Querida Julieta

Querida Julieta

Querida Julieta,
Me falaram que o amor dói, não como quando caímos e ralamos o joelho, mas igual quando alguém parte, parte do seu coração, da sua vida, da sua história. Te deixa igual um personagem perdido no deserto, sozinho, sem saber o que fazer. Você vai vendo miragens e mais miragens achando que é amor, cada vez mais gente partindo e lhe deixando, aquilo vai esgotando, cansando e quando paramos de procurar percebemos que o amor está bem do nosso lado. E dessa vez não é mais miragem, não é mais igual, é tudo de verdade.
Ele e eu fomos assim.
Me deixaram muitas vezes perdida no deserto, toda quebrada por dentro. Mas bem ao meu lado ele estava me ajudando a recolher os caquinhos. Foi pela última vez. O abraço dele foi tudo o que eu precisava para me juntar de novo. Só o meu sorriso que era capaz de quebrar de tão grande.
Além dele ter sido meu melhor amigo, foi meu único amor verdadeiro.
O amor não dói, Julieta, as pessoas que dificultam. Ele vai além de tudo e de todos, nos une pedacinho por pedacinho até voltarmos pro nosso lugar, que é no peito um do outro.
Não foi o amor que matou vocês, foi o ódio entre duas famílias. Porque o amor não dói, querida Julieta, não dói.
Com carinho,
Sua amiga, Mariana. 

Mariana

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