No Rio de Janeiro, no início da noite de 11 de junho de 1970, em plena época de euforia com as vitórias da seleção brasileira de futebol na Copa do México, o Mercedes-Benz que transportava o embaixador da Alemanha Ehrenfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben foi interceptado em uma rua do bairro carioca de Santa Teresa, onde ele residia.
Esse foi o terceiro de quatro sequestros que pretendiam chamar a atenção internacional para as torturas praticadas contra os presos políticos pelo regime militar instaurado em abril de 1964. O primeiro foi o do embaixador americano Charles Elbrick, em setembro de 1969. O segundo, o do cônsul japonês Nobuo Okushi, ocorreu em São Paulo, em 11 de março do ano seguinte.
Paulo Roberto Antunes, um dos protagonistas de Vidas provisórias, foi acusado de participar da ação que capturou o embaixador alemão Ehrenfried Von Holleben e provocou a morte do agente da Polícia Federal Irlando de Souza Regis, além de ter deixado outros dois agentes que faziam a proteção do diplomata feridos.
Em dezembro de 1970, Giovanni Enrico Bucher, embaixador da Suíça, foi o último diplomata sequestrado. Capturado no Rio, ele só foi libertado em janeiro do ano seguinte em troca de 70 presos políticos banidos para o Chile. Bucher se recusou a identificar seus captores.
Leia um trecho de Vidas provisórias, novo romance de Edney Silvestre
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