[Pequenas anotações diárias sobre quatro grandes noites]

Domingo, 15 de dezembro, foi a minha última sessão de autógrafos deste ano. A turnê começou em novembro e passou por quatro cidades. Para fazer este texto, abri meu caderninho de anotações e transcrevi alguns trechos sobre a minha passagem pelo Rio de Janeiro, por São Paulo, Campinas e Salvador.

Rio de Janeiro, 21 de novembro

A noite de estreia. O dia oficial do lançamento do meu livro para todo o Brasil. A Livraria da Travessa, em Ipanema, estava cheia. Cheguei cedo, subi as escadas e pedi uma água com gás para me acalmar. Tirei os óculos para não ver o meu nervosismo. Desci para a minha mesa e, a partir desse momento, foi um misto de ansiedade, emoção e muita, muita, muita felicidade por ter a chance de fazer um primeiro contato mais real, mais tátil, com quem me acompanhava virtualmente até então. Aproveito para mandar um grande abraço para o Cláudio e sua cadela-guia, Brida. Sem dúvida, foi uma noite tão maravilhosa quanto a cidade.

São Paulo, 3 de dezembro

E ainda dizem que você é a terra da garoa, querida São Paulo. Nos três dias que passei em seu solo, eu só vi sol, sol e mais sol. Foi a primeira sessão longe da minha cidade, longe dos meus amigos, longe da minha família. E ainda dizem que você é uma cidade cinza, querida São Paulo. Eu só vi um céu azul e o brilho nos olhos de cada um que pude conhecer na Saraiva do Shopping Pátio Paulista. Depois de ouvir da última menina da fila “Antônio, Pedro, Gabriel, fiquei quatro horas na fila, mas valeu a pena cada minuto. Obrigada”, tive a certeza de que, na terra da garoa, a noite foi ensolarada!

Campinas, 4 de dezembro

Depois de duas noites incríveis, já estou mais tranquilo e começo a me soltar mais. Uma viagem de duas horas de carro me separa de Campinas. Pego um pequeno engarrafamento na saída de São Paulo, mas chego na hora e tudo acontece de forma muito bonita.  O carinho e a gentileza de todos que estavam na fila são indescritíveis. Para retribuir, deixei um pássaro em cada autógrafo que dei na cidade das andorinhas. Aproveito e pego carona nessas asas para o meu próximo destino.

Salvador, 15 de dezembro

Uma chuva de verão me recebeu no primeiro dia, e o susto de ter um temporal na noite de domingo me deixou com frio na barriga durante boa parte do dia, confesso. A energia e o calor de todos que estavam na fila me fizeram suar um pouco mais do que de costume — e olha que o ar-condicionado estava direcionado para a minha mesa. Graças a Deus, todos os santos ajudaram, e a noite foi temperada de muito amor e axé.

De volta ao Rio de Janeiro

Este texto é para agradecer a você por ter ficado horas e horas na fila. Agradecer por você ter se deslocado de cidades vizinhas (e distantes) para me dizer coisas bonitas e pedir um autógrafo. Agradecer pelas palavras tão doces que recebi. Palavras com gírias e sotaques diferentes. Agradecer pelos presentes (guardanapos, livros e girafas!), pelos abraços, pelos beijos, pelas risadas. Mesmo por apenas alguns segundos ao lado de cada um, pude sentir o carinho de todos, desde o pequeno Antônio, e seus seis meses, até a dona Nora, que quis presentear todos os seus filhos e netos neste Natal. Soube de algumas histórias de pessoas que se conheceram enquanto esperavam a sua vez. Foi lindo ter um contato mais vivo com vocês. Desejo muito amor, humor e poesia para cada um de vocês que me acompanharam até aqui!

Aproveito para agradecer a toda a equipe da Intrínseca que viajou comigo ou ficou organizando tudo a distância e fez com que cada noite parecesse tão fácil e fluísse tão bem. Estou ficando mal-acostumado!

Ano que vem tem mais. Fiquem atentos às futuras datas de 2014 na página da Intrínseca e/ou na minha.

Ah, escrevi estas palavras ao som de All We Need Is Love, dos Beatles. E amor é realmente tudo de que a gente precisa para tornar qualquer momento inesquecível.

Obrigado,

Pedro Gabriel