Você aceitaria prestar um último serviço a sua comunidade após ser condenado à morte? Em Silo, de Hugh Howey, esse é o destino reservado aos criminosos condenados a deixar as dependências subterrâneas que os protegem da atmosfera letal que envolve o planeta. E é também a questão que atormenta o xerife Holston há três anos, desde que sua mulher foi mandada para realizar a tarefa — o cadáver da esposa ainda pode ser visto pelos telões, ao pé de uma colina, junto dos restos deteriorados de outros condenados.

O enredo desenvolvido na série de Hugh Howey trata das relações em uma comunidade que sobrevive em um silo embaixo da terra, anos após uma catástrofe ter deixado a superfície do planeta inabitável, imersa em radioatividade. Diante dessa realidade claustrofóbica, as únicas imagens que os habitantes do silo possuem do mundo exterior são fornecidas por câmeras que precisam ter as lentes limpas periodicamente. Esse é o serviço realizado pelos infratores: eles são mandados para fora em uniformes especiais que os protegem dos efeitos corrosivos do ar envenenado. Apesar disso, a vedação inevitavelmente é rompida e os condenados são expostos aos efeitos nocivos do exterior, ganhando uma morte lenta e terrível. Ainda assim, mesmo conscientes do trágico destino, todos eles cumprem sua função. Todos fazem a limpeza.

Incapaz de compreender o que levou a esposa, Allison, a escolher um destino tão medonho — uma aparente loucura a acometeu e ela deixou de acreditar na realidade claustrofóbica do silo —, o xerife Holston pretende descobrir o mistério que cerca a condenação dela à limpeza, ainda que o preço disso possa ser a própria morte.