Diário de Isabela Freitas

Por Isabela Freitas

5 / agosto / 2013

Recomeçar, verbo que tem a capacidade de fundir começos e términos. Recomeçar, tentar de novo. Insistir. Recomeçar devia ser estampado nas capas de jornais, preencher outdoors, ser anunciado na rádio. Recomeçar! Recomeçar! A vida é um eterno recomeço. Percebemos isso desde muito cedo, quando ainda com poucos anos de vida, tentamos nos erguer repetidas vezes até conseguir ficar de pé sem tropeçar ou cair de cara no chão. E aí aprendemos a caminhar por conta própria, sem as mãos daqueles que nos amam. Depois aprendemos que se juntarmos as letras de forma correta podemos expressar pensamentos, poetizar o que sentimos, e quem sabe até eternizar lembranças. Escrever tem tudo a ver com recomeço.

Tem dias que, de frente para a página em branco, as palavras simplesmente não fluem. Se recusam, tímidas, a dizer em “voz alta” tudo o que sentem. Eu entendo. Quando as letras se embaralham, fica difícil resolver o quebra-cabeça. Será que junto o A com MOR, ou ele fica melhor com MIZADE? O P combina mais com o ASSADO, ou com o RESENTE? Será P de PAIXÃO ou P de PLATÔNICO? Ora, como vou saber? Só sabemos se o certo é realmente o certo quando se tenta. E caso não seja, que seja. Acertaremos da próxima vez, afinal, não é isso que sempre me ensinaram? Recomeçar.

O meu livro passou por um processo de recomeço. Há uns meses atrás o pessoal da Intrínseca e eu havíamos dito que ele seria um livro recheado de crônicas, que falavam sobre assuntos diversos entre si. Bem, isso não estava fazendo muito sentido para mim. E eu gosto de fazer sentido. E para mim fazia sentido criar algo diferente e melhor. Sou perfeccionista, ora. Foi assim que os editores e eu percebemos que o meu livro precisava de uma reformulação. Precisava de algo mais. Precisava fazer sentido para mim. Porque só se obtém perfeição — ou o mais perto possível dela — quando você se apaixona por aquilo que faz. Foi aí que decidimos mudar o Não se apega, não. Drasticamente. Isso trouxe uma notícia ruim: o lançamento que viria no fim de agosto foi adiado. Por outro lado, o livro agora tomaria uma forma diferente, e modéstia à parte, bem mais interessante, começando pelo que, aparentemente, é também um fim. Recomeçar. De novo essa palavra por aqui. Acho que eu gosto mesmo disso.

Hoje teremos um chat com os editores da Intrínseca sobre os livros nacionais que já foram lançados e aqueles que ainda serão lançados, como o meu. O encontro está marcado para as 16 horas. Vejo vocês por lá, e espero que tenham entendido sobre o meu recomeço. Recomecem também. Há sempre palavras esperando para escrever um novo capítulo.

Isabela Freitas é autora de Não se iluda, não e de Não se apega, não, o primeiro livro jovem nacional da Intrínseca. Em 2011, começou seu blog, que já soma mais de 130 milhões de visualizações. Estudante de Direito, pretende cursar Jornalismo um dia. Mora com os pais em Juiz de Fora (MG), onde nasceu.

VER TODAS AS COLUNAS

Comentários

Uma resposta para “Diário de Isabela Freitas

  1. Sou apaixonada por tudo que você escreve, parabéns, espero que você tenha muito sucesso na carreira de escritora!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *