Sinto sua falta, tanto que me consome

Sinto sua falta, tanto que me consome

Ah, meu amor, como diria aquela frase se arrependimento matasse, eu já estaria enterrada há tempos. Você entrou na minha vida e saiu tão cedo, não me deu nem tempo de te dizer tudo que sempre quis, então te dedico esta carta com tudo que nunca te disse. Lembra quando eu te disse pra fazermos uma lista com todas as coisas que odiávamos um no outro? Então, eu vou fazer basicamente isso, mas só que ao contrário. Eu amo quando você costumava me mandar mensagens inusitadas em horários em que você sabia que eu estava dormindo (como por exemplo as 2:30 da manhã em um meio de semana). Eu amo o jeito que você olhava pra mim. Isso me lembra o dia em que nos vimos pela primeira vez, na escola, lembra? Você me olhou tanto, e você nem mesmo se incomodou em disfarçar. Eu amo o jeito que você me abraçava todas as vezes que me via (5 vezes por semana). Eu amo a pessoa que você era quando estava comigo, uma pessoa diferente da que os outros me diziam que você era. Eu amo o jeito que você me tratava, lembra aquela vez em que brigamos por que eu fui super grossa com você e eu disse que estava com dor de cabeça tentando justificar minha grosseria, e então você me disse que mesmo que estivesse morrendo de dor não me trataria mal? Foi ali que meu sentimento por você se confirmou. E tudo o que você me dizia era verdade, isso era o que mais me encantava\encanta em você. Eu amo o jeito que você tentava me alegrar quando percebia que eu estava me sentindo mal com algo. Eu amo o seu "bonjour mí amour" (que eu nem sei se estava gramaticamente certo). Eu amo o fato de você ter feito tudo isso quando a gente não passava de apenas amigos. E, eu também amo a sua ingenuidade ao pensar que, depois daquela noite em que as coisas entre nós avançaram, ainda poderíamos ser amigos. Odeio a falta que você me faz. Se tem algo que eu odeio em você, que nem mesmo é em você, esse algo é a falta que você me faz. E se tem algo que eu odeio, que já não é mais em você, e sim em mim, é a minha covardia, o meu bloqueio, coisas que me impediram de te dizer tudo isso que esta escrito aqui. Todas as coisas escritas aqui estão no passado. Sim, pois desde aquela noite, você não faz mais isso, nem mesmo conversamos mais. Você não faz mais isso desde que foi embora... você se foi, mas meu arrependimento de não ter te dito todas essas coisas, ah, ele ficou.

Clarice

Compartilhe sua carta