Diário de Isabela Freitas

Por Isabela Freitas

10 / dezembro / 2014

superar_fim_relacionamento

Términos de relacionamentos são no mínimo muito engraçados. Você não acha? Nossa, é hilário! Claro que isso só para nós, que estamos de fora, ou para quem já terminou há alguns anos e hoje faz piada em mesa de bar. Fato é que a dinâmica dos relacionamentos não muda muito de um casal para o outro, ela se repete várias e várias vezes. Até que você aprenda.

Vamos imaginar um casal que termina seu relacionamento, e, com o fim, um dos dois sai muito magoado. Ferido. Qual é a sua reação inicial? Bem, vamos começar pelas reações mais normais – e também as mais infantis.

A pessoa começa a “viver” uma falsa realidade para quem está à sua volta. Ela opta por mostrar que está tudo bem, bem demais, nossa, muito feliz mesmo. Frases de felicidade são compartilhadas nas redes sociais, fotos com os amigos nas festas são essenciais e o clássico “fui ser feliz e não volto” é adotado. Feliz? Não sei. Sempre achei que quem quer mostrar felicidade demais não é tão feliz quanto diz ser. Sei disso porque já cometi esse erro. Vai dizer que você não? A dor de terminar um relacionamento é enorme, e de quebra temos que aguentar as pessoas nos encarando com olhares de piedade. Você se sente inferior e a alternativa para sair “por cima” disso tudo é dizer e mostrar a todos o quanto você está bem. Pode enganar alguns, mas tenho certeza que a maioria das pessoas – exatamente por já terem passado pela mesma situação que você – percebem a verdade por trás de todos os artifícios. Mas errar faz parte de todo o aprendizado, não é mesmo? Que jogue a primeira pedra quem nunca foi um pouco imaturo.

Tem também o caso do falso apaixonado que não quer perder o rebanho. Não entendeu? Já te explico. Sabe quando você não gosta mais de uma pessoa, mas também não quer perdê-la de forma alguma? Então. O que você faz? Bem, se você for “esperto” vai tentar manter as esperanças do outro para que ele não desista de você, e, olha, costuma dar certo. O que é uma pena. Como vocês bem devem imaginar, eu também já fiz isso, e hoje percebo o quão egoísta e ridícula fui. Não se brinca com os sentimentos de uma pessoa. Nunca. O pior é que as redes sociais e com a facilidade da comunicação, fingir tristeza é muito fácil. É só postar uma frase de amor, colocar uma carinha triste no status e pronto. A esperança está lançada no coração do outro.

Será que tem como piorar? Sempre pode piorar. Existem ainda as pessoas que, por não conseguirem superar o término, resolvem transformar todo o amor em ódio e saem por aí falando poucas e boas de quem fez parte da sua vida. Não sei se é o meu jeito benevolente de ser ou o que, mas isso eu juro que nunca fiz e espero que nunca faça. Fazer isso é o mesmo que tatuar “estou morrendo de saudades” na testa.

Dito as atitudes infantis, não podemos nos esquecer das pessoas – em sua maioria mulheres – que decidem “mudar” tudo. Cortam o cabelo curtinho, pintam de loiro, compram roupas novas e abandonam as sapatilhas. Ressaltando que não vejo nada de errado nisso. Etapas terminam para que novas se iniciem, e querer começar uma nova etapa de uma forma diferente faz total sentido. Arrisco dizer até que isso é essencial para uma superação. Desde que não se torne algo exagerado e seja para o seu próprio bem, não para provar um ponto.

A verdade é que é preciso muitos erros para chegar perto da perfeição. Terminar um relacionamento não é algo que gostamos e fazemos todos os dias. É normal que não saibamos como agir e tomemos atitudes precipitadas às quais posteriormente iremos nos arrepender.

Hoje sei que o término não suporta nada além do silêncio. O silêncio se encarrega do que não foi dito e do que ficou por dizer. O silêncio conforta, abraça e enxuga as lágrimas. O silêncio dá um tempo para que o outro descanse, e para que talvez, sinta vontade de voltar atrás. Não cabe a você mostrar nada, para ninguém.

Portanto, não se esqueça disso que estou dizendo hoje. Sei que um dia – depois de errar muito – você vai chegar a essa mesma conclusão.

Isabela Freitas é autora de Não se iluda, não e de Não se apega, não, o primeiro livro jovem nacional da Intrínseca. Em 2011, começou seu blog, que já soma mais de 130 milhões de visualizações. Estudante de Direito, pretende cursar Jornalismo um dia. Mora com os pais em Juiz de Fora (MG), onde nasceu.

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