testeNovo livro de Anthony Doerr, autor de Toda luz que não podemos ver

A obra chega às livrarias em 6 de março. 

Como sempre acontece quando se está longe de casa, são os detalhes que nos fazem sentir deslocados.” Assim Anthony Doerr, autor do premiado Toda luz que não podemos ver, descreve a sensação de se mudar inesperadamente do interior dos Estados Unidos para Roma, com os filhos e a esposa. Doerr passou um ano na Cidade Eterna após receber um prêmio da Academia Americana de Artes e Letras, o Rome Prize, que incluía ajuda de custo, um apartamento e um estúdio para escrever na Itália.

As recordações desse período estão em Quatro estações em Roma, livro de memórias que chega às livrarias em 6 de março. O estranhamento de Doerr diante de mínimas situações, as dificuldades de adaptação ao lado da esposa, as surpresas com a língua italiana em meio à tentativa de escrever um novo romance — Toda luz que não podemos ver, lançado sete anos mais tarde e que rendeu ao autor o Pulitzer de ficção — fazem parte das experiências narradas na obra.

Anthony Doerr e os filhos Henry e Owen/ Crédito: Anthony Doerr

Quatro estações em Roma traz um relato íntimo e bem-humorado sobre a experiência de viver em uma cidade mundialmente conhecida por sua arquitetura e sua história.

testeAssista ao trailer de O jantar, filme inspirado no thriller psicológico de Herman Koch

Com uma atmosfera perturbadora e poderosas interpretações, o thriller psicológico O jantar foi uma das produções selecionadas para abertura do Festival de Berlim deste ano. Inspirado no prestigiado romance homônimo do escritor holandês Herman Koch, lançado em 2013 no Brasil, o filme tem estreia prevista para maio nos Estados Unidos.

A trama acompanha Stan Lohman (Richard Gere), um político com grandes ambições, que convida o irmão, Paul (Steve Coogan), e a esposa dele, Claire (Laura Linney), para um encontro em um sofisticado restaurante em Amsterdã.

À medida que os pratos são servidos, o clima casual e educado é substituído pela apreensão dos dois casais em abordar o verdadeiro motivo do jantar: algo terrível que seus filhos fizeram. Enquanto a noite transcorre, os personagens se revelam, camada por camada, até expor que há muito mais por trás desse meticuloso jogo de palavras.

Escrito e dirigido por Oren Moverman (O Menssageiro), O Jantar conta ainda com Chloë Sevigny, Rebecca Hall, Charlie Plummer e Adepero Oduye no elenco.

 

> Leia um trecho de O jantar

 

teste6 Séries inspiradas em livros que estão na Netflix

Depois da nossa lista de filmes inspirados em livros da Intrínseca disponíveis na Netflix, decidimos que dedicar apenas duas horas a um filme não era o suficiente. Separamos seis séries para os leitores que querem passar mais tempo com seus personagens literários favoritos:

Caçadores de trolls – lançada no final de 2016, a adaptação do livro de Guillermo del Toro mostra a história do jovem Jim e de seu melhor amigo, que descobrem uma sociedade de criaturas que vivem embaixo da terra. Com produção do autor e da DreamWorks, a segunda parte da série tem previsão de estreia em 2017.

How I Met Your Mother – série que originou as obras do irreverente Barney Stinson, O código Bro e Playbook: o manual da conquista, a comédia mostra um pai contando aos filhos, de maneira extremamente detalhada, divertida e prolongada, como ele conheceu a mãe dos dois adolescentes.

Orange Is the New Black – primeiro sucesso original da Netflix, a produção mostra a rotina de um grupo de presidiárias, com foco na autora do livro, Piper Kerman. A quinta temporada da série foi anunciada recentemente, e estreia em 9 de junho.

Cooked – no livro Cozinhar e na série Cooked, o escritor Michael Pollan convida o público a redescobrir a experiência fascinante de transformar os alimentos a partir dos quatro elementos da natureza — fogo, água, ar e terra. Ao relatar suas experiências pessoais com os processos de preparação da comida, Pollan mergulha numa história tão antiga quanto a da própria humanidade e propõe uma redescoberta de sabores e valores esquecidos.

Homeland – O livro Homeland: onde tudo começou mostra o passado da protagonista da série de sucesso, Carrie Mathison (Interpretada por Claire Danes). A atração chegará a sua sexta temporada em 2017. Indispensável para todos os fãs de thrillers de espionagem.

Como treinar o seu dragão – Além da série de livros, que chega ao fim em Como combater a fúria de um dragão, e da série de filmes de mesmo nome, a Netflix produziu uma série que conta histórias inéditas de Soluço e seu companheiro Banguela. Dragões: corrida até o limite mostra o que aconteceu entre os dois primeiros filmes da série.

testeA trilha sonora de Cinquenta tons mais escuros

Depois da aguardada estreia do filme Cinquenta Tons Mais Escuros, os leitores da série de E L James finalmente puderam rever Anastasia Steele e Christian Grey nos cinemas. Além do filme, outra coisa que os fãs esperavam era a trilha sonora completa. E, finalmente, o momento chegou!

Repleta dos maiores nomes do pop atual como Taylor Swift e Zayn, com “I Don’t Wanna Live Forever”, bem como Halsey, com “Not Afraid Anymore”. A trilha completa tem, além dessas, canções de Sia, Tove Lo, Nick Jonas + Nicki Minaj, John Legend e mais. Ouça abaixo!

E, caso você queira ver um pouquinho mais do elenco de Cinquenta Tons, o blogueiro Hugo Gloss entrevistou as estrelas do filme, além da autora E L James. Assista abaixo:

testeOs diários da crise anunciada

Em seu novo livro, Míriam Leitão analisa a situação econômica do país

Para Míriam Leitão, a crise poderia ter sido evitada. A jornalista, que faz análises econômicas diariamente sobre o país, vinha alertando sobre as decisões do governo em suas colunas publicadas em O Globo nos últimos seis anos. Em seus textos, Míriam anunciava os riscos que o país estava correndo.

Agora os leitores poderão conferir esse material em A verdade é teimosa: diários da crise que adiou o futuro, livro que chega às livrarias a partir de 10 de fevereiro. Com uma criteriosa seleção de mais de cem colunas, a obra aborda temas como descontrole fiscal, inflação, crise política, a concessão da licença da hidrelétrica de Belo Monte, entre outros fatos que explicam como o país chegou à situação atual.  

Em entrevista ao blog, Míriam Leitão conta por que resolveu reunir o material e como, apesar da crise econômica, ainda devemos ter confiança no futuro. Leia:

Intrínseca: Você analisa diariamente as notícias sobre a economia do país em diferentes mídias. Por que você decidiu reunir as colunas em A verdade é teimosa? Qual foi o critério de seleção desse material?

Míriam: Fazer coluna diária é um trabalho desafiador. Quem escreve tem que ir além do noticiário. É preciso analisar, antecipar as tendências, dar a dimensão dos eventos. Essa é a pior crise da história recente do Brasil e, na coluna, eu fiz muitos alertas sobre os riscos que o país estava correndo. A ideia do livro nasceu de uma conversa minha com Luciana Villas Boas sobre as lições que essa crise traz. Ela poderia ter sido evitada e podemos prevenir outros erros como os que foram cometidos. O critério para tirar 118 colunas das 1.800 analisadas foi exatamente traçar um diário da crise.

Intrínseca: Qual foi o momento que você percebeu a dimensão da crise econômica do país? E por que você acredita que é importante voltar ao passado nesse livro?

Míriam: Em vários momentos. Em 2010 eu escrevi que o governo estava começando a fazer truques contábeis. Ao longo dos anos seguintes mostrei os riscos de alta da inflação, crise de energia, e descontrole fiscal. No começo de 2015, eu escrevi: “Vai ser longo o inverno”, falando da recessão. Estava começando. E ela já foi, até agora, um dos mais longos períodos recessivos da história econômica.

Intrínseca: Como a leitura de A verdade é teimosa  pode compreender melhor a realidade do país?

Míriam: O importante de um livro é ser relevante para o leitor. Por isso minha preocupação é que quem leia tenha uma visão mais ampla da sucessão recente dos eventos. O Brasil tem uma história muito intensa, e por isso é preciso às vezes parar e refletir um pouco. Meu sonho é que o livro seja esse momento de parar e entender como foi que entramos nesse momento tão difícil.

Intrínseca:  Na obra, você diz que “o pior da crise é adiar o futuro”. Você acredita que ainda é possível ter esperança nas análises apresentadas em História do futuro?

Míriam: Claro que sim. Por mais duro que seja este momento, o futuro não foi revogado. Foi adiado apenas. Podemos influenciar nele, podemos explorar melhor todas as nossas chances, podemos evitar novos atrasos. Minha obsessão nos últimos anos tem sido pensar o futuro, o mapa do caminho para realizar nosso projeto do país. Foi isso que fiz em História do futuro, e foi o que de novo fiz em A verdade é teimosa.

 

Eventos de lançamentos de A verdade é teimosa

Rio de Janeiro

Data: 15/02/2017 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Livraria da Travessa Leblon
Míriam Leitão participa de um bate-papo com a jornalista Carolina Morand, editora assistente de país de O Globo, antes da sessão de autógrafos, às 19h. 
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São Paulo

Data: 22/02/2017
Horário: 19h
Local: Livraria Saraiva Higienópolis
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Curitiba
Data: 10/03/2017
Horário: 19h30
Local: Livrarias Curitiba ParkShopping Barigui 
Confirme sua presença

testeTesouras afiadas na alta sociedade

A modelo Marina Montini (Fonte)

Jean-Luc Bernard, o cabeleireiro francês que morreu nesta quarta-feira, dia 8 de fevereiro, aos sessenta e sete anos, foi trazido de Paris para o Rio de Janeiro na década de 1970 por Zózimo Barrozo do Amaral, um de seus clientes no famoso salão Carita, no Faubourg Saint-Honoré.

O colunista apresentou Jean-Luc a Jambert, o espanhol naturalizado brasileiro que era o preferido das cabeças elegantes do high society carioca. Adoraram-se. A favor da permanência de Jean-Luc no Rio, havia o fato de ele ser fanático por caça submarina. Jean-Luc virou sócio de Jambert e abriu o braço masculino da grife. Foram felizes por alguns anos até que, grandes divas das tesouras, brigaram. Cada um com suas brilhantes carreiras, mas solo, foram em frente.

Jean-Luc mantinha até morrer um salão na rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema. Dizia que por várias vezes tentou tirar o bigode de Zózimo, mas sem sucesso. Sua tesoura descia até o ombro do colunista, que tinha o tórax muito cabeludo.

Cabeleireiros — e não só Jambert e Jean-Luc — brigavam muito, mas pelo menos mantinham a elegância de deixar as tesouras de lado.

O cabeleireiro Silvinho (Fonte)

Jambert esteve envolvido em outra briga com um colega. Seu oponente dessa vez era Silvinho, que ficou famoso por ter cabelos enormes, ser muito bonito e participar do júri do programa do Chacrinha na TV. Silvinho era funcionário do salão de Jambert. Não se conformava que, embora popular na mídia, não conseguisse colocar em sua cadeira as madames vipadas que se entregavam às mãos de tesoura do patrão. Jambert conversava em francês enquanto cortava. Já a grande cliente de Silvinho era Elke Maravilha.

Finalmente rompido com Jambert, Silvinho foi em frente com salão próprio. Na busca pelo crédito de qualidade, reconheceu em Zózimo um inimigo. Achava que nas suas notinhas o colunista era mais generoso com Jambert. Silvinho aliou-se a outros jornalistas.

Num dos rounds dessa pugna, ele teve como parceira a modelo Marina Montini, famosa por posar nua para uma série de mulatas pintada por Di Cavalcanti. Quando o pintor morreu, ela tentou vender alguns desses quadros e Zózimo publicou os preços alardeando espanto, pois os julgava muito acima do mercado. A intenção comercial de Marina fracassou e ela resolveu se vingar do colunista juntando-se ao amigo cabeleireiro.

Silvinho fez nela um penteado bem ao estilo anos 1980, com um enorme aplique que dava ao cocoruto de Marina ares de uma juba de pantera, a grande moda escandalosa do período. Quando um repórter de uma revista de celebridades perguntou a Silvinho qual o nome daquela sua nova obra, ele não teve dúvida:

— O penteado chama-se Cascata Zózimo Barrozo do Amaral, porque pra fazer um é preciso muita imaginação.

Não era uma homenagem, mas uma tesourada de humor mau. Como se sabe, em gíria jornalística, colunista que inventa notícia é chamado de “cascateiro”.

testeMatéria escura, constantes e variáveis

Das mais simples às mais complexas, a vida é uma coleção de escolhas. De bobagens como “Qual curso fazer na faculdade?” até os grandes questionamentos da vida como “Onde vamos almoçar?”, as escolhas alteram nosso destino, e, após tomada uma decisão, não é possível saber o que aconteceria se optássemos por arquitetura e salada, em vez de publicidade e hambúrguer.

Mas e se fosse possível? E se cada vez que tomamos uma decisão, o universo se dividisse: um no qual tomamos a decisão A e outro idêntico até o ponto no qual a decisão B foi tomada? Esse é o conceito que o cientista premiado Jason Dessen busca explicar em sua pesquisa secreta.

Ao menos em uma versão do universo. Em outra, Jason Dessen teria sido um professor humilde em sua cidade natal de Chicago, um feliz pai de família, que vive à sombra de um ex-colega de faculdade.

Em Matéria escura, Blake Crouch, autor da trilogia Wayward Pines, explora as possibilidades de imaginarmos outras versões de nós mesmos. No livro, Jason é raptado e se vê em uma realidade que parece outra versão da sua vida. Preso em um laboratório, ele precisa descobrir como recuperar a família que tanto ama.

“Se existem mundos infinitos, como faço para encontrar aquele que é singularmente, especificamente, o meu?”

Um thriller de ficção científica irresistível sobre escolhas, caminhos não tomados e até onde somos capazes de ir para conquistarmos a vida que sonhamos, Matéria escura teve seus direitos comprados para o cinema quando ainda era um manuscrito de 150 páginas. O filme será lançado pela Sony Pictures, ainda sem data confirmada. O diretor de blockbusters como Independence Day, Roland Emmerich, está cotado para a produção.

>>Leia um trecho de Matéria escura

testeAntes que eu vá ou 7 chances para descobrir o que realmente importa

Sexta-feira, dia 12 de fevereiro. Como todos os outros dias, Samantha Kingston acorda cedo para o colégio. No carro, ela e as três amigas inseparáveis dividem cafés, donuts, músicas e as últimas fofocas. A não ser pelo fato de que Sam pretende perder a virgindade com seu namorado, esse parece ser um dia igual a todos os outros.

O que ela ainda não sabe é que vai morrer exatamente naquela noite. E muito menos que esse dia se repetirá sete vezes.

Essa é a trama de Antes que eu vá, romance de Lauren Oliver que chega em maio aos cinemas brasileiros. Protagonizado por Zoey Deutch (Vampire Academy), o filme estreou no Festival de Sundance arrancando elogios de toda a imprensa: esse não é um drama adolescente comum.

Samantha e suas amigas parecem ter tudo: são as mais populares do colégio, ficam com os caras mais gatos, frequentam as melhores festas e gostam de testar seus limites. Mas, ao morrer pela primeira vez, Samantha não vê os melhores momentos de sua vida passando como um filme. Sua última lembrança é uma imagem estranha, uma dica de que talvez ela não saiba mais quem realmente é.

Dia após dia, Sam tem sete chances para descobrir não só quem se tornou, mas também quem são suas amigas. Quais segredos elas escondem? Por que se sentem tão bem em menosprezar os outros alunos do colégio? E, acima de tudo, o que (ou quem) é de fato importante em sua vida.

Uma coisa é certa sobre a história criada por Lauren Oliver: prepare-se para sete “segundas chances” intensas — em algumas vezes extremamente divertidas, em outras, para lá de melancólicas. Festas, beijos, brigas e muitas descobertas — feitas tanto pela protagonista quanto pelos leitores.

Dirigido por Ry Russo-Young, o filme inspirado no livro Antes que eu vá conta com a participação de Halston Sage (Lindsay), Kian Lawley (Rob), Logan Miller (Kent), Cynthy Wu (Ally), Elena Kampouris (Juliet Sykes) e Medalion Rahimi (Elody) no elenco.

Enquanto isso, confira aqui um trecho do livro e a playlist criada por Lauren Oliver para embalar a leitura.

testeA verdade sobre a família de Marcus Goldman

Por João Lourenço*

A primeira coisa que me chamou a atenção no novo livro do suíço Joël Dicker foi o título: O livro dos Baltimore. Fiquei intrigado, pois passei uma boa temporada naquela que é conhecida como a cidade mais charmosa dos Estados Unidos. Embora esteja localizada a apenas 30 minutos de trem da capital do país, Baltimore é a típica metrópole com cara de cidade do interior. Lá, a cena artística é diversa e já revelou nomes importantes do showbusiness norte-americano, como o cineasta John Waters (Pink Flamingos), o ator Edward Norton (Clube da Luta) e Matthew Weiner, criador da série de TV Mad Men. Em relação à literatura, Baltimore foi berço do autor Edgar Allan Poe. A cidade também serviu de cenário para o filme O Silêncio dos Inocentes (1991), protagonizado pelo terrível Dr. Hannibal Lecter. 

Para o escritor Marcus Goldman, personagem que já tinha nos conquistado em A verdade sobre o caso Harry Quebert, Baltimore representa um lugar divino e intocável, afinal, era lá que ele passava as férias e os feriados ao lado dos tios e dos primos. A família de Marcus foi dividida, pelos avós, entre os Goldman-de-Montclair e os Goldman-de-Baltimore ­­– sendo que os últimos sempre foram alvo de inveja e admiração do resto da família. Em O livro dos Baltimore, Marcus está de volta para recontar e tentar entender os passos que levaram ao declínio dessa família quase perfeita. Por meio de recordações e pesquisa, Marcus disseca a história dos Goldman-de-Baltimore para entender e fazer as pazes com o que ele chama de “Drama”: evento que mudou para sempre a vida dos tios e primos. Mas antes de chegar ao Drama, somos levados a habitar o universo de uma rica família norte-americana. 

Enquanto Marcus vive a rotina de uma típica família de classe média, em Nova Jersey, os Goldman-de-Baltimore moram em uma mansão rodeada de seguranças e com tudo que o dinheiro pode comprar. Os Goldman ilustram o ideal do sonho americano e Marcus passa a infância almejando ser como um deles. Saul, o patriarca da família, é um advogado famoso que nunca perdeu um caso; Anita é chefe da ala de oncologia de um dos hospitais mais renomados do país; Hillel é o filho prodígio do casal e, por isso, alvo de ataques diários dos colegas na escola. A vida dos Goldman muda com a chegada de Woody, um menino forte e encantador que ajuda Hillel a se livrar das brigas. Woody, abandonado pelos pais, acaba indo morar com os Goldman e, ao lado de Hillel e Marcus, forma a Gangue dos Baltimore. Os três se tratam como irmãos, dividindo sonhos e aventuras entre propriedades luxuosas nos Hamptons e na Flórida.

Pausa. Nenhuma família poderia ser tão perfeita e pequenas pistas sobre o Drama são oferecidas no decorrer do livro. Joël Dicker repete a fórmula de sucesso do livro anterior e constrói outro suspense de tirar o fôlego. Às vezes, fiquei dividido entre “salvar” o romance para o dia seguinte ou “matar” logo a curiosidade sobre os próximos passos da narrativa. Porém, essa dúvida não durava mais do que alguns minutos, pois no fundo eu já sabia que não iria conseguir abandonar os Goldman. Ao contrário de outros livros do gênero, Dicker não está interessado apenas em chocar o leitor ao fim de cada capítulo. Em O livro dos Baltimore, o autor apresenta um emaranhado de histórias e detalhes que, com maestria, só se encaixam no fim da narrativa. O que mais me agrada no trabalho do autor é que as reviravoltas fazem sentido, o labirinto que ele oferece não está ali apenas para nos enganar. 

Outro ponto positivo vai para a autenticidade dos personagens. Com exceção de alguns trechos exagerados, se alguém tivesse me entregado O livro dos Baltimore sem avisar que era um romance, eu poderia muito bem dizer que se tratava de um livro de memórias reais. Esse é um dos elementos que atrai milhares de leitores para a obra de Joël Dicker: ele é um bom contador de histórias e sabe como tornar uma narrativa aparentemente simples em algo sedutor. Em O livro dos Baltimore, o autor também faz referência a algo que aparece em todos os filmes do Woody Allen: a bendita da sorte. Para Dicker, uma hora tudo se desmorona pelo simples fato de estarmos no lugar errado na hora errada. 

O sucesso da narrativa de Joël Dicker também pode ser medido pelos temas universais que ele aborda. Em O livro dos Baltimore, percorremos uma montanha-russa de sentimentos. O romance trata do pior e do melhor do ser humano: inveja, rivalidade, cobiça, trapaça, ambição, redenção, amizade e, claro, amor. Por sinal, os grandes momentos da história falam sobre as loucuras que cometemos em nome do amor e da amizade. O livro dos Baltimore nos lembra que o maior sucesso que podemos ter é na escolha dos nossos amigos, de pessoas que acreditam em nós e nos incentivam a ser a melhor versão do que podemos ser.  

João Lourenço é jornalista. Passou pela redação da FFWMAG, colaborou com a Harper’s Bazaar e com a ABD Conceitual, entre outras publicações estrangeiras de moda e design. Atualmente está em Nova York tentando escrever seu primeiro romance.

testeLançamento do livro Meu menino vadio

O jornalista Luiz Fernando Vianna lançou Meu menino vadio: histórias de um garoto autista e seu pai estranho na Livraria da Travessa em Ipanema, Rio de Janeiro.

Na obra, o autor compartilha a sua experiência, cheia de altos e baixos, momentos de ternura e também de desespero ao lado do filho autista.

Confira a galeria de imagens.

Crédito das fotos: Cristina Granato