Diário de Isabela Freitas

Por Isabela Freitas

25 / fevereiro / 2015

marley

Quando comento que tenho quatro gatos e uma cachorrinha em casa a reação é sempre a mesma: “Nossa, você é louca.” Louca, eu? Loucas são as pessoas que passam ao lado de animais abandonados e não reservam sequer um minuto de suas vidas atarefadas para olhar com carinho. Loucas são as pessoas que planejam armadilhas carregadas de veneno para matar os animais de rua. A troco de quê? Tirar a vida de um animal vai te fazer feliz? É isso? Loucas são as pessoas que não sentem uma dor no coração ao ver o olhar de um cachorrinho sem dono. Loucas são as pessoas que abandonam seus bichinhos pelas ruas, estradas e bairros distantes, simplesmente porque eles estão velhos demais, ou doentes demais, ou gerando despesas demais. Loucas são as pessoas que tiram férias e deixam seus bichinhos na rua só para não pagarem um hotel para eles. Loucas são as pessoas que só gostam daquilo que é rotulado, daquilo que é de raça; se é de rua, não vale nada. Loucas são as pessoas que dizem que gato é coisa do demônio, que é bicho ruim. Loucas são as pessoas que não acham um absurdo que cavalos passem o dia puxando carroças e apanhando de seus donos. Loucas são as pessoas que nunca alimentaram um bichinho que estava morrendo fome. Loucas são as pessoas que maltratam e matam os animais sem um pingo de piedade. Loucos são os pais que não educam seus filhos para que eles amem os animais. Loucas são as pessoas que nunca derramaram uma lágrima ao ver um bichinho atropelado. Loucas são aquelas pessoas que nunca se emocionaram com Marley e eu. Loucas são as pessoas que vivem em suas residências enormes e não sentem falta de algo peludo para alegrá-las. Loucas são as pessoas que, apesar de loucas, acham que os loucos somos nós.

Eu não me importo de parecer louca, e se pareço, quero ser logo uma desvairada. Daquelas que abraçam cachorro no meio da rua e choram quando veem uma ninhada de gatos abandonada. Fazer o que se ultimamente o amor mais verdadeiro que existe vem dos animais? O amor que os bichinhos têm por nós é um amor incondicional que está acima de tudo, amor que nenhum ser humano é capaz de desenvolver. Vale aqui uma piada que meu pai sempre conta: “Prenda no porta-malas do carro o seu namorado e o seu cachorro por uma hora. Depois abra e veja qual deles ficará imensamente feliz em vê-la”. A resposta? Você sabe.

 

Isabela Freitas é autora de Não se iluda, não e de Não se apega, não, o primeiro livro jovem nacional da Intrínseca. Em 2011, começou seu blog, que já soma mais de 130 milhões de visualizações. Estudante de Direito, pretende cursar Jornalismo um dia. Mora com os pais em Juiz de Fora (MG), onde nasceu.

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Comentários

2 Respostas para “Diário de Isabela Freitas

  1. Amei seu texto, parabéns!! Desejando que todos tenham mais amor e respeito aos animais!

  2. Muito bom o texto.creio que os animais são nossos irmãos já evoluídos,pois não tem a mágoa e o ódio que ainda nos permeia.

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