciados durante o evento no dia 6 de janeiro. Façam suas apostas!

testeGuerra dos consoles vira série de TV produzida por Seth Rogen

Escolha o seu lado na grande batalha! Para dar vida ao duelo que marcou gerações, a Legendary, produtora de filmes como Jurassic World e Interestelar está produzindo uma série de TV inspirada no livro A guerra dos consoles, que relata as disputas entre Nintendo e Sega.

Nas décadas de 1980 e 1990, a Sega e a Nintendo se enfrentavam intensamente. Travando batalhas memoráveis e cheias de criatividade, as duas empresas de videogame faziam o impossível para chamar a atenção dos consumidores e conquistar o mercado dos games. No livro, Blake J. Harris revela as estratégias utilizadas e os bastidores da épica guerra entre os nossos amigos de infância, Mario e Sonic.

O projeto ainda não tem data de lançamento, mas já há grandes nomes como Seth Rogen e Evan Goldberg, de SuperBad – É hoje, e James Weaver (Vizinhos 2) na produção executiva. Além deles, a direção e o roteiro da série ficam por conta de Jordan Vogt-Roberts (Kong: A Ilha da Caveira), Mike Rosolio (American Vandal).

testeVocê foi enganado é agraciado com o 35º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo

Cristina Tardáguila e Chico Otavio conquistaram o segundo lugar do 35º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo com a obra Você foi enganado: Mentiras, exageros e contradições dos últimos presidentes do Brasil na categoria Grande Reportagem (livro).

No livro publicado em setembro de 2018, os autores apresentam uma seleção de episódios emblemáticos que marcaram nossa história desde 1920 até os dias atuais, incluindo documentos forjados para sugerir uma ameaça comunista; fotos posadas para omitir o grave estado de saúde de governantes; e presidentes que, eleitos, fizeram o oposto do que haviam prometido durante o processo eleitoral.

Em comemoração aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos, a OAB-RS, a ARFOC-RS e a Caixa dos Advogados do Rio Grande do Sul promovem o 35º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo com o intuito de estimular o trabalho dos profissionais do jornalismo na denúncia de violações e na vigilância ao respeito dos Direitos Humanos.

A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada no auditório da OAB/RS no dia 10 de dezembro.

Leia um trecho do livro aqui.

 

testeSorteio Instagram – Kit As viúvas [Encerrado]

O filme inspirado no livro As viúvas chegou aos cinemas e, para comemorar, vamos sortear 3 kits especiais! Cada kit contém: um exemplar do livro e dois ingressos para o filme. 

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Atenção:
– Caso a mesma pessoa se inscreva mais de uma vez ela será desclassificada. Atenção: ao terminar de preencher o formulário aparece a mensagem “agradecemos a inscrição”. Espere a página carregar até o final para confirmar a inscrição
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– O resultado será anunciado no dia 06 de dezembro, quinta-feira, em nosso perfil no Instagram. Boa sorte!

 

testeSorteio Facebook – Kit As viúvas [Encerrado]

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testeSorteio Twitter – Kit As viúvas [Encerrado]

O filme inspirado no livro As viúvas chegou aos cinemas e, para comemorar, vamos sortear 3 kits especiais! Cada kit contém: um exemplar do livro e dois ingressos para o filme. 

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– O resultado será anunciado no dia 06 de dezembro, quinta-feira, em nosso perfil no Twitter. Boa sorte! ?

testeCuriosidades sobre a ida do homem à Lua

 

8 curiosidades sobre a ida do homem à Lua

1. A tripulação ficou apenas
21 horas em solo lunar

A missão completa durou 8 dias, desde o lançamento
no dia 16 de julho de 1969 até o retorno à Terra em
24 de julho, quando a
nave caiu em segurança no oceano Pacífico. Na Lua,
os astronautas permaneceram das 16h48 do dia 20 de
julho às 13h54 do dia 21.

2. Ao voltarem, os astronautas
ficaram em quarentena por 3 semanas

Por ser um ambiente desconhecido, temia-se que as roupas, os
equipamentos e os próprios astronautas pudessem trazer consigo
micro-organismos extraterrestres após a missão lunar. O hábito de
colocar os astronautas em quarentena, contudo, foi mantido somente
até a Apollo 12, em novembro do mesmo ano, pois concluiu-se que a
Lua não trazia riscos à vida na Terra.

3. “Buzz” Aldrin Lightyear

O personagem Buzz Lightyear, famoso boneco astronauta do filme
Toy Story, foi batizado em homenagem ao astronauta Edwin Eugene
“Buzz” Aldrin Jr., o segundo homem a pisar na Lua, que mudou seu
nome legalmente para Buzz em 1988.

4. Os astronautas trouxeram 27 quilos de
material lunar para a Terra

O personagem Buzz Lightyear, famoso boneco astronauta do filme
Toy Story, foi batizado em homenagem ao astronauta Edwin Eugene
“Buzz” Aldrin Jr., o segundo homem a pisar na Lua, que mudou seu
nome legalmente para Buzz em 1988.

5. A memória RAM da nave
era de 2kb

Embora hoje em dia tenhamos celulares com memória
RAM de 3GB (o equivalente a 3.000.000kb), os
computadores que levaram
o homem à Lua tinham apenas 2kb de memória,
capacidade menor que a de uma calculadora de
papelaria.

6. Dos três astronautas a bordo da
nave, apenas dois pisaram no solo lunar

A tripulação da missão Apolo 11 era composta por Neil Armstrong,
Buzz Aldrin e Michael Collins, mas só Neil e Buzz caminharam, de
fato, na Lua. Michael foi o piloto do módulo de comando e também o
desenhista da insígnia da missão – uma águia, símbolo dos Estados
Unidos, pousando na Lua com um ramo de oliveira.

7. A Apollo 11 não foi a primeira missão
tripulada do programa Apollo

Apesar de ter sido a primeira missão a alcançar com sucesso o objetivo de pousar na superfície
lunar, a Apollo 11 foi a quinta missão tripulada do programa Apollo.

  • Na Apollo 1, um incêndio durante o
    treinamento do lançamento, em 27 de janeiro
    de 1967, matou os três astronautas a bordo.
  • A Apollo 7, primeira missão tripulada após a
    tragédia na Apollo 1, foi responsável por
    orbitar a Terra para testar os sistemas de
    suporte à vida e de controle e propulsão da
    nave.
  • A Apollo 8, por sua vez, teve como objetivo
    orbitar a Lua. Embora não tenham pousado
    em solo lunar, os três astronautas a bordo
    foram os primeiros a abandonar a órbita
    terrestre.
  • A missão Apollo 9 teve como objetivo
    testar na órbita da Terra o equipamento
    que seria utilizado para pousar na Lua.
    Durou 10 dias.
  • A Apollo 10 foi enviada para testar o
    Módulo Lunar em órbita na Lua. Apesar
    de não ter pousado no satélite natural
    terrestre, chegaram a sobrevoar sua
    superfície a 15 quilômetros de altura.
    Foi uma missão muito importante, pois
    garantiu o sucesso da missão seguinte.

8. Os astronautas deixaram uma mensagem
na Lua

Além da bandeira norte-americana, Neil Armstrong e Buzz Aldrin
colocaram no solo lunar uma placa assinada por
eles mesmos, pelo terceiro astronauta da missão, Michael Collins, e
pelo então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, com a
mensagem: “Aqui os homens do planeta Terra puseram pela primeira
vez os pés na Lua. Julho de 1969 d.C. Viemos em paz em nome de
toda a humanidade.”

 

 
 

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testeEm entrevista, Nicole Kidman fala sobre Big Little Lies, Meryl Streep e seu novo filme, Boy Erased

Estrela da série Big Little Lies e do aguardado Boy Erased, Nicole Kidman está em um dos melhores momentos de sua carreira. Eleita a Show Woman of the Year pela revista Variety, a atriz concedeu uma entrevista em que comentou sobre os seus grandes projetos.

Inspirada no romance de Liane Moriarty, a adaptação de Pequenas grandes mentiras conta a história de três mulheres que vivem em uma pequena cidade da Austrália. Madeline é forte e passional. Celeste é dona de uma beleza estonteante e Jane é uma jovem mãe solteira. Os filhos dessas três mulheres estudam na mesma escola, onde acontece uma misteriosa tragédia.

Protagonizando e produzindo a série ao lado de Reese Witherspoon, Kidman comentou sobre o reconhecimento do seu trabalho: “Esse é o personagem sobre o qual as pessoas falam comigo mais do que qualquer outro. É provavelmente a coisa mais comercial que fiz em toda a minha carreira.” A atriz, que conquistou o Emmy pela primeira vez ao interpretar Celeste, contou que muitas vezes não se sente confiante. “Quando eu vi a cena da terapia, a que as pessoas realmente responderam, achei péssima. Todos ficaram tipo: ‘Não, não!’ Acho que foi porque eu me senti muito exposta e vulnerável. Foi demais para mim.”

Com todo o sucesso que a série está fazendo na HBO, ninguém menos do que Meryl Streep pediu para ter um papel na produção. “Ela disse: ‘Imagino que agora eu deva me juntar a vocês.’ Nós ficamos chocadas.” Ela ainda revelou que Streep assinou o contrato sem nem mesmo ter lido o roteiro: “Para você ver como ela queria nos apoiar.”

Na próxima temporada de Big Little Lies, Meryl Streep interpretará a sogra de Celeste, personagem de Nicole Kidman. “Eu estava apavorada. Você está atuando com a melhor. Eu fico nervosa de qualquer maneira, mas, na frente dela, não queria que ela pensasse ‘Quem é essa amadora?!’. Também queríamos entregar uma série em que Meryl fosse ótima. Reese e eu ficamos tipo: ‘Queremos isso para ela e para as outras mulheres.’” Quando questionada sobre uma terceira temporada, Kidman respondeu: “Acho que seria difícil reunir todo o grupo, mas gostaríamos de fazer.”

Além da produção da HBO, Nicole Kidman participou de outro grande projeto: Boy Erased. Aposta para o Oscar de 2019, o filme relata a história real de um garoto que se assumiu homossexual aos 19 anos, em uma pequena e conservadora cidade do Arkansas, nos Estados Unidos. Extremamente religiosos, seus pais o inscreveram em um cruel programa de reabilitação que prometia “curá-lo” da sua homossexualidade.

“Eu odeio que ela tenha feito isso”, disse Kidman sobre a mãe do jovem, sua personagem. “Mas, ao mesmo tempo, ela não fez por maldade. Ela pensou que iria ajudá-lo.”

A biografia que inspirou o filme chega às livrarias em janeiro.

testeRedes antissociais

O filósofo digital Jaron Lanier explica porque as mídias sociais se tornaram um parasita que tomou conta de seu hospedeiro – a própria internet.

Por Alexandre Matias*

Se os tempos parecem deprimentes, a vida, inútil, as perspectivas, péssimas, e o fim, iminente, o cientista da computação e filósofo digital Jaron Lanier tem a resposta exata para essa perturbação sem fim: as redes sociais. Um dos pioneiros da realidade virtual e um dos principais críticos da produtização do usuário na internet por meio do uso gratuito de serviços cujos termos de uso todos concordamos sem ler, Lanier entende que a busca por atenção que movimenta financeiramente todos os sites da chamada web 2.0 pode, de fato, destruir a sociedade como a conhecemos.

Autor de livros como Gadget: Você não é um aplicativo!, de 2010, e Who Owns the Future? (Quem é o dono do futuro?), de 2013, ele agora lança Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais, cujo título resume suas intenções. E se o alerta urgente não o deixa cabreiro, talvez o título de alguns capítulos o façam: “Você está perdendo seu livre-arbítrio”, “As redes sociais estão tornando você um babaca” e “As redes sociais deixam você infeliz”. Tudo é bem argumentado e defendido por Lanier, que entende os serviços on-line como a forma mais avançada de vício digital, comparada a um parasita que toma conta de seu hospedeiro. Veja mais na entrevista feita com exclusividade para a Intrínseca.

Antes de falarmos sobre seu livro, queria que você comentasse a influência das redes sociais nas eleições brasileiras.

Jaron Lanier – Isso tem acontecido em todo o mundo. Estamos vendo a ascensão de candidatos descritos como populistas de direita ou como novos fascistas, mas não considero essa uma descrição adequada. Acho que o melhor jeito de descrever esses candidatos é tratá-los como pessoas apoiadas por pessoas mal-humoradas, paranoicas, irritáveis, invejosas, nervosas e de personalidade insegura que estão associadas às mídias sociais modernas.

Vemos essas pessoas ganhando poder no mundo inteiro, em países bem diferentes uns dos outros. Podemos arrumar todo o tipo de explicação para o que está acontecendo no Brasil, mas o Brasil é muito diferente, em vários aspectos, dos Estados Unidos, que por sua vez é diferente da Suécia, que é diferente da Hungria. Mas o que estes países têm em comum é o novo problema tecnológico. Acredito que entramos em uma corrida para ver se conseguimos mudar os padrões das tecnologias on-line antes que elas destruam a nossa sociedade.

No passado, era possível dizer que a ascensão de um fascista ou de um populista talvez tivesse relação com a situação do país, talvez fosse resultado de uma guerra ou de um terrível problema econômico. Por exemplo, podemos dizer que a Alemanha dos anos 1930 tinha um sério problema econômico, como a hiperinflação. Mas, quando vemos [a ascensão de fascistas] acontecendo em diferentes lugares, isso significa que não diz mais respeito apenas às circunstâncias específicas desses países, mas à tecnologia. O que significa em último caso que o problema pode continuar se repetindo. E não acho que o mundo é capaz de sobreviver a isso.

Uma das coisas que sei sobre o presidente recém-eleito no Brasil é que ele poderia tornar o país o segundo no mundo, depois dos Estados Unidos, a negar completamente a mudança climática no planeta e a sair dos acordos internacionais destinados a conter o problema. Dessa forma, teríamos dois dos maiores países do mundo contribuindo para um risco que envolve não apenas a civilização, mas toda a espécie. É extremamente sério. Estive no Brasil há pouco tempo, conversei com alguns jornalistas brasileiros e muitos deles acreditavam que o problema não era só o WhatsApp, mas que era necessário regular melhor o Facebook e o Twitter. O problema é que essas tecnologias são tão sorrateiras que as pessoas não percebem ou acham muito difícil perceber que estão sendo manipuladas, não notam como a sociedade está sendo envenenada. É realmente muito sério.

 

Mas como sair das redes sociais uma vez que elas entraram de vez em nossas vidas?

Jaron Lanier – Escrevi esse livro pensando no contexto norte-americano — e em algum nível no contexto europeu. O contexto brasileiro é muito diferente porque, em muitos casos, as pessoas são viciadas no WhatsApp. Ele praticamente monopoliza a atenção de muitas pessoas. E eu reconheço essas diferenças. Mas acho que há coisas que precisam ser ditas. Primeiro, mesmo nos Estados Unidos ou na Europa, fazer com que as pessoas saiam dessas plataformas de uma vez só é impossível. Mas, quando lidamos com esse vício em massa, um bom começo seria fazer com que algumas pessoas, e depois mais pessoas, começassem a se reconhecer como viciadas.

É consenso a diminuição dos espaços para fumantes em todo o mundo, mesmo que o cigarro seja um produto altamente viciante que gera muito dinheiro para algumas empresas. O aumento de regulação dos espaços reservados a fumantes e da propaganda de cigarro aconteceu porque houve um número suficientemente grande de pessoas viciadas em nicotina que se dispôs a conversar sobre isso e ser racional. Então as coisas começaram a mudar: é possível ser cool sem ter um cigarro na boca, é possível ser criativo sem ter um cigarro na boca. Da mesma forma, precisamos ter um número grande de pessoas que queira abandonar o vício nas redes sociais para podermos falar sobre ele.

No caso do Brasil, me parece que a situação é um pouco diferente, porque, no geral, não há alternativas. Nos Estados Unidos é possível mandar mensagens de texto de um telefone para outro sem pagar, ou seja, você consegue entrar em contato com outras pessoas sem necessariamente usar plataformas de empresas, e, além disso, as pessoas ainda usam muito e-mail. Mas isso não significa que os brasileiros precisam considerar isso uma falha tecnológica do país, porque é uma sabotagem: uma empresa veio de fora e fez tudo isso. É como se uma empresa de fora roubasse recursos ou fizesse algo terrível com o país.

Eu realmente não tenho uma resposta definitiva para o problema, mas, de certa forma, acredito que os brasileiros devem impedir o WhatsApp de prejudicar ainda mais o país. É possível que o Brasil volte a ser como na época da ditadura militar e depois de um tempo a população se sinta incomodada a ponto de permitir que forças democráticas e progressistas retomem o poder e tratem essa tecnologia de forma mais humana e racional, sem a manipulação, as teorias da conspiração e as mentiras. Mas, como nos Estados Unidos, e talvez de forma pior, não será fácil.

Há também o fato de as pessoas acreditarem que as rede sociais são a própria internet, que não existe internet fora desses domínios.

Jaron Lanier – É muito triste que no Brasil um aplicativo como o WhatsApp seja considerado fundamental. Claro que não é. É mais um invasor que tomou conta da internet do que a internet em si. É muito fácil ter algo similar ao WhatsApp que não venha com toda a manipulação, todo o veneno. Um outro aplicativo poderia existir — e por si só, não ser algo ruim —, só não existe porque as corporações tomaram conta da internet. Todas as coisas boas do WhatsApp — a possibilidade de mandar mensagens, por exemplo — podem ser alcançadas, tecnologicamente falando, sem a necessidade de que haja manipulação. Isso é um plug-in criado por essas empresas, não tem nenhum motivo de estar lá.

 

Podemos dizer que o Facebook é a pior rede social por ser a mais presente?

Jaron Lanier – Por enquanto me parece que as redes sociais que são propriedades do Facebook, enquanto corporação, são as que fazem mais mal ao mundo, em particular Instagram, Messenger, WhatsApp e o próprio Facebook. O Facebook propriamente dito talvez tenha mais influência nos Estados Unidos, enquanto Instagram, WhatsApp e Messenger são piores no resto do mundo. As redes sociais do Google, como o YouTube, também têm sido problemáticas de certa forma. Não sei se faz sentido dizer qual delas é a pior, pois todas usam o mesmo plano de negócios corrupto e horrível e funcionam mais ou menos da mesma forma. Todas precisam mudar.

 

Você vê alguma possibilidade de o Facebook ser ultrapassado, como aconteceu no passado com outras redes sociais?

Jaron Lanier – Acho difícil, porque essas antigas redes sociais, como Friendster e MySpace, pertenceram a outro tempo, um em que menos gente tinha acesso a internet e se vivia menos tempo conectado; e as pessoas não estavam tão presas a essas redes. O Facebook tem sido muito paranoico e preocupado com a possibilidade de que outras redes tomem seu lugar, por isso a corporação comprou empresas novas, que já tivessem algum poder, ou tentou destruir quem pudesse crescer. Como sabemos, WhatsApp e Instagram foram compradas exatamente por medo de que alguma delas chegasse a ter um momentum. Não foram muitas empresas que conseguiram aproveitar o embalo de crescimento e se dar bem, e é até surpreendente que agências reguladoras tenham permitido que isso acontecesse. É claro que ainda há outras empresas por aí, como o Twitter, mas elas são muito pequenas e vulneráveis.

Um dos criadores do The Pirate Bay, Peter Sunde, escreveu artigos dizendo que a guerra da internet foi perdida e que as corporações venceram. O que você acha disso?

Jaron Lanier – Li vários comentários e análises recentes que chegavam a essas conclusões derrotistas. “Nós perdemos”, “não há nada mais a ser feito”, “agora vai ser sempre assim ou pior”, “não conseguimos fazer mais nada”, “acabou”. Talvez isso seja verdade, mas acho que sou um maluco e não acredito que seja hora de dizer isso. Insisto em trabalhar continuamente em alternativas, continuo a acreditar que encontraremos uma saída e que vale a pena imaginar soluções melhores e inventar novas opções que permitam que o trabalho seja melhor. Desistir é meio que um paradoxo filosófico: se você chegar à conclusão que não vale mais a pena fazer nada, nada será feito — é uma profecia que se cumpre automaticamente.

É claro que não há garantias de que seja possível fazer isso, mas eu realmente acredito que precisamos buscar alternativas. Acho que a resposta correta tem a ver com a mudança do modelo de negócio, de forma que essas empresas não precisem negociar nossa busca por atenção.

Realmente acho que não devemos entrar em pânico ou ficar desesperados, especialmente agora. Estamos entrando em uma era em que o mundo será comandado por esses caras mal-humorados e paranoicos e ela pode durar muito tempo; talvez seja uma época em que não tenhamos democracia. E a única coisa que podemos fazer de verdade por ora é tentar nos preparar para a próxima época, quando as coisas talvez melhorem. Esse é um projeto meu. É o que estamos tentando fazer aqui nos Estados Unidos e vocês precisam fazer no Brasil e os europeus na Europa. Todos temos que tentar atravessar este período e não podemos perder a fé nem nossa imaginação para encontrar o caminho para a nova era.

 

Você está escrevendo um novo livro?

Jaron Lanier – Não me decidi ainda. Queria escrever sobre instrumentos musicais. Mas estou em conflito. Se estivéssemos em outra época, mais comum, acho que eu escreveria menos sobre política e mais sobre algo de que gosto, porque acho que é importante deixar espaço para essas coisas. Ainda estou decidindo sobre isso.

 

Obrigado, Jaron, foi uma boa conversa.

Jaron Lanier – Boa sorte para vocês. Esperamos o melhor para o Brasil.

 

 

>> Leia um trecho de Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais

Alexandre Matias é jornalista e cobre cultura e tecnologia há vinte anos, com base em seu site, o Trabalho Sujo (www.trabalhosujo.com.br).