O martelo de Thor, segundo livro da série Magnus Chase e os deuses de Asgard, recebeu o Stonewall Book Awards de 2017 na categoria infantojuvenil. O prêmio é concedido pela American Library Association para obras que celebram a diversidade na literatura abordando a temática LGBT.
Na obra, Rick Riordan apresenta um novo personagem para os leitores: Alex Fierro. Por ser gênero fluido, Alex não se identifica exclusivamente com um único gênero. Ou seja, ao longo da história se reconhece como menino ou menina dependendo do que sente no momento. Filho(a) de Loki, Alex faz questão de ser tratado de acordo com seu gênero. Gosta de rosa e verde e usa tanto saias e vestidos quanto paletós, calça jeans e gravatas.
Assim como Magnus Chase, Alex fugiu de casa e morou nas ruas de Boston antes de ir para Valhala, já que sua família não aceitava sua ascendência nórdica nem sua natureza — Alex também é metamorfa, característica que lhe possibilita se transformar em outros seres, assim como o personagem da graphic novel Nimona, de Noelle Stevenson. Alex é cabeça dura e tem temperamento forte, mas sua ajuda é imprescindível para recuperar o martelo de Thor.
No Twitter, Rick Riordan se disse honrado e surpreso e afirmou que recebe o prêmio como uma chamada pessoal para promover cada vez mais autores LGBT.
A humbling & unexpected honor. Thank you, #alamw17 & committee. I take this as a personal call to do more to promote great LGBT+ authors! https://t.co/qjueXIlrHB
— Rick Riordan (@camphalfblood) 23 de janeiro de 2017
Além de O martelo de Thor, outra obra agraciada este ano com o Stonewall Book Awards também será publicada pela Intrínseca. No segundo semestre, publicaremos If I Was Your Girl, romance da autora transgênero Meredith Russo que narra a história de uma garota também trangênero e sua jornada de amadurecimento.
Se você ainda não conhece Alex Fierro, separamos um trecho de uma conversa com Magnus Chase:
— Essa é a ironia. Posso mudar minha aparência para o que ou quem eu quiser. Mas meu gênero? Não. Não posso mudar por vontade própria. É realmente fluido, no sentido de que eu não o controlo. Na maior parte do tempo eu me identifico como alguém do sexo feminino, mas às vezes tenho dias muito masculinos. E não me pergunte como sei o que sou em que dia.
— Então por que você não usa palavras neutras? Não seria menos confuso do que ficar trocando de pronomes?
— Menos confuso para quem? Para você?
Sugiro a tradução e a publicação de “Release”, do excelente Patrick Ness! Eu adoraria ler esse livro pela Intrinseca!