De 1964 a 1985, o Brasil viveu sob a égide da ditadura militar. O jornalista Elio Gaspari dedicou boa parte dos últimos 30 anos ao estudo dos “anos de chumbo”, reunindo mais de 15 mil itens entre bilhetes, discursos, despachos, manuscritos, diários de conversas travadas pela cúpula, telegramas do governo americano, áudios e vídeos. Agora, Gaspari decidiu apresentar parte desse vasto acervo ao público no site Arquivos da Ditadura, com matérias atualizadas regularmente que revelam mais desse período importante da história brasileira.
A partir de fevereiro, a seção Arquivo trará uma série de documentos inéditos ao alcance dos internautas. A seção Linha do tempo permitirá um vislumbre pelos momentos que marcaram o período, com apresentação de fotos, vídeos e áudios. O site ainda apresenta os quatro livros do autor divididos nas duas séries “As ilusões armadas” e “O Sacerdote e o Feticeiro”, que serão relançados em versões impressas e e-books (com áudios, vídeos e documentos inéditos) em 19 de fevereiro.
Lembro perfeitamente quando tudo começou. Era março de 1964, num baile de formatura, a orquestra parou e anunciaram que o Presidente Jango havia sido deposto. Na hora, o que eu queria era dançar twist e cha-cha-cha. Estava no final da minha adolescência. Mas depois, amadureci ouvindo histórias que, a princípio, pareciam mentirosas até que elas começaram a ficar mais próximas de mim; um dia era um amigo que desaparecia; no outro, um colega do escritório (estudante de Direito) era preso; e por aí foi, até que um dia uma menina de, no máximo, 20 anos, fazendo cursinho, “amava os Beatles e os Rolling Stones”, encantada com os professores, largou tudo, abraçou a luta armada e nunca mais voltou…
Acho a escolha da palavra passeio extremamente infeliz. Como se pode dar um passeio pelos momentos da ditadura? É só mudar o contexto para se dar conta da infeliz escolha: ‘um passeio pelas datas que marcaram o nazismo’
‘um passeios pelas datas mais importantes do massacre de Vigário Geral…
Oi, Giselle
Agradecemos a sua dica, de fato não tínhamos percebido uma outra interpretação da palavra “passeio” dentro de um contexto que pudesse ser visto como pejorativo.
Atualizamos o texto. Att.