Palavras sobrepostas, em cor gritante, na capa. O texto dança nas páginas, de todos os lados, para qualquer sentido, sem restrições, margens, equilíbrio ou regras, seguindo apenas o fluxo bruto de ideias. Quando os leitores brasileiros abrirem o livro Faça boa arte verão as palavras do famoso discurso de Neil Gaiman proferido a uma turma de formandos da University of The Arts da Filadélfia, em 2012, transpondo os limites do papel e ganhando a liberdade que o próprio autor descreve. Todo e qualquer padrão é rompido em prol da consonância entre o conteúdo do pronunciamento e a identidade do livro.
Eis a contribuição do icônico designer americano Chip Kidd para o pronunciamento sobre criatividade artística. A decisão de qual artista gráfico daria vida ao discurso não poderia ser mais acertada: assim como Gaiman, Kidd é dono de múltiplos talentos, é escritor, desenhista, cantor e compositor. Trabalhando no mercado editorial desde 1986, o designer já criou mais de 1.500 capas de livros e foi chamado de “rockstar” pelo jornal USA Today. Uma de suas criações mais famosas é a ilustração na logo do filme Parque dos dinossauros.
E quem fez a adaptação do design para a edição brasileira? E a tradução?