Eu sei que agora parece ser tarde demais, realmente é, mas eu queria que você soubesse a verdade sobre oque eu sinto.
Por incrível que pareça eu havia prometido a mim mesma que não me apegaria a você, porque você,como o desbravador que eu sei que é, almejaria mais do que um dia eu poderia lhe oferecer. Foi isso que sinceramente me chateou, tínhamos (na minha cabeça conturbada) um futuro emocionalmente carregado, como amigos e talvez quem sabe, algo a mais, no entanto meu egoísmo criou uma barreira lhe impedindo de prosseguir. E é por isso que eu sinto muito.
De um determinado ponto de vista eu agradeço internamente por você ter me salvado, sei que não deveria ter te arrastado para a bagunça que era, ou melhor, é a minha vida, mas obrigada por me oferecer a oportunidade de ver que a vida vale a pena.
Sinceramente eu esperava isso de você, esperava que me salvasse, mas com isso eu te sobrecarreguei e em um ímpeto de solidariedade eu lhe ofereci a comodidade para me deixar. Enquanto escrevo essa carta lágrimas molham oque deveria ser o papel, porque lá no fundo, EU não queria que você me deixasse verdadeiramente. E é com o sangue correndo celeremente pelas veias, que eu admito, admito que te amei por muito tempo, mais do que deveria e que, se você estiver lendo isso é porque eu tenho certeza de que não lhe verei de novo.
Uma frase proferida por você marcou a minha vida, sendo ela uma frase tão comum mas que no contexto teve a originalidade digna de recordação: "Tu tá bem?"— era oque você sempre me perguntava.
Espero de coração que me esqueça para que apenas um lado seja corroído pelo remorso (não que você tenha motivos para tal). Bem... Não posso partir sem lhe declarar minha perspectiva ao seu respeito.
Sua atenção, piadas e fragmentos de sua personalidade conturbada foram o suficiente para não me deixar ir por inteiro, pois foram essas características que no silêncio da noite reviveram minha realidade meio morta.

Com ternura, 'Índia Guerreira'