DA JANELA DA DELEGACIA:
Pombo 1:
— Vi um homem fugir da prisão hoje.
Pombo 2:
— Que perigo! O que ele fez?
Pombo 1:
— Quando amava, tinha efeito em cadeia.
DE UM POSTE APAGADO NA PRAÇA:
Pombo 1:
— Hoje eu vi um sequestro relâmpago.
Pombo 2:
— Que horror. Como foi?
Pombo 1:
— Tiraram aquela alma velha de casa, mataram as traças. Arejaram seus medos enfadonhos. Roubaram seus projetos, transformaram em sonhos. Depois entendi por que chamaram de relâmpago o sequestro.
Pombo 2:
— Por que? O que fizeram com ela?
Pombo 1:
— Acenderam.
DO TELHADO SUJO, CENTRO DA CIDADE:
Pombo 1:
— É. A cidade anda muito violenta. Ontem, quase me mataram só porque roubei um tiquinho de queijo.
Pombo 2:
— Ontem, da sacada cinzenta, vi um rapaz sacar o sorriso da moça e roubar-lhe um beijo.
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