Como instigar o leitor a desvendar um segredo utilizando somente a capa como ferramenta de persuasão? Um exemplo bem-sucedido são as soluções gráficas encontradas pelas editoras para a publicação de O segredo do meu marido, de Liane Moriarty.

No livro, uma das grandes viradas acontece quando Cecilia Fitzpatrick descobre no sótão de sua casa um envelope lacrado onde está escrito: “Para minha esposa, Cecilia Fitzpatrick. Para ser aberto apenas na ocasião da minha morte”. Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, nenhuma das capas dá pistas do conteúdo do envelope. A versão original, publicada na Austrália, apresenta um balão vermelho, um sinal singelo que fará sentido apenas perto do fim do livro.  Já as versões dos Estados Unidos e do Brasil trazem uma flor despedaçada, numa alusão à fragilidade das relações. Em outras palavras: o segredo pode ser uma bomba com capacidade de ruir as ligações familiares dos personagens. Na edição do Reino Unido, a borboleta presa no jarro tenta traduzir a vontade de proteger algo. E essas são apenas algumas das interpretações: como em todo bom livro, cada leitor provavelmente conseguirá imaginar outras possibilidades.