Em 2012, um surto misterioso ocorrido na pequena cidade de Le Roy, nos Estados Unidos, chamou a atenção da mídia. Cerca de 20 garotas começaram a apresentar tiques nervosos e sintomas como desmaios e convulsões. O caso teve destaque nas páginas de jornais de vários lugares do mundo, mas foi nas redes sociais que ganhou força.
Apesar da proximidade física e social, as garotas contaminadas compartilhavam vídeos e mensagens sobre os tiques no Facebook e no Youtube. De acordo com os médicos que analisaram o caso, o conteúdo divulgado na internet foi uma das principais razões de o surto ter se espalhado rapidamente. Eles alegaram que as pessoas ficavam impressionadas com as imagens e passavam a apresentar os mesmos sintomas após ter contato com o material.
Entre as hipóteses levantadas, os médicos acreditam que o caso foi uma espécie de histeria coletiva, fenômeno que de tempos em tempos atinge pessoas mais vulneráveis a distúrbios de ansiedade. Sem diagnóstico definitivo e causa aparente, o surto foi estudado também por um grupo de ambientalistas liderado pela ativista Erin Brockovich, que suspeitava de um composto químico tóxico derramado havia 40 anos na região e que poderia ser o responsável pela epidemia.
O fato misterioso gerou tanta repercussão que despertou o interesse da autora Megan Abbott. Impressionada, ela decidiu escrever A febre. Megan conta que sempre quis criar uma história que tivesse uma conexão com a peça As bruxas de Salém, de Arthur Miller. Mas a inspiração só veio quando o surto das meninas de Le Roy veio à tona.
Após assistir a entrevistas com pais, amigos e com as meninas acometidas pela doença, a autora começou a desenvolver a obra. No livro, Deenie e Lise estudam na mesma escola e são amigas inseparáveis. Quando Lise sofre uma inexplicável e violenta convulsão no meio da sala de aula, ninguém sabe como reagir. Outras meninas começam a exibir sintomas similares. Entre teorias, especulações e vídeos nas redes sociais, o pânico se alastra pela cidade, ameaçando a frágil sensação de segurança de todos os envolvidos, que não conseguem compreender a causa.
A febre já foi indicado a Melhor Livro do Ano pelo Strand Critics Award e ficou entre os finalistas do Polio Prize.
No dia 08 de outubro, o Clube de Leitura da Livraria Cultura irá discutir A febre na loja do Bourbon Shopping em São Paulo. Os interessados devem enviar um e-mail para renato.costa@livrariacultura.com.br com nome, contato e CPF. Confirme presença aqui.
Esta cena que aparece na reportagem é de que filme??????
Aorei esse livro. Sensacional.
Oi, Mikaella! A imagem é do filme “The falling”.
Interessante! Adoro tudo que é baseado em fatos reais e essa história parece ótima!