Míriam Leitão

Como esperar o desconhecido

7 / dezembro / 2015

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O futuro se sabe aos poucos. Tentar ver o que ainda não aconteceu é um trabalho minucioso de levantar dados, comparar estatísticas, conversar com quem produz os números ou os projeta no tempo. É preciso também sentar com quem acha que nada sabe, mas tem história de vida reveladora, e pedir que a pessoa lhe conte o que viveu. Foi dessa forma que escrevi o História do Futuro — O horizonte do Brasil no século XXI, lançado pela Intrínseca.

O IBGE acaba de divulgar um número negativo do PIB e o Brasil entrou na pior recessão desde o Plano Collor. No livro, eu escrevi que o governo havia cometido erros que cobrariam um preço. “Quando nada se vê no horizonte é hora de fazer mais esforço para sobrevoar o imediato.” Com o agravamento da recessão, é preciso mais do que nunca avaliar o potencial que o país tem para sair da crise.

Nos últimos dias, ocorreram fatos que apontam problemas ou tendências dos quais o livro fala. Foram fuzilados pela Polícia cinco jovens negros em Irajá. Um dos grandes dramas do Brasil, como conto com números e histórias, é a violência contra rapazes negros. Tendência que temos que interromper. Por outro lado, uma grande vitória do país é que estamos vivendo mais, como mostro no livro. O IBGE acaba de divulgar também que no ano passado a expectativa de vida do brasileiro chegou a 75 anos. Alertei para o risco de o desmatamento voltar a subir. E o governo acaba de admitir que ele cresceu 16%.

O futuro é imprevisível, mas colher informações dos sinais antecipados é a melhor forma de se enfrentar esse desconhecido. Principalmente quando o horizonte está assim: opaco e inquietante.

Leia um trecho de História do Futuro

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Comentários

2 Respostas para “Como esperar o desconhecido

  1. É preciso uma política séria para poder revolver esses tipos de situações como essa e outras semelhantes, se nossos governantes tivessem amor pelo nosso país e pensarem como diz a música, é preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanha, porque se você parar pra pensar na verdade não há, e para muitos Brasileiros que não são amados pela família, pela sociedade, pelo nosso governo, não está tendo amanha para eles, quando eles não morrem de tristeza, fome, ou doenças causadas pela pobreza, eles morrem vitimas da violência, que é predominante nos bairros pobres e favelas das cidades, isso tem que mudar, as pessoas precisam ter dignidade, queremos, eu quero, um Brasil mais justo para todos, e mais digno de se viver! Brasil com amor, um País para todos!

  2. Entre muitos jornalistas em particular uma que eu respeito e tenho verdadeira adimiração Míriam Leitão .

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