Com um título capcioso, o romance que rendeu a Jennifer Egan o Pulitzer de Ficção, além do National Book Critics Circle Award e do Los Angeles Times Book Prize em 2011, reservou aos tradutores um duro desafio linguístico. Para transpor o intraduzível A Visit From the Goon Squad para outros idiomas, a solução encontrada foi igualmente árdua: interpretar os efeitos do impiedoso personagem central da trama, o tempo.
Por aqui, a metáfora criada por Egan não cairia bem ao pé da letra. Assim, a malquista visita do estúpido esquadrão responsável por mostrar como o futuro pode ser diferente do que o planejado deu lugar ao título A visita cruel do tempo. Os italianos também foram por esse caminho, com seu Il tempo è un bastardo, assim como os espanhóis, com El tiempo es un canalla, e os catalãs, com El temps és un cabró. Portugal optou por A visita dos brutamontes. Enquanto os franceses preferiram uma reflexão: Qu’avons-nous fait de nos rêves?, que em tradução livre seria O que fizemos de nossos sonhos? Os alemães decidiram por um hermético Der größere Teil der Welt ou, em uma tradução ainda mais livre, A maior parte do mundo.
Para aliviar a espera por essa inquietante visita, Jennifer Egan propõe uma alternativa: a imaginação. O dom, que ela julga superior às promessas oferecidas pela tecnologia, também é o mote de O torreão, seu quarto romance, que acaba de chegar ao Brasil. Este será tema da mesa da autora na Flip. Sob a mediação de Arthur Dapieve, Jennifer Egan e Ian McEwan debaterão como a imaginação se afasta do conceito de escapismo para representar um ato de humanização. A mesa “Pelos olhos do outro” está marcada para sábado, dia 7 de julho, na Tenda dos Autores.
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Nunca li um livro dela, mas confesso que fiquei curiosa.
Essa editora é tudo de bom e +++++++++++++++++++++++ um pouco. tenho vários livros dela e sempre são tão bons!
bjim