Por Bruno Leite*
Embora nunca tivesse lido nenhuma obra da Jojo Moyes, sempre ouvi falar muito bem de seus livros. Foi com muita curiosidade que iniciei a leitura de Um mais um para o clube de leitura e acabei me surpreendendo com a narrativa da autora.
O romance conta a história de Jess, uma mulher que se casou depois de engravidar muito nova. Quando o marido sai de casa para tratar a depressão na casa da mãe, Jess precisa acumular dois trabalhos para sustentar a família composta por Tanzie, a filha que é um prodígio da matemática, Nicky, o enteado emo, e um gigantesco cachorro babão. Para garantir a educação e o futuro de Tanzie, Jess vai ter de recorrer a um geek milionário e fazer uma road trip cheia de surpresas.
Cada capítulo é narrado por um personagem, mas Jess rouba toda e qualquer atenção como protagonista dessa história, pois representa um sem-número de mulheres que cuidam dos filhos sozinhas e que trabalham muito para manter os alicerces de uma casa sem enlouquecer! Enquanto lia o livro, ouvi essas músicas em homenagem à Jess:
Com muita garra e generosidade, Jess é capaz de conciliar o inconciliável. Surpreendentemente, ela mantém a sanidade na maior parte do tempo e consegue lidar com os inúmeros problemas que insistem em tirá-la dos eixos. A cada reviravolta, a personagem revela um material humano riquíssimo, um misto de boa vontade e ímpeto realmente invejável. E, vocês? O que acharam da Jess? Também se apaixonaram por ela?
Acredito que eu não seja o único a pensar que esse impulso de tentar, a qualquer custo, dar um futuro melhor para os filhos não é uma característica singular da personagem: conheço muitas mulheres que se esforçam todos os dias para oferecer a seus filhos tudo aquilo que não tiveram. Vocês conseguem estabelecer semelhanças entre Jess e alguma mulher conhecida?
As crianças em Um mais um são um espetáculo à parte! Tanzie é construída de maneira brilhante e lembra muito algumas crianças extraordinárias da literatura contemporânea, como Thomas Schell, de Extremamente alto, incrivelmente perto, e Christopher Boone, de O estranho caso do cachorro morto. A predisposição da garota para o impensável, sua sinceridade e sua meiguice fazem dela uma referência numa família nada usual. Além de suas habilidades excepcionais, Tanzie apresenta um comportamento contemplativo diante da situação financeira da família — sem contar a serenidade com que ela encara o desafio de vencer uma olimpíada de matemática cujo prêmio pode garantir seu futuro.
Tanto a mãe quanto a filha são mulheres fortes — característica que não atribuo somente ao instinto, mas às situações por quais passaram. Vejo como se ambas fossem pressionadas, de certa forma, a serem mais assertivas. Vocês conseguem enxergar essa peculiaridade em Tanzie? Que outras características de Jess vocês reconhecem em sua filha prodígio?
Nicky, o rejeitado, manifesta de diversas maneiras as dores de ser fruto de um relacionamento fracassado — ele é praticamente a personificação do que é ser largado a própria sorte. A relação entre ele e Jess envolve muita cautela e carinho. Aliás, a palavra carinho é a tônica do relacionamento entre os dois.
Destaco dois momentos em que Nicky se sobressai: o primeiro é quando Jess entra em seu quarto e sente um forte cheiro de maconha — ela acaba lidando de maneira muito natural e complacente com a situação. A segunda é o vazio cortante do capítulo cinco. Vocês também se encantaram com as crianças? Aliás, é possível chamar o Nicky de criança? O que acharam do comportamento de Nicky e Tanzie durante a viagem? Conseguem se imaginar na situação de algum deles?
Apesar de não ter sido nominalmente citado na minissinopse, Ed é um personagem elementar na história. Ele está exilado em sua casa de veraneio após um grande processo especulativo envolvendo sua empresa. Jess trabalha em uma agência de limpeza e presta serviços para Ed. Num dado momento, ele concorda em levar a família de Jess para a Escócia, onde a pequena Tanzie participará da olimpíada de matemática. Charmoso por ser um desastrado emocional, o personagem cresce ao longo do livro e revela várias outras nuances interessantes. Qual foi a reação de vocês ao ler as passagens de Ed? Achavam mais monótonas ou mais divertidas do que as de Jess? Como vocês encaram a evolução da relação dele com as crianças? E o que acham da ex-mulher dele? Eu esperava ansiosamente por passagens dela! E se Jess teve música tema, por que Ed também não teria?
Essas e outras tantas questões serão abordadas no dia 12 de novembro no Clube de Leitura, a partir das 19h30, no auditório da Livraria Cultura no Shopping Bourbon. A inscrição é feita pelo e-mail renato.costa@livrariacultura.com.br, enviando nome completo, CPF e contato. Caso você não possa comparecer, deixe nos comentários suas impressões sobre esse livro da Jojo e, por favor, me indique outros, pois ela ganhou um novo fã!
Bruno Leite, 26 anos, é estudante de Letras, trabalha há 8 anos no mercado editorial e é colaborador no blog O Espanador.
Eu ando me aventurando pelos livros da Jojo Moye e são encantadores, por serem envolventes e te levam para outros países ou épocas. Agora vou colocar esse na minha lista de leitura por parecer interessante.
Ainda não tive a oportunidade de ler este livro da Jojo, mas ela é a minha escritora favorita, todo livro dela te prende do inicio ao fim de forma encantadora. Eu recomendo como eu era antes de você.
Encantador! Não tenho como dizer qual o meu preferido da Jojo, todos são incríveis e fantasticamente envolventes. Já li Como eu antes de você, Depois de você, A garota que você deixou pra trás, A última carta de amor e ontem finalizei Um mais um. Fã incondicional.
Adoro como ela conta as histórias, como nos envolve. Acabei de ler o Um Mais Um e estou completamente apaixonada pelos livros da Jojo Moyes.