Quem já leu o livro Os Guinle sabe que existe uma estreita relação entre a família e o carnaval carioca. Em 1931, por exemplo, o carnaval de rua na então Capital Federal foi organizado por Octávio Guinle; na década de 1950, Jorginho Guinle começou a trazer as estrelas de Hollywood para abrilhantar a folia. E uma “invenção” dos Guinle acabou se transformando em ícone, de fato: o baile do Copacabana Palace.
De forma pioneira, o hotel sempre explorou o lado comercial do carnaval. Seu primeiro baile aconteceu em 1924 e, segundo o jornal O Paiz, “o Rio ganhou uma festa nova para o carnaval, nova e mais bela que qualquer outra”. Nas últimas décadas, pouquíssimos bailes promovidos em espaços fechados sobreviveram no Rio de Janeiro, nenhum com o mesmo glamour do baile do Copa, que, aos 92 anos de idade, é o mais tradicional da cidade.
Ainda hoje, passar os folguedos de momo hospedado no hotel é uma experiência e tanto. O pacote pode custar até 22 mil dólares, com direito ao uso da sofisticada suíte do sexto andar e de um camarote no baile. Quem não se hospeda também pode participar, desde que se disponha a pagar 660 dólares pelo ingresso e vá vestido em traje de gala (smoking para os homens e longo para as mulheres).
O baile, realizado no lendário Golden Room, tem sempre um tema, que, em 2015, se inspirou nos movimentos artísticos Surrealismo e Dadaísmo. Outra bossa é a eleição da rainha. Já foram coroadas Luiza Brunet, Guilhermina Guinle, Grazi Massafera e, ano passado, Luana Piovani.
Quem vai ao baile tem a chance de conhecer os locais mais emblemáticos do hotel, como a varanda do primeiro andar, de onde se avista a praia de Copacabana, e o restaurante Pérgula, onde, no dia seguinte de manhã, é servido um luxuoso café da manhã e de onde se vê a piscina mais famosa do Rio de Janeiro.
O carnaval pensado por Octávio Guinle na década de 1930 virou uma realidade nos dias de hoje, quando os foliões se divertem, conforme ele idealizava, em diferentes níveis: nas ruas e em salões mais exclusivos.
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