Querido amor,

Já se fazem exatamente 2 anos que você se fora daquela porta, com sua mãe, sua pequena e seu pai. Seu cabelo loiro, bagunçado, encostava no ombro de tua mãe. Não sabia o que estava acontecendo, mas apenas não queria te perder.

Fevereiro. O calor do verão batia forte naquele dia, e só os ventiladores do refeitório para ajudarem a acalmar os hormônios dos recentes 15 anos dos adolescentes ali. Existiam gordos, magros, loiros, morenos. olhos azuis, cabelos coloridos, brincos, casacos pretos, tudo que pudesse chamar atenção numa terça-feira. Até que olhei para os lados, sentando numa cadeira encostada a janela, onde não tinha muita gente. Chegou um ser alto, de cabelos loiros e casaco preto com algumas palavras em inglês, e com fones de ouvidos. Olhou para o lado, e foi quando nossos olhos castanhos se esbarraram, fazendo o mundo parar por exatamente 10 segundos. Foi uma transe, que ninguém, ninguém mesmo, conseguiu interromper. Analisei tudo em você. Você seria minha perdição. E foi, ah se foi.

O tempo passou, e infelismente, nossa relação não foi a mesma que eu imaginara.