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FÃ RESGATA ENTREVISTA DE ROBERT JORDAN

1 / novembro / 2013

 

É natural que fãs de um livro ou série de sucesso busquem mais informações a respeito do autor da obra. Para saber mais sobre Robert Jordan, escritor da série A Roda do Tempo, a fã Cassiana Teodoro teve que pesquisar muito na internet, visto que o autor morreu em 2007, vítima de uma doença rara. Foi assim que ela encontrou uma entrevista realizada em setembro de 2000, durante uma convenção de literatura de fantasia na Rússia, na qual o autor fala um pouco sobre a série A Roda do Tempo, o amor pela literatura e a Guerra do Vietnã.

Abaixo, selecionamos alguns trechos da entrevista que revelam um pouco mais sobre a vida do autor e suas obras. A entrevista completa pode ser lida aqui.

 

TAHIR VELIMEEV: Quantos pseudônimos tem o multifacetado James Oliver Rigney Jr?

ROBERT JORDAN: Não muitos, mas também não são poucos. Publiquei os romances históricos The Fallon Blood, The Fallon Legacy e The Fallon Pride sob o pseudônimo de Reagan O’Neal. Esses livros têm como cenário a Guerra Civil Americana, nos arredores de Charleston, minha cidade natal. Usei o nome Jackson O’Reilly no faroeste Cheyenne Raiders.  Assino minhas críticas de teatro e dança como Chang Lung. E publiquei os romances das séries Conan, o Bárbaro e A Roda do Tempo como Robert Jordan.

TV: James, por favor, nos fale um pouco sobre você.

RJ: Nasci em 1948, em Charleston, na Carolina do Sul, onde vivo até hoje numa casa construída em 1797. Minha cidade natal é famosa por causa da Batalha do Fort Sumter, na baía de Charleston, durante a Guerra Civil Americana. Graças ao meu irmão, doze anos mais velho que eu, aprendi a amar os livros. Quando meus pais o deixavam de babá, ele lia para mim, mas não os livros de crianças e sim aqueles que o interessavam – Mark Twain, HG. Wells, Júlio Verne. Entre meus autores favoritos estão Louis Lamour, Charles Dickens, John W. McDonald, além do próprio Twain. Entre 1968 e 1970, servi ao Exército.

TV: Pelo que sei, suas duas passagens pelo Exército ocorreram durante a Guerra do Vietnã. Em que postos você lutou?

RJ: Servi como fuzileiro em helicópteros. Depois me tornei sargento e treinei recrutas.

TV: E por que [escolheu escrever] fantasia? Por que não escrever sobre a Guerra do Vietnã?

RJ: Na minha opinião, o gênero fantasia nos permite criar novas culturas, fazer experimentações com elas e pôr em prática uma liberdade que seria impossível no mundo real. A fantasia permite uma descrição mais clara e brilhante do conflito entre o bem e o mal, nos permite discorrer mais livremente sobre o certo e o errado, e ninguém pode dizer que sua opinião não se encaixa no que é socialmente aceito. Acho que um dos pilares da fantasia é a crença de que qualquer obstáculo pode ser superado e que, se as coisas não deram certo hoje, com certeza vão melhorar amanhã. Além disso, no mundo de hoje, a fantasia preocupa-se com a apresentação de mitos, nos mostrando camadas mais profundas da alma humana e nos ensinando a acreditar em milagres. A popularidade do gênero deve-se em grande parte às aspirações humanas por justiça.

Agora, em relação aos livros de guerra, eu gostaria de contar sobre a Guerra do Vietnã, sobre meus companheiros, e espero que Deus me dê essa oportunidade. Decidi que, se escrever esse livro, vou lançá-lo sob meu nome verdadeiro: James Oliver Rigney Jr.

TV: O livro O Olho do Mundo foi publicado em 1990 e lhe rendeu fama internacional. Um ano depois veio a continuação, A Grande Caçada. Desde então, os leitores tem aguardado ansiosamente o lançamento de novos volumes dessa magnífica fantasia épica. Posso dizer sem exagero que todos os fãs da sua série são atormentados pela mesma dúvida: quantos livros A Roda do Tempo terá?

RJ: Para ser sincero, não sei. Quando comecei a trabalhar na série, quinze anos atrás, achei que seriam quatro ou cinco livros. Desde então, compreendi que não conseguiria contar tudo o que gostaria dentro desses limites.

TV: Vi em um site que a série A Roda do Tempo terá dez livros.

RJ: Bem, isso não é totalmente verdade. Acho que serão mais. Sabe, cada livro é dedicado a alguns eventos que ocorrem com Rand e outros heróis da série. O enredo tem sofrido mudanças em comparação ao planejado, de modo que, às vezes, é necessário sacrificar algumas coisas. Leitores atentos podem ter notado que Rand, depois de aparecer no início dos romances, só retorna ao primeiro plano ao final de cada livro. Acho que, para completar a história, preciso escrever três ou quatro volumes a mais. No verão de 2000, completei e mandei para editora americana o nono livro da série, intitulado Winter’s Heart, que será lançado em 7 de novembro. Vamos torcer para que ele ganhe logo uma tradução para o russo.

TV: Uma das perguntas mais frequentes é: como a série vai terminar? Aliás, será que o próprio autor sabe como será o final dessa incrível saga de fantasia?

RJ: Faz quinze anos que sei como a saga vai acabar – sei disso desde o momento em que comecei a escrever o primeiro livro, O Olho do Mundo. Mas não vou revelar nada, nem contar detalhes com antecedência. Por que eu faria isso? Leia e descubra!

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