Despedida...

Despedida...

Certa vez me disseram que eu era boa demais para você. Colocaram meu amor a leilão e apostaram que logo apareceria alguém melhor. Um cara que realmente se importasse ao invés de alguém que fica semanas sem mandar uma mensagem. Disseram que eu deveria conhecer pessoas novas. Ocupar a mente, tocar violão, sair com minhas amigas, ir à praia ou cinema. Nunca fiz nada disso, pois tive certeza que jamais te encontraria nesses lugares. Saía várias vezes pra ver se te via casualmente, escrevi e apaguei mensagens que nunca foram enviadas ao som daquela música. Eu sei que o problema não é comigo. É você e esse medo de se prender a alguém e gostar da sensação. Prefere continuar caindo ao invés de descobrir se o paraquedas funciona. Os fantasmas mais assustadores são àqueles que nós mesmos criamos.
Sinto falta das nossas conversas sobre o que já não falo com ninguém. Dos seus desabafos. Seu ombro passou a ser meu travesseiro mais macio. Eu me apaixonei perdidamente por aquele cara que sabia sempre o que dizer. O problema é que deixei o amor nascer em um labirinto e agora, nossa antiga amizade, não consegue encontrar a saída.
Essa é a última vez. Antes de me despedir e apertar o botão sem volta, que levam estas palavras até você, aviso. Eu não quero te consertar. Nunca quis. Quero é provar que podemos ser exatamente assim, cheios de defeitos e sem nenhuma garantia.

Ana Bárbara

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