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Marlon James e William Finnegan na Flip de maior diversidade

1 / junho / 2017

O escritor Marlon James (foto: Jeffrey Skemp)

Com mais escritoras mulheres do que homens e 30% de autores negros entre os convidados, a edição de 2017 promete ser a de maior diversidade da Festa Literária de Paraty em 15 anos.

“Esperamos que o aumento de autoras e autores negros no programa seja um ponto de virada e que a Flip possa influenciar não apenas outros eventos literários do país, mas o próprio mercado editorial, ajudando a torná-lo mais diverso”, afirma Joselia Aguiar, jornalista baiana que assumiu a curadoria do evento.

O homenageado deste ano será o escritor Lima Barreto. A Flip acontece entre os dias 26 e 30 de julho, em Paraty, e traz entre os destaques dois autores que serão publicados pela Intrínseca.

Primeiro escritor jamaicano a vencer o Man Booker Prize, principal prêmio da literatura britânica e um dos mais reconhecidos da literatura internacional, Marlon James é autor do monumental Breve história de sete assassinatos. A partir da tentativa de assassinato a Bob Marley, ocorrida às vésperas das eleições jamaicanas em 1976, a obra explora o instável período histórico do país e apresenta uma sucessão de personagens — assassinos, traficantes, jornalistas e até mesmo fantasmas — que andaram pelas ruas de Kingston nos anos 1970, dominaram o submundo das drogas de Nova York na década de 1980 e ressurgiram em uma Jamaica radicalmente transformada nos anos 1990.

Marlon James divide a mesa “O grande romance americano” com Paul Beatty, autor originalmente publicado pela mesma editora independente de James e que também recebeu o Man Booker Prize. Na conversa marcada para sábado, 29, às 21h30, eles discutem a renovação da tradição americana do romance a partir de seus pontos de vista particulares, o de um americano negro e o de um jamaicano negro que migrou para os Estados Unidos, onde ambos lecionam escrita criativa. Breve história de sete assassinatos chega às livrarias a partir de 6 de julho.

 

Repórter da revista New Yorker, o premiado correspondente de guerra William Finnegan chega ao Brasil junto com a publicação de sua autobiografia vencedora do Prêmio Pulitzer. Em Dias bárbaros, o escritor americano narra, a partir de sua trajetória no surfe, as histórias da época em que pertencia a uma gangue de meninos brancos no Havaí, a loucura que impregnou jovens e adultos na década de 1960, sua vivência das ondas mais famosas do mundo e tudo o que aprendeu com elas — do pesar de ter usado LSD para desbravar a baía de Honolua, em Maui, à satisfação intensa de atravessar os recifes da Polinésia de mapa em punho para descobrir uma das maiores ondas que existem.

O jornalista, que cobriu conflitos na África enquanto, nas horas vagas, praticava obsessivamente o surfe, participa da mesa “Por que escrevo” ao lado da sul-africana Deborah Levy. No debate, que acontece na sexta-feira, 28, às 21h30, eles discutem as diferentes motivações de um escritor e a entrega ao ofício. Dias bárbaros será publicado em 30 de junho.

Confira a programação completa da Flip.

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